É fácil acompanhar de perto o Universo Cinematográfico Marvel ou assistir aos lançamentos da DC no cinema. Afinal, eles estão por todos os lugares. Mas há outro mundo, um mais obscuro, dentro do cinema baseado em quadrinhos. E desse mundo fazem parte vários filmes de super-heróis que você nunca viu.
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Alguns são bons filmes que foram lançados na época em que as pessoas não estavam ligando muito para o gênero de super-heróis no cinema (sim, isso existiu). Outros são focados em personagens muito B para fazer sucesso ou nunca tiveram grande divulgação. E há, claro, os que por serem tão ruins acabaram meio esquecidos.
Seja como for, não deixam de ser filmes de super-heróis. Se você curte obras do gênero, vale a pena botar estas na sua lista – até para poder falar mal com propriedade. Veja a seguir.
“O Fantasma” (1996)
Um dos super-heróis mais antigos (do cinema e dos quadrinhos), o Fantasma é um combatente do crime que sai por aí numa tremenda roupa roxa. O personagem nunca surfou no mainstream do jeito que outros contemporâneos seus, como o Superman, conseguiram. Mas isso não impediu que ele ganhasse um filmaço.
Interpretado por Billy Zane, o Fantasma da telona luta para frustrar os planos de um tipo de Elon Musk da ficção que quer dominar o mundo. O resultado é um filme divertido, que mistura Indiana Jones com o Batman de Adam West, muita ação e humor. Não dá para dizer que é o melhor dos filmes de super-heróis dos anos 90 (“Blade” e “Batman” estão acima), mas definitivamente merece mais crédito do que tem.
“Spawn, o Soldado do Inferno” (1997)
“Spawn, o Soldado do Inferno” é o filme de um dos super-heróis mais conhecidos dos quadrinhos fora de Marvel e DC. E, infelizmente, é uma merda. Com Michael Jai White no papel principal e um elenco que conta ainda com John Leguizamo e Martin Sheen, o longa conta a história de origem do personagem, um fuzileiro naval americano assassinado por seu melhor amigo e que é ressuscitado como líder do exército do Inferno.
As atuações são ruins e os efeitos especiais, piores ainda. Mas “Spawn” é um dos primeiros filmes a apresentar um ator negro no papel de um grande super-herói de quadrinhos (afinal, ele é um dos super-heróis negros mais legais) e a história é boa. Vale a pena ver.
“Kick-Ass – Quebrando Tudo” (2010)
A adaptação para o cinema da série de quadrinhos criada por Mark Millar é uma das mais conhecidas desta lista. Se passa em um mundo sem superpoderes, em que os heróis são cidadãos normais transformados em vigilantes. Um dos personagens é um estudante que, depois de ser gravemente ferido em sua primeira aventura, desenvolve tolerância à dor. Outros são um pai e uma filha que, movidos pela necessidade de vingar um membro da família morto, tornaram-se incrivelmente habilidosos com todos os tipos de armas. E por aí vai.
Entre os filmes de super-heróis B, é um exemplar cheio de estilo e divertido, mas mas também extremamente sangrento e comovente. Ele mostra como tentar ser um super-herói na vida real afeta a vida de uma pessoa normal.
“Blankman – Um Super-Herói Muito Atrapalhado” (1994)
É o exemplo perfeito de um filme que, de tão ruim, virou ótimo com o passar do tempo. Não à toa tem hoje o status de clássico cult. Blankman é uma sátira de super-heróis criada pelos irmãos Wayans, aqueles de “Eu, a patroa e as crianças” e “As Branquelas”.
A história é a de um super-herói de baixo orçamento sem nenhum superpoder. Blankman é bem intencionado, mas desajeitado, e sua única habilidade real é ter um traje à prova de balas e uns robôs feitos de lixo que o ajudam a combater o crime. O resultado é um filme muito bobo e engraçado construído em torno da jornada clássica do herói. Vale a pena ver se você for fã dos irmãos Wayans ou de paródias em geral.
“Aço” (1997)
Imagine que na segunda metade dos anos 90, em plena era Michael Jordan no inesquecível Chicago Bulls, um dos maiores super-heróis da NBA era Shaquille O’Neal. A escolha para fazê-lo interpretar o personagem da DC John Henry Irons e seu alter ego Aço, contudo, comprovou que, como ator, Shaq era um ótimo pivô.
A trama gira em torno de um acidente que transforma um personagem em vilão e outro em herói. Nos quadrinhos, Irons é um coadjuvante do Superman. No filme, a ideia de dar a ele mais protagonismo até que é boa, mas “Aço” é tão ruim que foi uma bomba de bilheteria.
“Heróis Muito Loucos” (1999)
A crítica aos super-heróis como entidades corporativas e à tolice dos alter egos que fez sucesso em “The Boys” apareceu antes, em 1999, com este filme. O elenco tem nomes como Ben Stiller, Hank Azaria, Geoffrey Rush e até Tom Waits.
No longa, eles fazem parte de grupo de super-heróis de segunda linha tentando entrar na primeira divisão. Quando o super-herói de maior sucesso da cidade, o Capitão Incrível, liberta seu inimigo para que realmente haja crime para ele combater, o tiro sai pela culatra e a equipe finalmente ganha uma chance de salvar o dia.
Destaque também para a trilha sonora, que conta com a música “All Star”, do Smash Mouth – o videoclipe tem a participação de vários personagens do filme.
“Hancock” (2008)
Você pode se lembrar deste como um filme qualquer do Will Smith. E é. Mas, além disso, é um filme de super-herói do Will Smith. Tem uma pegada meio “Os Incríveis” de mostrar como é a vida de um herói aposentado. Will Smith é esse cara.
Hancock é um super-herói alcoólatra conhecido principalmente por seu desleixo e pela destruição que causa ao tentar realizar atos heroicos. Quando ele salva um especialista em relações públicas, ganha uma chance de reabilitar sua imagem. O que não é nada fácil.
“Sky High” (2005)
“Sky High” zomba da clássica distinção entre super-herói e ajudante, separando as crianças de uma escola de super-heróis em dois cursos diferentes. Will é filho de dois super-heróis famosos, mas é colocado na sala de ajudantes porque ainda não manifestou nenhum superpoder.
Assim como em “Invencível” ou “Homem-Aranha”, apresenta uma mistura de aventuras colegiais com a descoberta de poderes – ou a falta deles. O resultado tem um pouco de lição de moral, mas também uma comédia bem divertida.
“A Liga Extraordinária” (2003)
Esta adaptação do trabalho de Alan Moore e Kevin O’Neill para os quadrinhos não tem muitas semelhanças com o material original (infelizmente), mas consegue atingir um ótimo resultado. A premissa central, pelo menos, é a mesma: um grupo de figuras literárias famosas unindo forças para impedir uma guerra mundial.
O filme apresenta o dilema clássico do super-herói que tenta impedir que seus poderes sejam copiados e usados para o mal, que vimos no primeiro “Capitão América”, por exemplo. O mais legal é que cada um tem poderes relacionados a seus universos literários – e o vilão é outra figura literária famosa: o professor Moriarty de Sherlock Holmes.
“Corpo Fechado” (2000)
O suspense de super-heróis de M. Night Shyamalan apresenta uma variação da dinâmica tradicional de herói X vilão – e com um elenco incrível. Bruce Willis estrela como o “inquebrável” David Dunn, um homem comum que descobre que pode ser um super-herói da vida real. Abordado pelo misterioso Elijah (Samuel L Jackson), ele começa a ser provocado para liberar todo seu poder.
As atuações de Willis e Jackson são espetaculares e, embora este seja um filme de ação, é também um dos filmes de super-heróis mais inteligentes já feitos. Espere ficar profundamente desconfortável e cativado ao mesmo tempo.
“O Corvo” (1994)
Filme preferido de todo jovem gótico dos anos 90, “O Corvo” não é exatamente um filme super-herói. Mas é quase. É uma história de vingança sobrenatural, com tom sombrio e muito diferente do que os fãs de super-heróis estão acostumados (mas sem cair naquela coisa cafona da DC Comics).
O filme não alcançou o tipo de reconhecimento do mainstream que obras mais sombrias da mesma época, como o Batman de Tim Burton, conseguiram. Mas ganhou um público devoto. A trágica morte do protagonista Brandon Lee ofusca o conteúdo real do filme, mas “O Corvo” vale muito ser visto. Um remake com Jason Momoa no papel principal chegou a ser discutido.
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