Quando a relação entre Neymar e Nike terminou, em 2020, ninguém sabia ao certo o motivo. O ano foi de fim de contratos de patrocínio entre a Nike e vários jogadores de futebol, então fazia sentido para a empresa o fim do acordo. Segundo o Wall Street Journal, no entanto, a parceria pode ter terminado por causa de uma denúncia de assédio sexual.
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A denúncia foi feita por uma funcionária da Nike à empresa em 2018, relacionada a um incidente ocorrido em Nova York em 2016. Segundo a matéria, o incidente também foi relatado à chefia de recursos humanos e ao conselho geral da Nike. A Nike contratou advogados do escritório Cooley LLP para investigar o caso. Em 2019, a investigação começou e a participação de Neymar no marketing da marca começou a diminuir. A decisão de romper com o jogador teria acontecido após Neymar não cooperar com a investigação – que ainda não foi concluída.
Em resposta ao Wall Street Journal, a Nike disse que: “Encerrou seu relacionamento com o atleta porque ele se recusou a cooperar em uma investigação de boa fé de alegações confiáveis de irregularidades cometidas por um funcionário”. E também que não decidiu falar publicamente sobre o assunto antes porque “nenhum conjunto único de fatos emergiu que nos permitiria falar substantivamente sobre. Não seria apropriado para a Nike fazer uma declaração acusatória sem ser capaz de fornecer fatos para apoia-la”.
Neymar e seu staff negaram a denúncia feita contra ele, dizendo em nota que o jogador “se defenderá vigorosamente contra esses ataques infundados caso seja apresentada alguma denúncia, o que não aconteceu até agora”. Após o fim do contrato com a Nike – que teria mais oito anos pela frente -, Neymar assinou com a Puma em setembro de 2020.
Entenda o caso
A matéria do WSJ revelou alguns detalhes sobre a denúncia. Segundo o jornal, a mulher que acusa Neymar é uma funcionária de carreira da Nike que ainda está empregada lá.
Em 2016, o jogador foi a Nova York para se encontrar com Michael Jordan no Citi Field, estádio de beisebol de Nova York. O encontro tinha como objetivo firmar uma parceria entre a marca Jordan e Neymar – que de fato aconteceu. Diz o jornal que a equipe da Nike, Neymar e sua entourage (os “parças”) foram celebrar o acerto em uma balada de NY. Por volta das 2 da manhã, o hotel chamou essa funcionária, que coordenava a logística do evento, para ajudar Neymar, que estaria “visivelmente embriagado”. A mulher afirma que ajudou Neymar e que, ao ficar sozinha com ele, o jogador teria abaixado a cueca e tentado forçá-la a fazer sexo oral. Ainda acusa ele de tentar bloquear a porta e persegui-la pelos corredores do hotel, de calça abaixada.
A reportagem diz que, ainda em 2016, a funcionária da Nike compartilhou o caso com amigos e funcionários da empresa, que na época nada fez. Em 2018, após um simpósio sobre assédio e uma pesquisa sobre o tratamento das mulheres dentro da empresa, ela voltou a tocar no assunto e pediu uma investigação formal. Em 2019, ela cobrou os superiores sobre o caso. A Nike reconheceu que, até então, achava que ela “não queria tocar no assunto, por isso abandonaram a investigação”. Foi quando a investigação foi retomada pelo escritório de advocacia e Neymar não teria colaborado, o que teria levado ao fim das relações um ano depois.
Em 2019, o atacante também foi acusado de assédio sexual por outra mulher. O caso foi arquivado pela Justiça posteriormente.
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