Ao longo do último ano, alguns dos jogadores de futebol mais famosos do planeta deixaram de usar chuteiras Nike, rompendo seus vínculos com a empresa. Temos como exemplos Neymar, Sergio Ramos e, possivelmente, Robert Lewandowski. O brasileiro foi para a Puma, o espanhol, para a Adidas e o polonês ainda está negociando. Além deles, os casos de Thiago Alcântara e Raheem Sterling podem estar evidenciando um fenômeno: os patrocínios da Nike estão sumindo do futebol.
Estaria a gigante dos esportes passando por uma crise ou apenas com uma nova estratégia de negócios? É inevitável passar por uma reformulação do plantel de estrelas – e nem todas são Cristiano Ronaldo, que tem um contrato vitalício com a marca. Mas a mudança parece ser maior. Vejamos, então, quais seriam as razões para a Nike abrir mão de alguns de seus patrocínios no futebol.
Tempos de pandemia
Talvez seja uma questão de crise financeira causada pela pandemia. Derrubando economias em todo o mundo, o coronavírus estremeceu até as bases das maiores empresas. Assim, é possível que a Nike tenha procurado apertar os cintos, simplificando seu orçamento onde desse. A questão de dinheiro pode explicar, principalmente, a saída de Neymar para a Puma – que vai pagar ao brasileiro 23 milhões de libras esterlinas por ano, ou algo em torno de 170 milhões de reais. É improvável que esse seja o único motivo para a mudança, mas o dinheiro sempre pesa.
O mercado está caro
A grande compra do material esportivo do Liverpool não saiu barata – e rendeu uma das melhores camisas de times europeus dessa temporada. São quase 40 milhões de dólares por temporada oferecidos ao time inglês, cerca de 210 milhões de reais. É quase o valor de um Neymar e os orçamentos teriam que ser ajustados para levar em conta esse negócio gigante.
Nova estratégia
Considerando as questões financeiras, é bastante provável que a Nike tenha adotado uma abordagem estratégica de olho na geração mais jovem de jogadores. Eles já têm Mbappé como um de seus principais astros e recentemente colocaram jogadores como Jadon Sancho em um papel mais proeminente – ele é o jogador mais jovem da história a ter sua linha de chuteiras, aos 20 anos.
Além deles estão Ansu Fati e Vinicius Jr., dois candidatos a jogarem pelo menos duas Copas do Mundo e disputarem muitas Champions League com destaque. Ao lado de Frankie De Jong, Kai Havertz e Rodrygo, para citar apenas alguns, eles foram promovidos a categorias de contratos antes reservadas apenas à realeza da marca: Ronaldo e Mbappé.
Se dinheiro não fosse um problema, a Nike teria todos os jogadores de futebol do mundo usando suas chuteiras. Mas o mundo do marketing esportivo deve levar em conta o potencial de comercialização desses caras. Em outras palavras, quem vai impulsionar a venda de chuteiras pelos próximos 5 ou 10 anos. Então a questão não é ter menos jogadores, mas sim novos jogadores com os quais não estejamos tão acostumados ainda.
Comentários
Importante - Os comentários realizados nesse artigo são de inteira responsabilidade do autor (você), antes de expressar sua opinião sobre temas sensíveis, leia nossos termos de uso