NBA: o que você precisa saber para assistir (e curtir)

Você pode assistir à NBA por esporte, diversão ou só curiosidade. Seja qual for a motivação, é bom entender um pouco mais sobre o campeonato.

Como ver a NBA entendendo o que está acontecendo

Tem gente que gosta de basquete e já tentou acompanhar a NBA, mas nunca engajou no campeonato. Tem que acompanhe, mas não entende muito o que acontece ali e só curte os jogos de vez em quando. E tem ainda aquelas pessoas que nem gostam do esporte, mas acompanham o hype na época da decisão. Eis algo divertido da NBA, ela é para todos.

Mas se você quiser curtir um pouco mais do campeonato, tem que saber o que está acontecendo em quadra. Não só quem está ganhando, mas também o que significa aquela vitória, quem são os caras envolvidos e o que pode acontecer depois.

É para isso que serve esse guia. Então vamos lá.

O que é a NBA e como ela funciona

Isiah Thomas, estrela da NBA dos anos 80

A National Basketball Association (ou, em português, Associação Nacional de Basquetebol) é o principal campeonato de basquete dos Estados Unidos (embora tenha um time do Canadá) – e, por uma série de motivos que veremos a seguir, do mundo. Foi criada nos anos 1940 com a junção de duas ligas existentes e 17 times participantes.

Hoje, 30 times disputam o campeonatos divididos em duas conferências (ou grupos). Sem rebaixamento, eles têm todos os anos a chance de serem campeões. Para isso, precisam disputar uma série de jogos organizados em uma tabela durante a fase de classificação, chamada “temporada regular”, contra times da sua conferência e da outra (a decisão de contra quais adversários cada time jogará é meio impossível de entender, vamos pular essa parte).

Após cumprida essa tabela, os 8 melhores de cada conferência vão para os playoffs, um chaveamento interno em que o 1º pega o 8º, o 2º pega o 7º e assim por diante. Eles vão se eliminando dentro de suas conferências até que restam dois times, os chamados “campeões” de cada conferência. Esses dois jogam as finais e quem ganhar é campeão da NBA.

Tem repescagem?

Magic Johnson, estrela da NBA dos anos 80

Sim. O corte que define os oito primeiros colocados de cada conferência não é exato. O que a NBA faz é dar uma chance ao 9º e ao 10º colocados de cada grupo, disputando as vagas contra o 7º e o 8º. A essa repescagem se deu o nome de play-in e ela funciona da seguinte forma:

  • 7º e 8º colocados se enfrentam em jogo único. Quem vencer fica com a 7ª vaga nos playoffs. Quem perder espera.
  • Em outro confronto único, 9º e 10º colocados jogam. Quem vencer tem a chance de jogar mais um jogo contra o perdedor da partida acima. Quem perder está eliminado.
  • O time que perdeu o primeiro jogo e o time que ganhou o segundo disputam uma partida única e final, em que o ganhador leva a 8ª vaga nos playoffs e o perdedor é eliminado.

São muitos jogos

Michael Jordan, o maior jogador de basquete de todos os tempos

O item anterior ajuda a entender como, ao contrário de campeonatos de outros esportes (a Uefa Champions League, por exemplo, é decidida em 13 jogos), a NBA gosta de fazer seus times jogarem o máximo possível. Em geral, cada um joga cerca de 3 vezes por semana durante seis meses na temporada regular. Mais dois meses no mesmo ritmo durante os playoffs.

Em números: são 82 jogos na temporada regular, 41 em casa e 41 fora; depois, séries de 7 jogos nos playoffs (quem ganhar 4 deles primeiro, leva) até a final. Ou seja, se um time jogar todos os jogos possíveis em uma temporada, serão 82 da fase classificatória + 28 do mata-mata, totalizando 110 jogos.

“Equilíbrio” financeiro e esportivo

LeBron James, atual estrela da NBA

O que garante que milhões de pessoas ao redor do mundo todo queiram ver essa quantidade absurda de jogos é algo relativamente simples: são bons jogos. Não só porque esse é o campeonato que atrai os melhores jogadores do mundo (como a Champions Laague), mas também por causa de alguns diferenciais.

A NBA tem regras específicas para garantir certo equilíbrio financeiro e esportivo entre seus times. Há um limite de quanto dinheiro cada time pode pagar a seus jogadores, por exemplo, para evitar que poucos times reúnam os melhores da liga.

Mesmo que, na prática, alguns times consigam driblar a regra pagando multas, pode-se dizer que em geral ela funciona bem. Times com mais de dois craques, por exemplo, têm dificuldade de montar elencos com um orçamento limitado por seus grandes salários.

Um (bom) negócio chamado Draft

Kevin Durant, estrela da NBA

Além disso, há uma forma de equilibrar a liga: premiando os piores times de cada temporada. Ao fim do campeonato, eles são numerados (com alguns sorteios e contas) em uma lista do pior ao melhor desempenho, sendo o campeão daquele ano o 30º da lista. O pior de todos tem o direito de fazer a primeira escolha de um processo de seleção de jogadores jovens chamado Draft.

A cada ano, jogadores das universidades dos Estados Unidos e de campeonatos variados ao redor do mundo se alistam para o Draft. Os times da NBA se juntam em uma data específica e escolhem – em ordem e um por vez – os jogadores alistados que querem para si. Os piores times escolhem primeiro, tendo a oportunidade de levarem os melhores jogadores jovens – o que, teoricamente, vai equilibrando o campeonato. (Foi assim que o então fraco Chicago Bulls conseguiu escolher Michael Jordan e mudar sua história, por exemplo, ou que o Golden State Warriors montou um time forte em torno de Stephen Curry.)

Às vezes, se esses times são mal administrados eles desperdiçam a chance de escolher bons jogadores e mudar de nível na NBA. E alguns ainda podem trocar de lugar na ordem de escolhas, negociando dinheiro ou outros jogadores por isso. Mas são os Drafts que, normalmente, ditam o futuro de muitos times.

Quais são os times da NBA

Luka Doncic e Kawhi Leonard, estrelas da NBA

Agora que você já sabe mais ou menos como funciona o negócio, precisa de um (ou alguns) times para acompanhar e torcer. Para isso é preciso saber quais são eles.

Na conferência Leste estão: Boston Celtics, Brooklyn Nets, New York Knicks, Philadelphia 76ers, Toronto Raptors, Chicago Bulls, Cleveland Cavaliers, Detroit Pistons, Indiana Pacers, Milwaukee Bucks, Atlanta Hawks, Charlotte Hornets, Miami Heat, Orlando Magic e Washington Wizards.

Enquanto a conferência Oeste conta com: Denver Nuggets, Minnesota Timberwolves, Oklahoma City Thunder, Portland Trail Blazers, Utah Jazz, Golden State Warriors, Los Angeles Clippers, Los Angeles Lakers, Phoenix Suns, Sacramento Kings, Dallas Mavericks, Houston Rockets, Memphis Grizzlies, New Orleans Pelicans e San Antonio Spurs.

Uma combinação de população das cidades, títulos, fases vencedoras e boas histórias define quais são os times mais populares a liga nos EUA – mas todos têm torcidas apaixonadas e, geralmente, se torce para o time da sua cidade. No Brasil, escolher um time para torcer é algo muito pessoal. Os favoritos dos brasileiros são Celtics, Lakers, Warriors e Bulls – todos muito populares lá e donos de sequências de títulos em décadas diferentes.

Por que a NBA é um campeonato global?

King James da NBA

Até o final dos anos 1950 e começo dos 1960, a NBA era um campeonato relativamente chato e com pouco público. O que começou a atrair a atenção de mais gente foi a dominância de certos jogadores. Todo mundo quer ver os melhores caras de um esporte em ação, e eles sempre estiveram na NBA.

Começou nos anos 60 com jogadores como Wilt Chamberlain, Bill Russell e Oscar Robertson. Depois vieram Kareem Abdul-Jabbar e Julius Erving, seguidos por Magic Johnson, Larry Bird, Michael Jordan, Shaquille O’Neal, Kobe Bryant e LeBron James. Em comum, todos foram reconhecidos como os melhores de seus tempos, liderando seus times a títulos (muitas vezes de forma seguida).

A partir dos anos 90, o fenômeno Michael Jordan e o marketing esportivo agressivo da liga e de suas empresas parceiras (aqui a gente fala um pouco de como a Nike entra nessa história) fez a NBA se tornar um campeonato global. Mais jogadores de fora dos EUA começaram a chegar – e a dominar o jogo. Não se espante com nomes como Giannis Antetokounmpo, Luka Doncic e Nikola Jokic fazendo sucesso quando você for assistir aos jogos.

Tem brasileiro na NBA?

Raulzinho, um dos brasileiros na NBA

Claro. A relação do basquete brasileiro com a NBA vem de longe. Oscar Schmidt, maior jogador de basquete do Brasil, por exemplo, foi escolhido no Draft em 1984 (mas nunca jogou na liga porque na época isso significava abandonar a seleção do seu país). Depois dele, muitos seguiram.

Os mais bem-sucedidos são: Tiago Splitter, campeão pelo San Antonio Spurs e hoje parte da comissão do Brooklyn Nets; Leandrinho Barbosa, campeão e hoje um dos técnicos do Golden State Warriors; Nenê, ídolo do Denver Nuggets; e Anderson Varejão, ídolo do Cleveland Cavaliers e também campeão pelos Warriors.

Em quadra, a temporada de 2020-2021 da NBA termina com quatro brasileiros na ativa: Raulzinho (Washington Wizards), Cristiano Felício (Chicago Bulls), Didi (New Orleans Pelicans) e Varejão (Cleveland Cavaliers).

Onde assistir à NBA

Steph Curry, uma das estrelas da NBA

No Brasil, os direitos de transmissão da NBA são divididos entre alguns canais. Na TV aberta, a Band tem exclusividade. Já na TV fechada, ESPN e SporTV dividem os jogos. Ainda há mais uma opção, o Youtube da NBA Brasil, que exibe algumas partidas gratuitamente.

Quem quiser mergulhar mesmo na liga pode recorrer ao NBA Laague Pass, serviço de assinatura que oferece quantidades diferentes de jogos de acordo com o plano escolhido. Há opções a partir de R$ 20 por mês – e algumas associadas a outros serviços como telefonia móvel ou sreaming.

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Felipe Blumen
Felipe Blumen

Historiador, jornalista de lifestyle e fã de foguetes, Corinthians, gibis e outras bagunças.

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