18 filmes de terror brasileiros para assistir já

O Brasil tem tradição no cinema de horror. Nos últimos anos, a quantidade e a qualidade dos filmes de terror brasileiros só tem aumentado.

O terror é um dos gêneros mais marcantes do cinema. Quem gosta, gosta muito. Quem odeia não chega nem perto. Mas seja você fã de longa data do sangue e dos demônios, seja alguém que curte suspenses psicológicos com uma pontinha sobrenatural, coloque na sua lista esses filmes de terror brasileiros que vamos apresentar.

No Brasil, o gênero tem larga tradição – somos, afinal, o país do Zé do Caixão. Mas foram muitas décadas até que o cinema brasileiro encontrasse um estilo de terror próprio e cativante, com a grana necessária para fazer acontecer. Não é à toa que boa parte dos melhores filmes de terror brasileiros foi feita nos últimos 10 ou 5 anos.

Vista sua melhor capa de coveiro endemoniado, espere a noite da próxima sexta-feira 13 e coloque qualquer um desses para assistir sem erro.

À meia noite levarei sua alma (1964)

Não existiriam quaisquer filmes de terror brasileiros se não fosse Zé do Caixão. O famoso personagem criado por José Mojica Marins deu início ao gênero no Brasil com o longa que conta a história de um sádico e cruel coveiro que estupra uma mulher para gerar um filho perfeito e dar continuidade ao seu sangue. A violentada, então, planeja se suicidar para voltar do mundo dos mortos e se vingar do coveiro. É a prova de que mesmo com limitações técnicas e falta de conhecimento cinematográfico é possível fazer um clássico atemporal.

Esta noite encarnarei no teu cadáver (1967)

Segunda parte da trilogia do Zé do Caixão, o filme é quase uma refilmagem dos acontecimentos do primeiro, adicionando coisas novas. Uma delas é a cena que mostra um inferno colorido (sim, no meio de um filme em preto e branco). Um dos maiores momentos da carreira de Mojica no cinema.

Gêmeas (1999)

Sim, foram feitos outros filmes além dos dramas que marcaram o cinema nacional dos anos 1990. Essa adaptação de Nelson Rodrigues é um bom exemplo de quase terror. O filme conta a história de duas irmãs disputando um mesmo homem. Do suspense cheio de sensualidade surge uma obsessão doentia.

Amor só de mãe (2002)

Os sinais de ressurgimento do gênero depois de décadas em que o cinema nacional sofreu bastante começaram a aparecer com o curta-metragem de Dennison Ramalho (que ainda vai aparecer aqui). É um marco no horror nacional recente, e sua história é uma interpretação da música popular “Coração Materno”, de Vicente Celestino, sob o olhar do satanismo.

Encarnação do demônio (2008)

Demorou, mas o fim da trilogia do Zé do Caixão veio em grande estilo – com orçamento decente e grande produção. Na história, o coveiro mais famoso do cinema sai da prisão depois de décadas e se depara com uma cidade tomada pelo caos, pela violência, pela corrupção e pelo autoritarismo. Mas se o mundo é ruim, Zé do Caixão é pior – e não desistiu de encontrar uma mulher para gerar seu herdeiro.

Mangue negro (2008)

Rodrigo Aragão é um dos maiores discípulos de Zé do Caixão e deu continuidade a seu estilo exagerado que mistura gore (a nojeira, com muito sangue) e humor. “Mangue Negro” talvez seja o primeiro épico de zumbis feito no Brasil – com baixíssimo orçamento e muita criatividade.

O lobo atrás da porta (2013)

Talvez suspense defina melhor o filme do que um terror propriamente dito. O longa explora algo ainda mais assustador do que demônios e monstros: a falta de alma de seres humanos reais. A história é baseada em um acontecimento real, “O caso da Fera da Penha”: o desaparecimento de uma criança na década de 1960.

Quando eu era vivo (2014)

O filme reúne muita gente boa. É dirigido por Marco Dutra (que vai aparecer novamente mais adiante) e baseado em um livro de Lourenço Mutarelli, “A arte de produzir efeito sem causa”. O roteiro foi adaptado por Gabriela Amaral (também aparece já já) e o elenco conta com Antônio Fagundes e, atenção, Sandy (muito bem no papel). A história é a de um homem que volta a morar com o pai depois de se separar – e de repente se vê envolvido em uma trama absurda.

O rastro (2017)

Mais um terror psicológico do que qualquer coisa, o longa conta a história de um médico que coordena a transferência de pacientes de uma clínica psiquiátrica até que um dia uma delas desaparece. Cheia de mistério, a investigação vai entrando em um universo cada vez mais bizarro e obscuro.

As boas maneiras (2017)

O filme é dividido em duas metades que exploram temas como maternidade, diferenças de classe, sobrenatural e fábulas. A primeira é mais tensa e a segunda, mais divertida. A história de uma enfermeira que é contratada como babá de um bebê que ainda não nasceu foi escrita e dirigida por Juliana Rojas e Marco Dutra.

O nó do diabo (2017)

Se a escravidão do povo negro já foi por sí só uma história de terror no Brasil, nada mais justo do que isso virar um filme de terror nacional. São cinco contos, cada um de uma época diferente, narrados ao longo de duzentos anos. Em todos, pessoas negras sofrem seus piores pesadelos nas mãos de um único Senhor do Engenho.

O animal cordial (2017)

A estreia de Gabriela Amaral na direção é um desses filmes de terror que se passam em um único espaço e cabe aos personagens transformarem ele em algo horrendo. Na história, o dono de um restaurante de classe média que está em constantes atritos com seus funcionários se vê em uma situação bizarra quando o lugar é assaltado e ele tenta controlar a situação.

Mal nosso (2017)

A produção independente que enfileirou prêmios e participações em mostras e festivais fora do Brasil se passa no submundo do crime e do ocultismo de São Paulo. Na história, conhecemos um médium que usa a internet para contratar um serial killer para proteger sua filha de uma possessão demoníaca.

O Clube dos Canibais (2018)

Nessa mistura de comédia com horror, conhecemos a história de um casal de elite que tem o hábito de comer seus funcionários. Os dois fazem parte de um clube – o do título – que, como toda reunião de gente da elite, é cheio de golpes, falcatruas e disputas por poder. Tudo isso regado a muito sangue.

Morto não fala (2018)

Um dos filmes de terror brasileiros mais aclamados dessa nova leva. A estreia de Dennison Ramalho na direção de longas conta a história de um plantonista de necrotério que consegue se comunicar com os mortos que são levados até o IML onde trabalha. Até um dia que uma conversa dessas dá errado. A partir daí, o filme vai do estranho ao angustiante, passando pelo gore e o sobrenatural.

A sombra do pai (2018)

Era para ter sido o primeiro filme de Gabriela Amaral, mas ficou para depois de “O animal cordial”. O roteiro narra a trajetória de uma menina que acredita ter poderes sobrenaturais e ser capaz de trazer a mãe de volta à vida. Enquanto isso, o pai se torna cada vez mais ausente e perigoso.

Sem seu sangue (2019)

Esse terror juvenil apresenta a história de amor entre uma garota introspectiva e um menino que tem uma doença hereditária. Quando um acidente interrompe o caso, mergulhamos em uma pira na cabeça da personagem principal. Do tipo que só a confusão mental causada pelo luto e pelas saudades pode provocar.

O cemitério das almas perdidas (2020)

Com um terror de fundo histórico, Rodrigo Aragão conta a história de um jesuíta que provocou um reinado de terror durante o Brasil colonial. Para pagar pelo que fizeram, eles foram amaldiçoados a viver eternamente presos sob os túmulos de um cemitério. Uma fábula muito bem produzida e banhada a sangue.

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Felipe Blumen
Felipe Blumen

Historiador, jornalista de lifestyle e fã de foguetes, Corinthians, gibis e outras bagunças.

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