28 Melhores Filmes Brasileiros para assistir e valorizar o Cinema Nacional

Confira uma seleção especial com os melhores filmes brasileiros de todos os tempos para gostar ainda mais da cinematografia nacional

Bacurau

Quais são os Top 3 Melhores Filmes Brasileiros na sua opinião?

Quem não valoriza e conhece a sua própria história, está fadado a não entender a sua cultura, muito menos a sociedade em que vive. E, se você quer saber melhor um pensamento de época ou do mundo contemporâneo, não tem nada melhor do que conferir a produção cinematográfica do país.

E é neste instante que acontecem os primeiros problemas no Brasil. Muita gente acredita que nós não somos capaz de produzir filmes de qualidade.

Um pensamento totalmente equivocado. Primeiro, porque somos referência no gênero documentários, com ótimas produções valorizadas e premiadas no mundo inteiro. A saber: Ônibus 174, Ilha das Flores, Estamira, O Prisioneiro da Grade de Ferro, entre notros.

Outra, por termos uma história de cinematografia bem vasta, com décadas de produção. E, por muitos momentos, eram os filmes nacionais os grandes blockbusters a levar o público brasileiro para as poltronas do cinema.

Claro, não temos o mesmo investimento da indústria norte-americana. Além disso, problemas de distribuição e de centralização de empresas responsáveis pela produção dos filmes acabam limitando gêneros, assuntos e formatos.

Mesmo assim, nossa produção é vasta, já conquistou vários prêmios e é bem falada nos últimos tempos.

Para você que ainda está desconfiado, selecionamos os Melhores Filmes Brasileiros, títulos importantes para a trajetória do cinema nacional. Dessa maneira, são produções para você conhecer a linguagem cinematográfica e estilo trabalhado pelos diretores daqui.

Melhores Filmes Brasileiros para assistir

 Terra em Transe (1967)

Créditos: Reprodução

Direção: Glauber Rocha

Glauber Rocha foi um marco no cinema nacional. Com o Cinema Novo, inspirado em tantos movimentos cinematográficos que pipocaram ao redor do mundo, Glauber trouxe sua própria leitura para a situação do Brasil em plena ditadura militar.

Extremamente teatral e poético, porém, em nenhum momento cansativo ou superficial. Terra em Transe conta a história do senador Porfírio Diaz, interpretado por um dos maiores atores nacionais, Paulo Autran.

Em um país fictício na América do Sul chamado Eldorado, o senador quer, apesar de odiar o povo, virar imperador. Enfim, a produção é repleta de analogias ao que estava acontecendo no Brasil daquele período.

 Dona Flor e seus Dois Maridos (1976)

Créditos: Reprodução Melhores Filmes Brasileiros

Direção: Bruno Barreto

Inspirado no livro de Jorge Amado, a adaptação feita por Bruno Barreto se passa no carnaval de 1943 na Bahia. Vadinho, interpretado por José Wilker, é um mulherengo que morre repentinamente. Sua mulher, Dona Flor, fica em luto mas depois de algum tempo se casa novamente com Teodoro Madureira, interpretado por Mauro Mendonça.

Porém, o fantasma do seu primeiro marido começa a aparecer quando Dona Flor percebe a vida tediosa que leva.

Ao propósito, Dona Flor e seus Dois Maridos, além de ser engraçado e divertido, é um dos maiores sucessos de bilheteria no Brasil. Apesar de enormes conceitos ultrapassados, ainda pode ser visto com uma análise crítica.

A Dama da Lotação (1978)

A Dama do lotação

Direção: Neville d’Almeida

É claro: precisávamos falar de algum clássico da Pornochanchada. Já fizemos um artigo discutindo vários títulos famosos desse gênero tão marcante no cinema nacional. Mas, a Dama da Lotação certamente é um dos mais conhecidos e importantes do período.

Ainda mais que se transformou na quarta maior bilheteria da história do cinema brasileiro (6,5 milhões). A produção foi uma inspirada em uma obra do Nelson Rodrigues. Dessa maneira, Sônia Braga interpreta uma mulher que ignora o marido e transa com homens que conhece no ônibus.

A saber, Sônia Braga ficou eternizada como símbolo sexual pela sua atuação nesse filme. Fica fácil imaginar o motivo, não é?

 Saltimbancos Trapalhões (1981)

Créditos: Reprodução

Direção: J. B. Tanko

Faltava uma comédia que marcou gerações nesta lista! Hoje, você pode acreditar que os Trapalhões não eram o melhor exemplo de humor, e até achar alguns bem sem graça ultimamente, em vários sentidos. Mas, na época, a adaptação do musical Os Saltimbancos, do Chico Buarque, foi um sucesso e o filme ainda é divertido.

Enquanto no musical do Chico Buarque, os Saltimbancos conta a história de vários animais que se revoltam contra seus donos. O filme dos Trapalhões conta a história de uma trupe de circo que, graças à sua incrível capacidade de fazer o público rir, é o maior sucesso da temporada. Porém, a ganância do Barão, o dono do Circo, e a inveja do mágico Assis, viram um empecilho para a trupe.

Dessa forma, a produção é repleta de ótimas canções, este talvez seja o melhor filme dos trapalhões e continua no coração de muita gente.

 O Que é Isso, Companheiro? (1997)

O que é isso, companheiro

Direção: Bruno Barreto

Um dos filmes para entender a ditadura militar no Brasil e principalmente entender como funcionava a estratégia da resistência para recuperar a democracia no país.

Em 1964, o golpe militar derruba o governo. Em 1968, o Ato Institucional número 5, o pior e mais cruel ato anti-constitucional já realizado no Brasil, é implementado. Ele acabou com a liberdade de imprensa e eliminou vários direitos civis.

Nesse cenário, a resistência formada principalmente por estudantes intensificou a luta armada. E, clandestinamente, elaboraram um plano para sequestrar o embaixador dos Estados Unidos. A proposta era trocá-lo pelos prisioneiros políticos que estavam sendo torturados em diversos DOIs espalhados pelo país.

Ainda assim, o filme retrata o desespero da população e o medo da ditadura. Além disso, apresenta vários ângulos de análise para o que aconteceu naquele período e apresenta o comportamento de vários perfis diferentes de militantes.

 Central do Brasil (1998) – Melhores Filmes Brasileiros

Melhores Filmes Brasileiros

Direção: Walter Salles

Fernanda Montenegro concorreu ao Oscar pela sua interpretação em um dos filmes brasileiros mais bonitos com alcance internacional. Na trama, ela interpreta Dora, uma mulher que trabalha na estação Central do Brasil (RJ), escrevendo cartas para pessoas analfabetas. Em determinado momento, uma criança entra em sua vida de maneira inesperada e, para ajudar o menino, Dora precisa encarar uma viagem ao sertão nordestino.

Dessa forma, o paralelo entre uma mulher conhecida por contar as histórias dos outros e transmitir mensagens de terceiros, e a viagem em busca da real história daquele garotinho pelas estradas do Brasil é extremamente envolvente.

Se você assistir esse filme sem se atentar aos momentos em que ele traça uma análise social e histórica, você ainda assim vai viver uma experiência interessante. Mas, assistir Central do Brasil tentando entender a rotina dos brasileiros que migram pelo país em busca de melhores condições, é muito mais enriquecedor.

 Bicho de Sete Cabeças (2000)

Créditos: Reprodução

Direção: Laís Bodanzky

Surpreendente. Um retrato de várias famílias da classe média brasileira que preferem fechar os olhos para mudanças e para a realidade do que curar seus próprios preconceitos. Uma viagem brasileira que mistura nossa essência e nosso dia a dia com elementos cinematográficos utilizados em outros longas, como o filme Trainspotting, de Danny Boyle.

O drama aqui, entretanto, é muito mais intenso. A loucura é narrada com uma acidez visual marcante e, pela falta do diálogo e orgulho, a vida de um garoto é praticamente destruída depois de anos confrontando seu pai. Assim, Rodrigo Santoro interpreta um garoto que é mandado para um hospital psiquiátrico onde é devorado por um sistema cruel.

Auto da Compadecida (2000)

Créditos: Reprodução

Direção: Guel Arraes

Um dos filmes mais divertidos do cinema brasileiro. Baseado na peça teatral de 1955, o filme é ambientado no sertão nordestino e conta a história de dois personagens principais, João Grilo (Matheus Nachtergale), um sertanejo mentiroso e Chicó (Selton Mello), um covarde mulherengo.

Os dois, muito pobres, vivem de pequenos golpes em suas viagens pelo sertão. Eles sempre se dão bem, mas acabam se envolvendo com um cangaceiro e precisam encarar diálogos morais em cenas extremamente engraçadas, cômicas e representativas. Enfim, apesar da comédia, o filme aborda vários aspectos culturais e religiosos típicos do nordeste brasileiro. Logo, alcançou algo raro no Brasil quando o assunto é cinema: criou bordões e, até hoje, é referência na boca do povo.

Abril Despedaçado (2001)

abril despedaçado

Direção: Walter Salles

O interior do nordeste brasileiro é repleto de mitos, folclores e tradições. Entre várias histórias que perpetuavam o sertão do país em meados do século 20, estava a disputa familiar de duas famílias. Vingança é o fio condutor da narrativa através dos olhos de Tonho, interpretado por Rodrigo Santoro, que em determinado momento começa a se questionar sobre a real necessidade de manter a rivalidade e resolver questões de gerações por meio da violência.

Aliás, a direção de Walter Salles é maravilhosa, cada detalhe é importante para o desenvolvimento dos personagens e para a crítica proposta pelo diretor.

Cidade de Deus (2002) – Melhores Filmes Brasileiros

Cidade de Deus

Direção: Fernando Meirelles

A realidade da favela, a rotina dos jovens que entram para o tráfico de drogas, a impossibilidade, a falta de esperança, o comportamento da polícia perante a pobreza e a aceitação de uma realidade praticamente imutável são apenas alguns dos temas abordados nesse filme espetacular. 

A fotografia, a montagem e a construção de tensão rendem cenas épicas para a história de Buscapé. Dessa forma, este é um jovem pobre que sonha em ser fotógrafo e, assim, através da câmera, consegue trilhar seu caminho pela dura realidade da Cidade de Deus.

Sem sombra de dúvidas, é um dos Top3 Melhores Filmes Brasileiros.

 Amarelo Manga (2002)

Créditos: Reprodução

Direção: Cláudio Assis

Controverso, odiado por muitos e amado por tantos outros, Amarelo Manga tem tantos elementos de clássicos do cinema mundial que fica difícil elencar todos.

Lígia, uma mulher sem esperanças, trabalha num bar no subúrbio de Recife e mora por lá mesmo. Kika, religiosa, é casada com um açougueiro que tem uma amante. Na periferia da cidade, o Hotel Texas é o cenário das histórias de Dunga, homossexual apaixonado pelo marido de Kika. Isso sem falar de Isaac, hóspede com o prazer de atirar em cadáveres.

Sua história cruza com a de Rabecão pois este, funcionário do IML, fornece os corpos para ele. A trama de todos se mistura quando Lígia conhece Isaac no bar onde trabalha.

 Lisbela e o Prisioneiro (2003)

Lisbela e o prisioneiro

Direção: Guel Arraes

Um romance que utiliza vários elementos cinematográficos clássicos e os transporta para o nordeste brasileiro. Lisbela e o Prisioneiro é quase uma fábula brasileira que merece ser vista.

Lisbela, interpretada por Débora Falabella, é uma típica moça de interior que ama cinema e vive sonhando com os atores de seus filmes favoritos. Selton Mello interpreta Leléu, um galã conquistador que fica com uma mulher diferente em cada canto. Ele acaba se apaixonando por Lisbela, em um típico roteiro de Hollywood.

A trama, com mocinho, bandido e mocinha, é uma homenagem ao cinema faroeste. Bem como não poderia ser diferente, Leléu precisa encarar o vilão para ficar com sua amada.

Aliás, a união desses elementos, personagens extremamente brasileiros e um cenário típico do nosso país é um espetáculo à parte.

Carandiru (2003) – Melhores Filmes Brasileiros

Carandiru

Direção: Héctor Babenco

Baseado no livro Estação Carandiru, do médico Dráuzio Varella, o filme relata vários tipos de experiências vividas por internos no maior presídio da América Latina, desativado em 2002.

O Carandiru, que já foi palco de um dos maiores massacres da história brasileira, é trabalhado no filme como o cenário para dramas reais e traumáticos.

O médico Luiz Carlos Vasconcelos realiza um trabalho de prevenção a AIDS dentro do presídio. Lá dentro, enxerga a realidade violenta, cruel e encara problemas seríssimos que seguem até hoje dentro das penitenciárias brasileiras: superlotação, instalações precárias, abuso e o poder da milícia.

Dessa maneira, a humanização dos internos é um ponto alto no filme, capaz de nos fazer conhecer indivíduos em vez de enxergamos apenas números e ignorar o passado e a influência da sociedade sobre eles.

O Homem que Copiava (2003)

O Homem que copiava

Direção: Jorge Furtado

Esse filme passou despercebido por muitos, mas vale a pena assistir para ver um filme com enredo de qualidade que concorreu em várias premiações.

Na zona norte de Porto Alegre, André, operador fotocopiadoras, precisa de dinheiro. A motivação é meramente passional, mas ele consegue copiar notas de 50 reais. A reação em cadeia das suas atitudes resulta em uma trama que nos faz refletir sobre as oportunidades e sobre quais são os verdadeiros criminosos na sociedade.

Cinema, Aspirina e Urubus (2005) – Melhores Filmes Brasileiros

Cinemas, Aspirinas e Urubus

Direção: Marcelo Gomes

No meio do sertão nordestino em 1942, dois mundos diferentes se encontram através da figura de dois homens. Johann, um alemão que fugiu da 2ª Guerra Mundial, dirige um caminhão e vende aspirinas; Ranulpho, um homem simples que ganha uma carona de Johann e, assim, começa a trabalhar para ele.

Assim como Cine Holliúdy – porém mais sério, Cinema, Aspirina e Urubus retrata a mágica do cinema. Isso sem contar a influência sobre as pessoas: a dupla exibe filmes para quem nunca conseguiu ir ao cinema e, em paralelo, eles enfrentam a realidade cruel do Brasil daquela época.

2 Filhos de Francisco (2005)

2 filhos de francisco Melhores Filmes Brasileiros

Direção: Breno Silveira

O filme consegue agradar a todos independente do gosto musical, já que o foco da produção não é a carreira de sucesso da dupla, e sim, o que veio antes dela.

O foco é a trajetória da família Camargo, marcada por desafios, dando uma grande ênfase ao pai, Seu Francisco. O filme consegue ser emocionante sem precisar em nenhum momento, apelar para pieguices ou passar imagens com intuito de promover a carreira da dupla (como se eles precisassem).

Assim, a produção segue um pouco a velha tradição dos antigos musicais de Hollywood. É uma história da busca pelo sucesso, na qual se enfrenta todo tipo de problemas e dificuldades para finalmente conseguir o que se sonha.

O Cheiro do Ralo (2006)

O Cheiro do Ralo

Direção: Heitor Dhalia

Irônico em vários momentos, O Cheiro do Ralo trabalha com a baixo autoestima, pequenos abusos de poder e loucura de uma forma quase inédita no cinema nacional.

Incapaz de lidar com a culpa, Lourenço, interpretado por Selton Mello, é dono de uma loja de penhores, uma espécie de brechó. Explorador por não conseguir entender seus próprios conflitos, Lourenço começa a analisar as pessoas como se elas estivessem à venda, relacionando suas características pessoais com as características dos objetos oferecidos por elas.

Em paralelo, existe um cheiro constante proveniente do ralo da loja, uma clara metáfora ao que Lourenço quer esconder.

Tropa de Elite (2007) – Melhores Filmes Brasileiros

Melhores Filmes Brasileiros

Direção: José Padilha

Segundo o próprio José Padilha, muita gente interpretou seu objetivo com o filme de forma equivocada. Dessa maneira, vale a pena ver de novo o já clássico Tropa de Elite com outra visão.

O dia-a-dia do grupo de policiais e de um capitão do BOPE (Wagner Moura), que quer deixar a corporação e tenta encontrar um substituto para seu posto. Paralelamente dois amigos de infância se tornam policiais e se destacam pela honestidade e honra ao realizar suas funções, se indignando com a corrupção existente no batalhão em que atuam.

Assim, a história sobre o Capitão Nascimento e sua equipe de operações especiais da polícia do Rio de Janeiro pode ser, sim, interpretada como uma crítica ao sistema corrupto brasileiro. Além disso, revela os abusos de poder, coloca um olhar no tráfico e consumo de drogas, sem contar o abalo psicológico da polícia brasileira.

Estômago (2007)

Créditos: Reprodução

Direção: Marcos Jorge

Inspirado no conto “Presos pelo Estômago”, do livro “Pólvora, Gorgonzola e Alecrim”, o filme conta a história de Raimundo Nonato. Ele, assim como vários outros nordestinos, se mudou para a cidade grande com a esperança de ter uma vida melhor.

Como faxineiro em um bar, ele descobre seu talento na cozinha e faz o restaurante crescer em proporções absurdas graças às suas coxinhas deliciosas. Qualquer outro detalhe sobre o roteiro pode estragar a surpresa e a qualidade narrativa apresentada pelo filme.

De Pernas para o Ar (2010)

Créditos: Reprodução

Direção: Roberto Santucci

É importante falar de uma comédia dos últimos anos que muita gente não ligou ou acreditou ser supérflua quando ela estreou. De Pernas para o Ar, apesar de parecer bobo, foi importante para trabalhar algumas questões de emancipação sexual feminina e liberdade na compra de produtos eróticos.

Alice, interpretada por Ingrid Guimarães, trabalha demais e não tem tempo para a família. Quando seu casamento parece ir por água à baixo, ela vira sócia da dona de um Sex Shop.

As mudanças que acontecem na sua vida seguem em paralelo ao sucesso dessa nova empreitada. Com cenas engraçadas, a gente até consegue refletir sobre a visão da sociedade sobre o sexo.

Tropa de Elite 2 (2010)

Tropa de elite 2 Melhores Filmes Brasileiros

Direção: José Padilha

“Apesar de possíveis coincidências com a realidade, este filme é uma obra de ficção”. É desta forma que inicia Tropa de Elite 2, fenômeno antes mesmo de estrear. Em parte pela popularidade do filme original, que eternizou personagens e bordões no inconsciente coletivo nacional, mas não apenas isto.

Nascimento (Wagner Moura), agora coronel, foi afastado do BOPE por conta de uma mal sucedida operação. Desta forma, ele vai parar na inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Contudo, ele descobre que o sistema que tanto combate é mais podre do que imagina e que o buraco é bem mais embaixo. Seus problemas só aumentam, porque o filho, Rafael, tornou-se adolescente, Rosane não é mais sua esposa e seu arqui-inimigo, Fraga, ocupa posição de destaque no seio de sua família.

Acusado de fascista no primeiro filme, o diretor Padilha agora brinca transferindo a acusação ao personagem principal da série. Só que, mais do que rebater as críticas que recebeu, ele as amplia. Deixa o reduto carioca do BOPE para tratar de política, partindo do Estado do Rio de Janeiro para alcançar o país.

A produção, entre os Melhores Filmes Brasileiros, é referência no exterior.

2 Coelhos (2012) – Melhores Filmes Brasileiros

2 coelhos

Direção: Afonso Poyart

Um filme nacional com ótimos efeitos especiais e uma mistura de narrativa política com jogo de videogame.

O herói da história busca denunciar um esquema de corrupção, suborno policial e outros problemas políticos. Tudo isso em uma narrativa de tirar o fôlego. Mesmo. As referências são inúmeras e em vários momentos 2 Coelhos lembra filmes do Tarantino ou clássicos de ação norte-americanos. Porém, é claro, com essência brasileira.

O Lobo Atrás da Porta (2013)

Créditos: Reprodução

Direção: Fernando Coimbra

Amargo, o filme foi baseado em uma história real e relata o desaparecimento de uma criança. Seus pais, Bernardo e Sylvia, vão até a delegacia e lá são interrogados separadamente pelo delegado. Aos poucos, descobre histórias escondidas sobre a vida de Bernardo e sua amante, Rosa.

É impossível assistir esse filme sem se envolver com os personagens e suas motivações, certamente é um marco da nova geração de filmes nacionais.

Cine Holliúdy (2013) – Melhores Filmes Brasileiros

Cine Holliúdy

Direção: Halder Gomes

Cine Holliúdy se tornou um fenômeno no Nordeste do Brasil. Não só porque faz uma piada interna com seu público direto, colocando legendas sobre os diálogos em “cearensês”. É também porque escolhe uma linguagem muito mais direta e emocional com o público, que foge do eixo Rio-SP e fala com o brasileiro real.

Interior do Ceará, década de 1970. A popularização da TV permitiu que os habitantes da cidade desfrutassem de um bem até então desconhecido. Porém, o televisor afastou as pessoas dos cinemas. É aí que Francisgleydisson (Edmilson Filho) entra em ação. Ele é o proprietário do Cine Holiúdy, um pequeno cinema da cidade que terá a difícil missão de se manter vivo como opção de entretenimento.

O Som ao Redor (2013)

Som ao redor

Direção: Kleber Mendonça Filho

O Som ao Redor tenta mostrar que, no século 21, a exploração do trabalho e a obsessão com a posse só ganham novas expressões.

A trama se ambienta na vizinhança onde Mendonça mora no Recife, em meio aos edifícios altos de Boa Viagem (PE). São três ou quatro ruas que a família do senhor Francisco domina. Quando chega por lá, porém, uma equipe de vigilância propondo aos vizinhos um serviço de segurança 24 horas (que todos contratam na hora), a influência e o poder de Francisco se enfraquecem. Com os vigias alertas, enfim, todos podem ter seu próprio latifúndio em paz.

A chegada dos vigias é o pretexto para a produção montar um panorama da convivência problemática que temos hoje. Com os espaços públicos e privados nas grandes cidades, situação de hostilidade que passa pelas relações domésticas de trabalho.

Que Horas Ela Volta? (2015)

Que horas que ela volta

Direção: Anna Muylaert

Sutil, mas ácido. O filme “Que Horas Ela Volta?” é um retrato de como a sociedade brasileira mudou ao longo dos anos. Além disso, mostra como é defasado o comportamento de várias pessoas da classe média alta em relação aos empregados domésticos. O contraste entre duas gerações é representado através de uma mãe e sua filha. Elas não se vê desde muito nova, pois a mãe deixou no nordeste para vir ganhar a vida em São Paulo.

Val chegou na capital e, desde então, mora na casa dos patrões. Empregada doméstica, ela raramente visita a filha e, em paralelo, toma o filho dos patrões como seu também. Mesmo assim, ela dorme no quarto da empregada e, por exemplo, não pode entrar na piscina ou sentar na mesa da cozinha. Sua filha, Jéssica, vai para São Paulo prestar vestibular e o choque de gerações e comportamentos é nítido para todos da casa.

Um dos filmes mais bonitos que o cinema Brasileiro já fez. Difícil de digerir mas fácil de identificar comportamentos parecidos em várias casas do Brasil.

Bingo (2017) – Melhores Filmes Brasileiros

Bingo

Direção: Daniel Rezende

2360873. Quem cresceu nos anos 1980, lembra muito bem do significado destes números. Era o telefone do Bozo, um programa de televisão apresentado por um palhaço com a cara branca, roupa azul e nariz e cabelo vermelhos. Era a mania entre as crianças, que desfilavam nas escolas jargões como “cinco e sessenta”, “dá uma bitoca no meu nariz” e “ah, que peninha”.

Só que não existiu somente um intérprete de Bozo no Brasil. Assim, o filme é uma narrativa cinebiografia de Arlindo Barreto, um dos intérpretes do palhaço Bozo no programa matinal exibido pelo SBT. Barreto alcançou a fama graças ao personagem, apesar de jamais ser reconhecido pelas pessoas por sempre estar fantasiado. Esta frustração o levou a se envolver com drogas, chegando a utilizar cocaína e crack nos bastidores do programa.

Bacurau (2019)

Bacurau

Direção: Kleber Mendonça Filho

Você já assistiu Bacurau?

Metade de 2019 foi invadido com essa frase mantra que apareceu nas redes sociais. Conquistou o primeiro Prêmio do Júri de um filme brasileiro no Festival de Cannes, um dos mais renomados do mundo. Bacurau misturou a linguagem do cinema nacional com características de gêneros como ação e suspense. Quer um conselho. Não leia a sinopse abaixo e vá direto para conferir o filme!

No sertão brasileiro, a comunidade de Bacurau acaba de perder dona Carmelita, uma moradora respeitada por todos. Na cidade para o velório, Teresa encontra Domingas, Acácio e outros moradores de quem é próxima. Logo, estranhos episódios começam a acontecer e o povoado desaparece dos mapas online. O fora da lei Lunga então é chamado para ajudar seus conterrâneos a protegerem sua terra.

Apesar do pouco tempo, já entrou no hall de uma dos Melhores Filmes Brasileiros!

Leonardo Filomeno
Leonardo Filomeno

Jornalista, Sommelier de Cervejas, fã de esportes e um camarada que vive dando pitacos na vida alheia

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