Confira uma seleção de filmes para refletir sobre racismo ainda presente em nossa cultura!
O caso do policial branco sufocando um homem negro (George Floyd) nos EUA reacende um sentimento alimentado por séculos de injustiça e violência contra os negros não só nos Estados Unidos.
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Mas, o fato não é algo que ocorra somente em terras norte-americanas. Por aqui, tivemos a recente morte do menino João Pedro, assassinado por uma bala que saiu de um policial, em sua própria casa em São Gonçalo.
Foram contadas cerca de 70 marcas de tiro de fuzil na casa, onde também estavam outros jovens e crianças.
Mas, este não é um caso isolado. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2019, 75,4% das mortes decorrentes de intervenções policiais em 2018 foram de pessoas negras. Dessas vítimas, mais de 99% eram do sexo masculino e 78% tinha entre 15 e 29 anos.
Como você vê nos números, João Pedro não foi a primeira vítima negra isolada e muito menos será a última.
Apesar de terem conquistamos muitos direitos, ainda falta muito para que a luta negra acabe, tanto no Brasil como em outros países. A realidade e, principalmente, as oportunidades de negros e brancos são muito distintas ainda hoje.
A gente precisa entender melhor o quão profundo é o preconceito racial. Por isso, resolvi montar uma lista com filmes que discutem não só a identidade preta, mas todos os conflitos que permanecem vivos em nossa sociedade. Confira a seleção!
Filmes para refletir sobre racismo
Mississipi em Chamas (1988)
Dois agentes do FBI investigam a morte de três militantes negros contra a segregação racial. O problema se dá na comunidade onde as vítimas viviam, uma pequena cidade dos EUA onde o racismo é escancarado.
Nela, a violência contra a comunidade negra já virou parte da rotina.
Faça a Coisa Certa (1989)
Outro filme do Spike Lee que é uma verdadeira obra-prima e que tem uma relação direta com os conflitos atuais.
Salvatore “Sal” Fragione é dono de uma pizzaria italiana no Brooklyn que tem uma parede cheia de nomes de artistas famosos. Um dos moradores do bairro, Buggin’ Out, fica indignado ao ver que na parede só há nomes de artistas italianos brancos.
Ele acha que um estabelecimento localizado no Brooklyn deveria ter o nome de atores afrodescendentes, mas Sal não concorda. A parede se torna, então, motivo de ódio para Buggin’ Out e outros moradores do bairro, aumentando o clima de tensão.
Ó paí, Ó (2007) – Filmes para refletir sobre racismo
O longa retrata a vida de pessoas que moram em um cortiço no Pelourinho durante o período de carnaval. Protagonizado por Lázaro Ramos, a história traz uma série de referências a conflitos raciais e violência contra jovens negros na capital baiana.
O recorte é um pequeno retrato da realidade que se vê em outras metrópoles do Brasil. Deixo em vídeo o grande momento de atuação de Lázaro Ramos e Wagner Moura, que reforçam o preconceito estrutural.
Histórias Cruzadas (2011)
Na narrativa, Skeeter é uma garota da alta sociedade que quer ser tornar uma escritora. Com bastante interesse no debate social, ela entrevista uma série de mulheres negras que se viram obrigadas a abandonar suas vidas para cuidar da criação dos filhos.
Em uma pequena cidade no sul dos EUA, o filme acontece em uma época em que a discriminação racial começava a ser discutida no país. Este questionamento acontecia, principalmente, por conta de lideranças como Martin Luther King.
Django (2012) – Filmes para refletir sobre racismo
Um dos melhores filmes de Tarantino. Ele conta a história de Django, um negro escravizado que é libertado pelo Dr. King Schultz, um assassino de aluguel.
Junto dele, Django parte em busca de sua esposa, que foi separada dele em uma das casas onde os dois foram escravizados. Durante a jornada, o herói precisa enfrentar uma série de situações racistas que aconteciam nos Estados Unidos na época. Situações estas que fazem uma clara referência a casos que ocorrem até os dias de hoje.
12 Anos de Escravidão (2013)
Baseado na história real de Solomon Northup, 12 Anos de Escravidão mostra mostra a vida de um negro liberto. Este vive com a família no norte dos EUA e trabalho como músico.
Os problemas iniciam quando ele acaba sendo vítima de um golpe que o faz ser levado para o sul do país. Dessa forma, como escravizado, passa a sofrer cenas trágicas e difíceis de digerir por muito tempo.
Fruitvale Station – A Última Parada (2013)
Oscar é um jovem carismático e muito próximo da família. Mas, um incidente faz com que ele seja abordado de forma violenta pela polícia dos EUA, indo direto pra prisão.
Agora, sem emprego e sem dinheiro, ele tenta se reerguer para sustentar a namorada e a filha deles.
Selma – Uma Luta pela Igualdade (2014)
O filme Selma retrata a história de vida de Martin Luther King Jr., na conquista do direito ao voto da comunidade negra nos Estados Unidos.
O conflito do movimento resultou em uma marcha épica do político até o Alabama. Dessa forma, a revolta convenceu o presidente Lyndon Johnson a implementar a Lei dos Direitos de Voto.
Moonlight (2016) – Filmes para refletir sobre racismo
Três momentos da vida de Chiron, um jovem negro morador de uma comunidade pobre de Miami. Do bullying na infância, passando pela crise de identidade da adolescência e a tentação do universo do crime e das drogas.
Assim, o filme que conquistou três Oscar em 2017 conta a trajetória de um homem negro que precisa passar por toda esta narrativa de pobreza e violência.
Corra! (2017)
Um casal formado por um jovem negro (Chris) e uma garota branca de família tradicional resolvem viajar para conhecer a família dela (Rose).
Ao mesmo tempo em que as situações tensas começam a acontecer envolvendo familiares da sua namorada. Assim, um debate força a questão de racismo velado que sempre passa despercebido na sociedade.
Infiltrados na Klan (2018)
O ano é 1978. Um policial negro do Colorado consegue se infiltrar na Ku Klux Klan local somente através de telefonemas e cartas. O problema surge quanto precisa estar pessoalmente no grupo, o que leva a enviar um policial branco no lugar.
Aliás, o inusitado é que o infiltrado acaba se tornando líder do grupo racista, sabotando uma série de crimes de ódio. Filme dirigido por Spike Lee e inspirado em uma história real.
Pantera Negra (2018)
Pantera Negra é o primeiro filme de super-herói negro, de origem africana, a protagonizar um filme solo nos cinemas. A narrativa faz, ainda mais, não só uma ode ao protagonismo negro, como recria toda uma identidade visual com cultura africana.
Na história, T’Challa, retorna ao reino de Wakanda após a morte do pai para participar da cerimônia de coroação. Assim, o longa faz referências diretas a evolução tecnológica dos países africano. Além de trazer um ponto de vista crítico sobre a relação entre pessoas negras de origens distintas.
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