Antes fosse, por razões culturais e estéticas, que somente a virilidade do ser másculo conduzisse ao lado do ser feminil a carroça da história com a sustentação de um fardo de convicções que parece imutáveis. Não.
O papel feminino por muitas vezes nessa carroça não foi colocar força nas rédeas e ao lado do suor varonil do masculino construir unidade, acelerando ou freando os passos, foi dentre esses também roteirizar a dita imagem que associa até sinonimamente do termo do seu companheiro: forte/robusto. Uma imagem que a põe fluentemente à um degrau abaixo e logo socialmente dois degraus abaixo.
O que se quer dizer com isso, é que a mulher feita à imagem e semelhança do homem traz no seu reflexo o doutrinamento histórico à marginalidade, é inferiorizada e vende a sua imagem por uma costela, ainda que com desigualdades e experiências radicalmente diferentes dos mesmos, muitas abdicam dos seus valores para reproduzirem um discurso baseado em roteiros protótipos históricos que não se inventam com o rodar da carroça. Ainda presas ao avental patriarcal que se suja com passado e ainda não lavado pela Might Thor do início do século XX.
Não é a intenção escrever um manifesto feminista. Até porque ele deve ser escrito por elas. E sim, relatar sobre o cansaço que ainda fada a fala feminina sobre o homem e constrói modelos que as impedem de se igualarem aos mesmos socialmente, fugindo das normas de gênero e das opressões patriarcais.
Lembrem-se do protofeminismo que guiou muitas carroças e abriram novas estradas tão boas quanto abertas pelo braço másculo. Lembrem-se que o peso da carroça se reflete na longevidade do caminho.
Ao invés de exigirem um macho forte e robusto para guiar a sua carroça, arregacem os vestidos e peguem uma das rédeas e ajude-o a ser um novo homem, isso depende dele, mas se pode auxiliar. Modelos não constroem, reproduzem.
O medo do homem de não ser macho, nasce por entre outros campos, da equivalência ao medo do homem de não surpreender a mulher, que nasce da cobrança da mesma, em relação as suas expectativas de depositarem no homem um idealismo universal, vitimado pela reprodução de discurso. No qual, apenas o aprisiona no recalque, segundo Freud, um mecanismo mental de defesa contra ideias que sejam incompatíveis com o eu.
Antes de se perguntarem para onde foram os machos, se perguntem o que os machos veem fazendo com o seu homem todo esse período. Qual a ”necessidade” do macho de dominar? Basta abrir os livros de história para comparar a imagem do que é chamado de homem de verdade no dialeto atual com os Neandertais que agiam pelo instinto animal que se reflete no patriarcal de fecundar e proteger a prole, obscurecendo a labor real do parto.
Moças, seus homens podem chorar assistindo uma sessão no cinema do filme ”Ghost” e após disso, ao ir pra casa, mostrar que tem ”pegada”, ter uma ereção e satisfazê-la sexualmente, talvez até com a sensibilidade e o respeito de levá-la além disso.
A virilidade masculina não deve ser vista como poder, pois reprime em valor a feminilidade, e por isso não deve ocupar todo espaço de existência dos ”verdadeiros machos”, que não são autênticos, são moldes.
Porque ”macho que é macho” se livra da caixa de pandora e cria a esperança que não saiu da mesma junto com os males do mundo, de ser melhor. E outra, se seu homem veste saia, ao invés de se perguntar se ele é um ”moderninho” ou menos homem, vá atrás das alianças e case, pois ele sabe que o gênero é uma categoria útil.
► Texto por Ribamar Junior. Estudante de Jornalismo da Universidade Federal do Cariri, fotógrafo, amante da poesia e militante do movimento ”Homens Libertem-se!”
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