Álcool com energético tem o mesmo efeito que cocaína

Pois é: misturar vodka com energético, por exemplo, pode ser tão prejudicial para a sua saúde quanto cheirar cocaína.

Há anos a mistura de vodka com energético se tornou popular nas baladas e festas em todo o mundo. Mas, segundo um estudo realizado pela Universidade Purdue, em Indiana, EUA, esse drink pode ser tão prejudicial para a saúde quanto cocaína. Principalmente se ele for tomado por jovens.

+ 15 coisas que aprendi ficando 30 dias sem beber álcool
+ Mitos sobre bebidas alcoólicas que você não deveria acreditar

Os pesquisadores fizeram testes com os cérebros de ratos adolescentes – já que não poderiam fazer o mesmo com humanos – e observaram mudanças químicas em suas massas encefálicas muito parecidas com os efeitos da droga. 

O alerta surge da quantidade da cafeína: uma lata de energético pode ter até 10 vezes mais cafeína do que um refrigerante comum. E, ultimamente, os jovens preferem beber energético na balada para espantar o cansaço a festa toda.

Aliás, outra pesquisa norte-americana publicada no Journal of Addiction Medicine constatou que jovens que consumem energético, mesmo sem misturá-lo com bebidas alcoólicas, têm mais chance de virarem consumidores de álcool na vida adulta.

Álcool com energético tem o mesmo efeito que cocaína

Porém, quando o energético é tomado com álcool ainda na adolescência, o centro de recompensas do cérebro é alterado, fazendo com que os jovens sintam mais dificuldade em lidar com substâncias prazerosas – esse efeito, aliás, pode durar até a vida adulta.

Segundo a pesquisa, ratos que tomaram álcool com energético se tornaram muito mais ativos (obviamente) e seus cérebros foram inundados pela proteína ΔFosB, extremamente presente em cérebros de quem abusa da cocaína ou da morfina.

Quando adultos, os mesmos ratos se tornaram muito mais resistentes à sensação de prazer da cocaína. Ou seja: se os ratos fossem humanos, eles provavelmente procurariam doses maiores da droga para suprir essas necessidades.

Um dos autores do estudo, Richard Van Rijn, afirmou: “tudo indica que as duas substâncias misturadas causam mudanças de comportamento e na neuroquímica do cérebro. Há claramente efeitos em tomar essa mistura que não existiriam quando se toma o álcool ou o energético separadamente”.

Então, enquanto novas pesquisas são realizadas, é melhor não beber essa mistura – ou, pelo menos, evitá-la.

Compartilhe
Maria Confort
Maria Confort

Jornalista, cinéfila, fanática por literatura e, por isso, apaixonada pela ideia de entender pessoas.

Comentários
Importante - Os comentários realizados nesse artigo são de inteira responsabilidade do autor (você), antes de expressar sua opinião sobre temas sensíveis, leia nossos termos de uso