Estudos sugerem que tipo sanguíneo pode determinar gravidade ao coronavírus (Covid-19)

Fatores como idade e doenças preexistentes influenciam o contágio, mas a genética pode explicar por que algumas pessoas têm sintomas mais fortes do que outras

tipo sanguíneo pode determinar gravidade ao coronavírus

Enquanto a pandemia de Covid-19 avança, cientistas e estudiosos se debruçam em milhares de pesquisas para conhecer melhor o vírus. Pois dois estudos divulgados recentemente sugerem que o tipo sanguíneo pode determinar gravidade ao coronavírus.

As análises ainda não estão consolidadas. Mas, segundo as pesquisas, aqueles que tem uma variante de gene para sangue tipo A tinham 50% mais chances de ter a forma crítica da doença e necessitam de maior suporte de oxigênio.

Ou seja, a genética pode conseguir explicar porque algumas pessoas têm sintomas mais fortes que outras.

O estudo realizado por pesquisadores alemães da Universidade de Kiel analisou mais de 1600 pacientes com covid-19 e 2205 pessoas saudáveis da Itália e Espanha e constatou que uma variante de gene que codifica para o sangue tipo A tinha 50% mais chance de ter a forma mais crítica da doença.

Estudo Chinês

tipo sanguíneo pode determinar gravidade ao coronavírus

Mas, esta não é a primeira vez que isto foi observado. Pesquisadores Chineses apontaram em um estudo realizado em março que pessoas pertencentes ao tipo sanguíneo A são mais suscetíveis à infecção pelo novo coronavírus e apresentam mais risco de morte por Covid-19, enquanto pessoas do tipo O correm menos risco de contrair e morrer pela doença.

Conduzidos por Wang Xinghuan, professor na Universidade de Wuhan Zhongnan, os pesquisadores investigaram o tipo sanguíneo de 2.173 pessoas contaminadas pelo vírus em três hospitais na China, dois em Whuran (epicentro da pandemia) e um em Shenzhen. Eles compararam as pessoas contagiadas com as que são saudáveis das mesmas regiões.

Entre os 1.775 pacientes do Hospital Wuhan Jinyintan, 38% tinham sangue tipo A, enquanto o número de pessoas com esse tipo sanguíneo entre o grupo de pessoas saudáveis era de 32%. Ou seja, o número de pessoas com a doença contagiosa com sangue tipo A é acima da média da população regional.

O estudo preliminar ainda mostra que 41% das 206 mortes levadas em conta nesse estudo foram de indivíduos com sangue tipo A.

Vale lembrar que ambos os estudos ainda não podem ser considerados como um guia para a prática clínica. Para isso, precisam passar por um processo de aprovação da comunidade científica (chamado peer review), que atesta a qualidade do método utilizado e se os resultados podem ou não ser considerados.

Ainda assim, os próprios pesquisadores afirmam que novas investigações são necessárias.

Fonte: Exame, Bloomberg

Leonardo Filomeno
Leonardo Filomeno

Jornalista, Sommelier de Cervejas, fã de esportes e um camarada que vive dando pitacos na vida alheia

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