A quantidade de pais que abandonaram seus filhos aumentou muito nos últimos anos. Não seja um deles!

Entre 2014 e 2015, o número de pessoas sem registro paterno na capital de São Paulo teve um aumento de quatro mil casos. Em 2013, a estimativa era de que pelo menos 5,5 milhões de crianças não levavam o nome do pai na certidão de nascimento – segundo dados levantados pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Os números que apontam a falta de registro paterno já assustam, mas é ainda mais assustador pensar nos milhões de casos de crianças que, apesar de levarem o nome do pai na certidão de nascimento, foram abandonadas depois de alguns anos.

Por isso, é importante ressaltar que existem vários tipos de abandono além da não inclusão do nome no registro. São eles:

Abandono material

Quando o responsável deixa de prover, sem justa causa, o sustento do filho menor de 18 anos. Está previsto no Código Penal

Abandono intelectual

Quando o responsável deixa de garantir a educação primária do filho sem justa causa. Também aparece no Código Penal

Abandono afetivo

Quando o pai ou a mãe age com indiferença em relação aos filhos. Algumas decisões da Justiça consideram o tema presente indiretamente na Constituição Federal.

Consequências psicológicas

A quantidade de pais que abandonaram seus filhos aumentou muito nos últimos anos. Não seja um deles.

Para o psicólogo Marcelo Neumann, entrevistado pelo jornal Diário de S.Paulo, a falta do registro paterno não é o pior dos males; os três tipos abandonos listados acima, sim.

As consequências do abandono paterno para uma pessoa, segundo o psicólogo, são várias: “Há uma série de consequências, já que a criança fica à margem. Ela é diferente das outras pessoas e isso acarreta um comportamento diferente. Ela pode passar a ser agressiva, sentir insônia, apresentar dificuldades para aprender e até sua alimentação pode mudar. Isso é algo preocupante, pois os responsáveis pela criança precisam entender o que está acontecendo, pois ela é um ser totalmente dependente”.

É claro que toda exceção tem sua regra e, muitas vezes, a falta de um pai não acarreta consequências negativas no futuro da criança. Porém, vale explicar que o maior problema não é a ausência paterna, que pode ser causada por inúmeros problemas como, por exemplo, a morte. O problema, segundo os médicos, é a sensação de abandono, o sentimento de rejeição gerado pelo descaso do pai.

Abandono afetivo pode virar crime

A quantidade de pais que abandonaram seus filhos aumentou muito nos últimos anos. Não seja um deles.

Em 2016, o projeto do Senado que torna crime o abandono afetivo foi enviado para votação na Câmara.

A votação ainda não foi realizada mas, caso o projeto se torne lei, o pai ou a mãe que deixar de prestar assistência emocional aos filhos, seja pela convivência ou visitação periódica, poderá ter que pagar indenização por dano moral.

Mas não espere o abandono se tornar crime para mudar seu jeito de pensar, afinal, um filho não se faz sozinho.

Maria Confort
Maria Confort

Jornalista, cinéfila, fanática por literatura e, por isso, apaixonada pela ideia de entender pessoas.