“Os sentimentos ficam muito mais complicados com as regras, mas as regras nunca vão dar as respostas para as questões profundas do coração. E nunca irão amar você.”
Vire e mexe pipoca na minha timeline uma mensagem de algum amigo que acaba que entrar ‘Em um relacionamento sério’. Fico feliz pela novidade que surge, não deixo de parabenizá-lo pelo novo status e até curto e comento a sua atualização. Mas, lá no fundo, o termo que o Facebook usa causa-me um certo estranhamento, incômodo.
- 8 Motivos para achar sua companheira mais interessante do que uma atriz de cinema
- Procure uma companheira que seja sua amiga, não uma megera
Pode parecer uma coisa besta, bem comum vindo de uma pessoa metódica como eu. Mas, talvez se eu tivesse a oportunidade de trabalhar na empresa de Zuckerberg, pediria para alterar o texto da anunciação para:
“Em um relacionamento divertido com”…
Pensa comigo. Seria muito melhor se, ao invés do adjetivo que pressupõem uma certa formalidade, outro, muito menos frio, mas que representasse aquilo que os casais que se amam deveriam praticar em sua essência: diversão.
Antes que me chamem de louco, vou logo explicar minha teoria que, talvez, reduza a quantidade de envolvimentos efêmeros hoje em dia. Muitas pessoas buscam a seriedade e sisudez na vida a dois, quando a grande meta deveria ser a descontração e felicidade.
A necessidade que temos de rotular coisas
“Só há amor quando não existe nenhuma autoridade”. (Raul Seixas)
Você está muito bem curtindo com aquela garota. Porém, quanto mais eventos e situações são vistos juntos, mais pessoas chegam para questionar o status do seu relacionamento. Você logo se vê em uma situação constrangedora e obrigado a dar uma definição para o que estão vivendo (na frente dela, é claro).
Falar que estão se conhecendo e ainda é cedo para qualquer decisão – mesmo depois de 4 anos juntos -, não vai colar. Logo, o inquisidor vai procurar outra maneira de questioná-lo ou mesmo tentar decidir pelos dois: “Mas você está enrolando muito ela!”, ou então: “Passou da hora de tornar a coisa séria”!
Em um relacionamento Não-Sério, você simplesmente poderia dizer: “Estamos só nos divertindo”. Sem mais. Você paga a suas contas e não deve satisfação a ninguém. A vida já te leva a muitas perdas e difíceis decisões. Não deixe que um rótulo atrapalhe sua felicidade, seu envolvimento ou sua transa.
Quando o prazer vira obrigação
“Você acaba de perder o cliente assim que fecha a venda.”
Existe um grupo de pessoas (homens e mulheres), que são verdadeiros ilusionistas na hora de buscar um relacionamento. Prometem mundos e fundos, são as pessoas mais companheiras, compreensivas e ideais para sua vida. Praticamente a metade da sua laranja.
Mas, basta você alterar o status do relacionamento que uma nuvem preta, com raios e trovões envolve os dois. A máscara e fantasia caem. Você deixa de ter uma vida social, todos seus hobbies precisam ser compartilhados, suas vontades, expressões, modo de vestir ou falar precisam passar pelo crivo dela. Ela se transforma em uma megera. Você acabou de entrar na prisão de um relacionamento sério.
Se você questionar, logo aparecerão justificativas do tipo: ‘Agora a coisa ficou séria!’; ‘Isto não é atitude de um cara com um relacionamento sério!’ Como se o seu envolvimento fosse uma bola de ferro acorrentado ao seu tornozelo, a controlar sua vida impedir de fazer as coisas que ela não gosta.
Esqueça suas vontades, sua liberdade construída a anos, sua vida (e alma) pertencem a sua parceira. E ela pode fazer o que bem quiser dela.
A burocratização da sua vida
“Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.”
Com os relacionamentos sérios e formais, logo sua vida entra em uma eterna negociação comercial. Contratos de compra e venda passam a ser deveres e direitos. Você precisa ter uma postura correta na frente do cliente (no caso sua companheira), caso contrário sofrerá represarias (cara fechada, brigas e noites no sofá).
Nesta hora, o relacionamento sério é apenas o primeiro degrau na escada de decisões que sua vida precisará tomar (sem consulta-lo). Logo virá a necessidade de pular para o noivado, casa própria, casamento, estabilidade financeira, filhos, previdência, escola dos pequenos, faculdade…
Até mesmo o sexo, antes uma coisa divertida e prazerosa, transforma-se em uma fria moeda de troca, um petisco que premia o cachorro por bom comportamento. Esqueça o sexo louco depois daquela bebedeira, beijos na chuva, demonstração de sentimentos espontâneos e a qualquer instante. Tudo tem sua hora, seu propósito e um interesse envolvido.
Quer um conselho? Procure um relacionamento que não seja funcionário público, com cartão de ponto, hora para sair e chegar.
Amor, este inclassificável
“O relacionamento chega ao fim quando o sorriso se desfaz.” (Rodrigo Schivinski)
Acredito que o verdadeiro amor não é aquele que precise de rótulos e situações para existir. Assim como uma erva daninha, ele nasce onde menos se espera e cresce apesar das adversidades. Ele se alimenta de sonhos, realizações, momentos alegres, tristes, entrega, doação e superação.
E, todos estes itens podem ser construídos através de uma relação companheira. Não precisa de uma documentação formal, oficialização religiosa, carimbo, assinatura ou algo do tipo. O amor precisa vir de dentro para fora. Tão espontâneo como nasce, precisa ser alimentado para se desenvolver ou acaba morrendo da mesma forma que veio ao mundo.
Assim, tudo bem você ser feliz curtindo saídas esporádicas com ela, transas no final de semana, relacionamentos monogâmicos ou abertos. Se você não tem o menor saco (e habilidade) para conviver com alguém que você gosta sob o mesmo teto, para que juntar as escovas? Esqueça as formalidades.
Não se mexe em time que está ganhando. Sua felicidade não precisa de rótulos para existir e, se você está vivendo um momento feliz com alguém, não tente colocar uma barreira nisto, cercá-lo como se estivesse tomando posse de uma terra ociosa.
Procure um relacionamento para dividir momentos alegres
“Alimentar relacionamentos que só trazem sofrimento é masoquismo, um atraso na sua vida. Se você estiver com uma companheira que não esteja compartilhando, empreste, venda, alugue, doe… e deixe o espaço livre para um novo amor”. (Roberto Shinyashiki)
Deixe de lado a vida casada sisuda, séria, daqueles que vivem amarrados, de cara feia e infelizes. Construa uma história única e louca com sua parceira. Divertida, com entrega, celebração, seja na cilada ou no glamour, na pobreza ou com grana. Não se importe com rótulos e obrigações, quando se gosta e é verdadeiro, tudo vem naturalmente. Assim como sua vontade.
Por essas e outras, eu te aconselho, deixe de lado os relacionamentos sérios. Procure um divertido para viver!
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