Nesse fim de semana, minha companheira e eu fomos viajar. Foi uma reunião de amigos dela, pessoas que, nesses 10 anos que estamos juntos, ela acabou conhecendo (por via indireta minha ou da rotina dela). Lá estavam todos, amigas antigas e companheiros ao lado.
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Falando sobre relacionamentos e essas coisas todas. Em um determinado momento, uma conhecida dela fez uma reflexão sobre minha parceira e eu: apesar de todas mudanças que as pessoas passaram (principalmente nós dois, dos seus 18 aos 30 anos), nós éramos o único par que permanecia junto.
Isso, de certa forma ficou lá na minha cabeça. Eu precisava de uma resposta para que, depois de tantas transformações, problemas e interesses nada em comum, ainda pensássemos em viver uma vida a dois.
Foi só no final do fim do domingo (e do evento) que cheguei a uma conclusão: sem querer, encontrávamos (um no outro) uma coisa que unia nossa relação, que dava liga e que fosse uma espécie de proteção para quando as coisas ruins acontecessem. Era a amizade, a principal responsável por ainda fazer valer a pena.
Só o tesão não segura relacionamento
Você pode até considerar o tesão uma coisa primordial no relacionamento. Eu, quando era mais jovem, também achava que o sexo correspondia a 70% da vida a dois. Ledo engano. Você, provavelmente, pode encontrar pessoas em que a química sexual é tão ou até mais intensa do que aquela parceira. Mas, depois que você goza, a vontade de ficar junto se esvai, assim como aquele tesão acumulado.
Se não tiver algo interessante e que te cative parar para ouvir no pós-sexo (e que não te faça virar para o lado e dormir), o que você vai querer mesmo é que ela suma dali no mesmo instante, deixando à vontade com seu game, sua trilha sonora favorita, ou até com aquele filme bosta que passa no corujão.
Interesses em comum X vontades individuais
Ter interesses em comum é legal também. Mas não sustenta uma relação. Sabe por que? Basta a coisa divergir, os objetivos de vida irem para pontos opostos e, tanto você quanto ela, serão chamados no ‘RH’ dos relacionamentos para dar baixa na carteira. Não estranhe se, antes disso, aparecer um outro candidato, com um currículo muito mais avantajado que o seu, com sangue novo e vontade a mil para seguir os novos parâmetros da ‘empresa’ que acabou de te dar um pé na bunda.
Neste caso, o negócio é curtir o seguro desemprego da fossa sentimental e começar a cotar com outros lugares em que sua experiência profissional é tão bem quista.
É preciso se inspirar na pessoa ao lado
Por isso considero a amizade o grande motor para fazer um relacionamento dar certo. Você pode até viver décadas com alguém que não tenha esse sentimento de companheirismo, mas a coisa será muito mais difícil de conviver.
Você não terá aquele mesmo brilho nos olhos quando falar da sua parceira para os outros. Não conseguirá citar uma razão, sequer, que ela tenha feito de você ser um cara melhor. Sua relação estará baseada na acomodação, na rotina. O tesão vai acabar e, no final, você estará dormindo ao lado de uma estranha que, sequer saberá seus gostos, vontades e aflições momentâneas.
A amizade, a massa que realmente dá liga para a ‘porra’ toda
Por essas e outras, eu falo: procure relacionar-se com uma parceira amiga. É ela que vai ser sua companheira de porres na sexta à noite ou naqueles rolês merdas que você se enfiar. Te aturar quando você estiver insuportavelmente embriagado, cuidar de você quando perder a linha. No outro dia, será capaz de lembrar com sorrisos das ciladas que vocês passaram juntos.
É a amiga ao lado (e não a megera) que não vai te encher o saco por causa do pôquer que você marcou com os bróders no meio da semana. Aquele encontro merda para tomar cerveja, falar besteiras e não pensar em nada. Porque é o respiro que você precisa para a relação. Da mesma forma, se você for um verdadeiro companheiro para ela, não vai se incomodar e até achará mais do que justo aquele encontro ‘only girls’ em que você não é bem vindo.
E quando as coisas não derem certo, quando você estiver para baixo e frustrado, ela não vai abandoná-lo ou deixa-lo sozinho à deriva. Ela vai dar o braço a você, citar os motivos pelos quais deve continuar a tentar e falar todas aquelas qualidades que só você tem e que ela tanto admira, mas que você não consegue enxergar por causa das frustrações.
Só o tempo (e os erros) dirão se vale a pena
Mas tudo isso, você só vai descobrir tentando e errando. Tive sorte de vacilar bastante com uma pessoa e, assim mesmo, aquilo que possuímos de sentimento ser forte o suficiente para aguentar os trancos de uma maré revolta.
Muitos(as) não tiveram a mesma chance, aprenderam bastante com os erros de uma relação e acabaram premiando outras pessoas com os ensinamentos anteriores. Merdas acontecem…
Dificilmente você descobrirá se a pessoa ao lado é a parceira ideal para você logo de cara. É preciso muitas provações e muitas cabeçadas na parede até isso acontecer. O tesão inicial vai mascarar muita coisa, você vai querer agradá-la e ela, idem.
Mas, quando a paixão rarear, quando a rotina estressante chegar é que você vai olhar do lado da cama, com aquela mulher sem maquiagem nenhuma, talvez aqueles quilinhos a mais (que só ela nota), o velho óculos quebrado e pensar:
“Caralho, como eu amo essa mulher!”.
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