Você provavelmente já deve ter sentido aquele leve tremor involuntário em uma das pálpebras ou presenciado alguém que viveu momentos de extremo desconforto por não conseguir controlar esse mesmo movimento repetitivo.
Uma crise prolongada pode chegar a durar dias e, apesar de inicialmente não trazer complicações mais severas à visão, o tremor pode representar um pedido de socorro do seu corpo.
Apesar das causas para o tremor serem diversas, há um indicador presente em praticamente todas as pessoas que apresentam esse sintoma: o estresse.
Para entender a origem desse sintoma e o que ele representa, selecionamos algumas explicações realizadas por clínicos gerais e oftalmologistas.
Para o oftalmologista Dr. Luis Fernando Rebelo Barros, por exemplo, o estresse é o mal do século e “O tremor nas pálpebras é um sinal de alerta mas, na maioria das vezes, ele não tem relação com a saúde dos olhos em si”.
Mas, para a diretora medica da Clínica dos Olhos São Francisco de Assis, Andrea Lima Barbosa: “O correto é procurar um especialista mesmo. Esse tremor pode ser um sinal de fadiga, ansiedade, resultado de noites mal dormidas ou problemas pessoais, por exemplo”.
Como ele acontece
Uma característica comum desse tremor é ser quase sempre unilateral. Ele aparece porque liberamos hormônios ligados ao estresse que vão para o sistema nervoso autônomo. Esses hormônios, então, levam estímulos para as pálpebras que começam a ter contrações involuntárias.
Quais fatores podem desencadear o tremor
Se o quadro for causado por estresse, algumas atitudes podem piorá-lo e desencadear uma crise, como, por exemplo:
– Ingestão excessiva de cafeína;
– Carência de vitaminas;
– Fadiga causada por muitas horas na frente do computador – síndrome da visão do computador;
– Idade avançada;
– Má qualidade do sono;
– Ingestão de nicotina.
E se não for estresse?
Na maioria das vezes, o tremor é consequência de uma rotina estressante e estímulos excessivos causados por consumo de substâncias energéticas mas, mesmo assim, é importante procurar um médico porque, se for algo além disso, pode ser necessário o acompanhamento de um neurologista.
Algumas doenças como conjuntivite e olho seco também podem causar espasmos e, nesse caso, ter uma relação direta com a saúde dos olhos.
No segundo caso, uma boa solução pode ser utilizar colírios lubrificantes preventivamente e também aumentar a umidade dentro do ambiente de trabalho – pois, muitas vezes, a secura nos olhos pode ser causada por exposição em excesso à tela de computadores, principalmente em ambientes com ar condicionado.
Pessoas com mal de Parkinson e Síndrome de Tourette – uma desordem neurológica que causa tiques em extremidades do corpo e também nas cordas vocais – também sofrem com o tremor nas pálpebras, então, é sempre importante consultar um especialista.
Riscos futuros
Se o tremor for um sintoma causado pelo estresse, ele é apenas um dos primeiros alertas do seu corpo. Para a oftalmologista do HCO, Roberta Abdulmassih: “Esses tremores são chamados de blefaroespasmo ou trismo palpebral e significam um alerta do corpo informando que algo não está bem”.
Então, as consequências posteriores podem ser verdadeiramente perigosas: além das doenças já amplamente relacionadas com o estresse, como a depressão, doenças cardíacas, hipertensão e ansiedade, um novo estudo descobriu que os hormônios do estresse também inibem a atividade cerebral e, por isso, podem potencializar o risco do paciente sofrer de Alzheimer, por exemplo.
Como curar esses tremores
Dê um tempo para o seu organismo. Você está exigindo demais do seu corpo e, como consequência, ele está pedindo que você descanse.
Melhore a qualidade do seu sono, tente resolver os problemas sem deixá-los formar uma pilha de preocupações que, posteriormente, pode ser ainda mais difícil de solucionar.
Caso você fique tempo demais na frente do computador, intercale o trabalho com períodos de descanso dos olhos mudando o foco por cerca de 15 minutos.
Reduza a ingestão de café e diminua o cigarro, invista em uma atividade física relaxante como natação, hidroginástica ou até yoga. Essas dicas são importantes não só para reduzir os tremores mas, principalmente, para aprimorar sua qualidade de vida.
Caso queria uma solução ainda mais prática, você pode fazer compressas de chá de camomila e também de gelo para anestesiar a musculatura. Porém, a solução é de dentro para fora, não o contrário: é preciso tratar a causa, e não apenas o sintoma.
E se for uma doença crônica?
Apesar de rara, a doença do espasmo essencial pode ser crônica e, quando identificada pelo oftalmologista, pode exigir um tratamento através de injeções de Botox.
A toxina botulínica, utilizada nesse tratamento, paralisa o músculo e, assim, interrompe os tremores.
Procure um médico
Antes de realizar qualquer diagnóstico por conta própria, consulte um médico e se informe sobre sua condição. Quando o tremor demorar muito tempo para parar ou você se sentir extremamente incomodado com ele, não realize tratamentos caseiros em excesso pois eles podem mascarar esses sintomas e, por isso, retardar um tratamento sério para alguma condição mais grave.
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