Setembro Amarelo: nós precisamos falar sobre suicídio

Setembro Amarelo é uma campanha brasileira de prevenção ao suicídio, iniciada em 2015 em Brasília pelo CVV - Centro de Valorização da Vida. Diante disso, compartilhamos informações e dados sobre o tema divulgados pelo próprio CVV e pela OMS.

Setembro Amarelo: nós precisamos falar sobre suicídio

A campanha Setembro Amarelo é uma iniciativa do CVV – Centro de Valorização da Vida – e acontece durante todo o mês de setembro, alertando a população brasileira sobre depressão e suicídio.

Todos os anos, cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio no mundo, segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde.

São números expressivos, que revelam um problema de saúde pública complexo, com sérias consequências emocionais, sociais e econômica.


Setembro Amarelo: nós precisamos falar sobre suicídio

E isso torna o debate sobre o assunto indispensável para prevenir novos casos e, é claro, tratar a situação com toda a delicadeza que ela pede.

Por isso, nós resolvemos expor dados divulgados pela OMS e pelo Ministério da Saúde e levantar a discussão sobre o assunto.

Dessa forma, pretendemos iluminar o debate e prevenir comportamentos prejudiciais e nocivos.

Números e dados

Setembro Amarelo: nós precisamos falar sobre suicídio

Dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam o cenário em âmbito global:

  • O número de mortes por suicídio, em termos globais, para o ano de 2003 girou em torno de 900 mil pessoas.
  • Na faixa etária entre 15 e 35 anos, o suicídio está entre as três maiores causas de morte.
  • Nos últimos 45 anos, a mortalidade global por suicídio vem migrando em participação percentual do grupo dos mais idosos para o de indivíduos mais jovens (15 a 45 anos).
  • Em indivíduos entre 15 e 44 anos, o suicídio é a sexta causa de incapacitação.
  • Para cada suicídio há, em média, 5 ou 6 pessoas próximas ao falecido que sofrem consequências emocionais, sociais e econômicas.
  • 1,4% do ônus global ocasionado por doenças no ano 2002 foi devido a tentativas de suicídio, e estima-se que chegará a 2,4% em 2020.
  • O Brasil encontra-se no grupo de países com taxas baixas de suicídio.
  • Essas taxas variaram de 3,9 a 4,5 para cada 100 mil habitantes a cada ano, entre os anos de 1994 e 2004 (Fonte: MS/SVS, 2006).
  • No entanto, como se trata de um país populoso, está entre os dez países com maiores números absolutos de suicídio (7.987 em 2004).

Embora o Brasil apresente uma taxa geral considerada baixa pela OMS, os dados identificados na série de 1994 a 2004 apontam que alguns estados brasileiros já apresentam taxas comparáveis aos países apontados como de frequência de média a elevada.

Além disso, seguem a mesma tendência de ascensão e apresentam um coeficiente agregado para os sexos masculino e feminino de 3,7:1 (dados de 2004), semelhante à média para inúmeros países.

Embora a mortalidade no sexo masculino seja mais elevada, o aumento proporcional das taxas, no período, foi de 16,4% para os homens e de 24,7% nas mulheres.

Sinais de alerta

Setembro Amarelo: nós precisamos falar sobre suicídio

Em cartilha divulgada pelo CVV, várias questões comuns sobre o tema são pontuadas e respondidas.

Por exemplo, um dos falsos mitos sociais em torno do suicídio é que a pessoa que tem a intenção de tirar a própria vida não avisa, não fala sobre isso.

Entretanto, sabemos que isso não é verdade e que devemos considerar seriamente todos os sinais de alerta que podem indicar que a pessoa está pensando em suicídio.

Porém, antes de seguirmos para cada sinal de alerta, vale lembrar que esses indícios não devem ser considerados isoladamente.

Não há uma maneira pré definida para detectar seguramente uma crise suicida em uma pessoa próxima.

Porém, um indivíduo em sofrimento pode dar certos sinais que devem chamar a atenção de seus familiares e amigos próximos, sobretudo se muitos desses sinais se manifestam ao mesmo tempo. São eles:

  • O aparecimento ou agravamento de problemas de conduta ou de manifestações verbais durante pelo menos duas semanas também devem ser levados em consideração;
  • Esses indicadores não devem ser interpretados como ameaças nem como chantagens emocionais, mas sim como avisos de alerta para um risco real. Por isso, é muito importante ser compreensivo, além de estar disposto a conversar e escutar a pessoa sobre o porquê de tal comportamento, criando um ambiente tranquilo, sem julgar a pessoa afetada;
  • Conversar abertamente com a pessoa sobre seus pensamentos suicidas não a influenciará a completá-lo. Ao falar sobre esse assunto com ela, você pode descobrir como ajudá-la a suportar sentimentos, muitas vezes angustiantes, que ela está experimentando e incentivá-la a procurar apoio profissional;
  • Preocupação com sua própria morte ou falta de esperança. As pessoas sob risco de suicídio costumam falar sobre morte e suicídio mais do que o comum, confessam
    se sentir sem esperanças, culpadas, com falta de autoestima e têm visão negativa de sua vida e futuro. Essas ideias podem estar expressas de forma escrita, verbalmente ou por meio de desenhos;
  • Alguns indivíduos começam a formular um testamento ou fazer seguro de vida. principalmente aquelas que costumavam e gostavam de fazer.

Expressão de ideias ou de intenções

Setembro Amarelo: nós precisamos falar sobre suicídio

Alguns comentários ou expressões repetidas também são sinais de alerta. Então, fiquem atento para os comentários abaixo:

  • “Vou desaparecer”.
  • “Vou deixar vocês em paz”.
  • “Eu queria poder dormir e nunca mais acordar”
  • “É inútil tentar fazer algo para mudar, eu só quero me matar”

O isolamento também é uma questão.

As pessoas com pensamentos suicidas podem se isolar, não atendendo a telefonemas, interagindo menos nas redes sociais, ficando em casa ou fechadas em seus quartos, reduzindo ou cancelando todas as atividades sociais.

Então, é importante se atentar aos sinais.

Procure ajuda

Setembro Amarelo: nós precisamos falar sobre suicídio

Como já falamos em matérias anteriores, homens costumam demorar para buscar ajuda. Não faça isso. Se você conhece alguém que está manifestando sintomas de depressão ou os sinais acima, ofereça auxílio e deixe claro que ela não está sozinha.

Por outro lado, se você estiver passando por uma crise depressiva, estiver com sintomas de depressão, ansiedade ou alguma outra instabilidade emocional, procure ajuda. Você não precisa passar por isso sozinho!

Nós já fizemos uma matéria com várias opções de lugares para procurar ajuda psicológica de graça, dê uma olhada nela aqui.

Mas você pode buscar auxílio principalmente através dessas instituições:

Centro de Valorização da Vida – CVV

Telefone: 141 (ligação paga) ou www.cvv.org.br para chat, Skype, e-mail e mais informações sobre. Ligação gratuita.

Emergência

SAMU 192, UPA, Pronto Socorro, Hospitais.

Serviços de saúde

CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde).

Maria Confort
Maria Confort

Jornalista, cinéfila, fanática por literatura e, por isso, apaixonada pela ideia de entender pessoas.

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