7 Pequenos atos que impediram suicídios

Confira as coisas mínimas que ajudaram a salvar vidas

Confira as coisas mínimas que ajudaram a salvar vidas

A cada 40 segundos, uma pessoa se mata no planeta. Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 800 mil pessoas cometem suicídio todos os anos. Transtornos mentais, psicológicos, depressão, esquizofrenia, abuso de drogas, dificuldades financeiras ou emocionais, são diversos os caminhos que levam uma pessoa a ter um ato intencional de matar a si mesmo.

Mas, este número poderia ser bem maior. Se não fossem pequenos gestos de alguém que tenta socorrer a vítima. Quebrar uma porta, pegar alguém da borda de um prédio ou tirar a faca da mão de alguém.

Existem outros gestos, porém, que inconscientemente impedem a tragédia de acontecer. Estes, não precisam ser realizados por policiais, pessoas especializadas, mas por aqueles que estão no momento certo, agem da maneira mais pontual e fazem coisas mínimas, mas suficientes para manter a vida. São coisas do tipo.

1# Um Beijo que salvou uma vida

7 Pequenos atos que impediram suicídios 4

Era um menino chinês de 16 anos. Sua mãe foi assassinada e ele estava convencido que sua madrasta o odiava, porque ela roubou todo o dinheiro do seu pai e deixou os dois sem-teto, lutando para permanecer vivo.

Então ele decidiu pular de uma ponte. A polícia veio, e centenas de curiosos se reuniram simplesmente para assistir e não tentar ajudá-lo. Em seguida, Liu Wenxiu, uma garçonete de 19 anos de idade, passou e viu o que estava acontecendo.

Inventando a história de que era a namorada do menino, ela passou pelo bloqueio policial e foi conversar com o garoto. Ela ouviu toda a sua história e, mostrando seu pulso direito cicatrizado, revelou que sua vida passava por problemas semelhantes e que já tentara se suicidar diversas vezes.

“Olhe para mim”, ela disse ao garoto. “Eu estive no seu lugar e agora estou aqui”. Bastou oferecer a mão, dar um abraço e um beijo e o adolescente permitiu que os policiais tirassem sua faca empunhada e o transportaram até um ponto seguro.

Eles trocaram números de telefone e ela prometeu chamá-lo e verificar o que ele estava fazendo. Embora o contato não tenha ocorrido, devido à sua diferença de idade, ele pode ter percebido que se matar teria tirado o seu futuro, e muitas experiências que poderia ter. Ah sim, e provavelmente ele também percebeu que ele não estava sozinho e outras pessoas já tinham passado por uma situação semelhante.

O que aprender: A partir desta história você pode até tentar ameaçar suicídio na esperança de receber um beijo de uma garota. Mas, para cada Liu Wenxiu, há muitos idiotas impacientes dispostos a empurrá-lo para baixo da ponte.

2# Uma música que evitou um suicídio

7 Pequenos atos que impediram suicídios 5

O rapper americano DMC, ou Darrell McDaniels, do grupo Run DMC, estava no auge de sua carreira em 1997, em turnê pela Europa, quando se questionou se aquilo era tudo o que ele queria na vida. Ele tinha alcançado dinheiro e fama, mas sentia que algo estava faltando. Por isso, estava determinado em cometer suicídio quanto voltasse para casa.

No caminho do aeroporto para seu lar, a canção de Sarah McLachlan “Angel” começou a tocar no rádio. É uma canção bem emocional que foi usada, posteriormente, em uma campanha para adoção de gatos e cachorros abandonados. Mas, na época, a melodia triste e reconfortante dizia que, apesar de todos os problemas, ainda valia a pena viver.

Neste instante, ele deixou de lado os planos de suicídio e se afundou nas músicas de Sarah McLachlan. Tempo depois, descobriu que ele mesmo foi adotado e, finalmente, a vida fez sentido para ele. Sua adoção o tinha colocado no lugar certo e na hora certa para formar o grupo Run DMC. Ainda por cima, ressuscitou o Aerosmith gravando “Walk This Way” com eles.

Ele chegou a cantora Sarah McLachlan e perguntou se poderia gravar um cover de uma das suas canções, dizendo toda a história de como a música salvou sua vida. Descobriu que a artista também fora adotada. Então, ele usou sua credibilidade nas ruas para promover a adoção e ajudar filhos adotivos.

O que aprender: A música tem um poder foda e realmente pode auxiliá-lo em momentos ruins. Quando tudo estiver sem sentido, procure algo que faça relaxar, pensar ou meditar. Apesar de não resolver os seus problemas, pode ajudá-lo a pensar em outra perspectiva.

3# Um pino de disparo no lugar certo

7 Pequenos atos que impediram suicídios 6

Não entendo nada de armas de fogo, mas, depois de uma pesquisa, descobri que o “pino de disparo” é uma parte da arma que faz com que o artefato atire. Isso foi de fundamental importância, porque quando Joe Sanders, um soldado desgastado pela luta no Iraque e da recente notícia de que sua esposa estava largando ele, colocou a carabina M-4 no queixo e puxou o gatilho, o pino de disparo estava faltando.

Seu companheiro de quarto, Albert Godding, entrou no ambiente e encontrou Sanders em pânico, perguntando onde o pino tinha parado. Godding ofereceu o ombro amigo e conseguiu tirar a ideia da cabeça dele.

Godding tinha ouvido uma conversa do companheiro de quarto com a intenção de suicídio naquele dia. Sem falar a ninguém, removeu o pino para salvar o amigo.

Ao invés de se matar, Sanders deu a volta por cima. Um grande problema para um homem (principalmente para um soldado), é pedir ajuda, uma vez que são viris e demonstrar sentimento e fraqueza pode não ser bem recebido. Certamente, se Godding tivesse pedido para o amigo se abrir, não teria o mesmo resultado. O truque do pino, talvez, tenha feito o amigo chegar o mais próximo do fundo do poço, sendo mais fácil resgatá-lo lá de dentro.

O que aprender: Compartilhe seus sentimentos e não tenha vergonha de pedir ajuda quando necessário. Nem todo mundo sabe tirar um pino de disparo de uma arma, mas se for um bom amigo, conseguirá te aliviar nos problemas e aflições, evitando que você faça merda.

4# Uma enorme pilha de lixo salvadora

7 Pequenos atos que impediram suicídios 7

Em algum inverno rigoroso passado, uma brusca tempestade de neve em Nova York, EUA, tornou-se impossível o recolhimento de lixo nas ruas. Foi questão de dias até que os sacos começassem a se acumular nas calçadas.

Então você pergunta: como isso impediu um suicídio?

Vangelis Kapatos era um cara desesperado e sem nenhuma sorte. Ele teve um colapso nervoso e, quando acabara de sofrer uma ordem de despejo, resolveu pular de seu apartamento que ficava no nono andar de um prédio.

Ninguém soube ou conseguiu impedir o ato impensado. Ele se jogou, mas, ao invés de cair de cara no chão, parou em cima de uma dessas pilhas de lixo, amortecendo a queda e não lhe tirando a vida. Ele foi levado para o hospital em estado crítico e sobreviveu.

O que aprender: Ainda que você tenha decidido tomar uma atitude extrema, algo superior acontece e, por milagre, impede que as consequências aconteçam. Não ache que uma pilha de lixo sempre estará lá esperando para amortecer a queda, atente-se a detalhes e coisas que podem mudar o rumo da sua história.

5# Um telefonema que salvou um famoso

7 Pequenos atos que impediram suicídios 8

Hulk Hogan é, provavelmente, a última pessoa que você poderia imaginar tentando se matar, já que ele é basicamente um personagem de desenho animado. Seria como descobrir que o Pernalonga tivesse depressão.

Mas, depois que seu filho passou por um terrível acidente de carro e enquanto seu casamento estava desmoronando, o Hulk decidiu que tinha o suficiente para tirar sua vida. Escondido em sua casa com pílulas, bebidas e uma arma, ele queria tentar. Ele continuou dizendo a todos que estava bem (pois assim como soldados, Hogan é um homem viril e não tem frescura). Isso até receber um telefonema de Laila Ali.

A filha de Muhammad Ali estava ligando porque eram amigos, e trabalharam juntos em American Gladiators. Ela só queria saber o que ele estava fazendo, porque ele parecia triste no set. Ela não estava ligando para fazer um interrogatório, perguntar se precisava de ajuda, só queria dizer oi e ver como ele estava se sentindo.

Hogan estava sentado em sua casa vazia, sozinho, depois da mulher abandoná-lo e sem saber se perderia a vida de seu filho. Ele tinha atingido o fundo do poço. Foi a ligação de Laila Ali que o fez perceber que outras pessoas se importavam com ele.

O que aprender: Se você tem um amigo que está passando por problemas, dificuldades, não deixe que a falta de tempo seja um empecilho para ajudá-lo. Às vezes, uma simples ligação, mensagem ou encontro pode tirá-lo da lama.

6# Um salvador de vidas que vive à beira de um penhasco

7 Pequenos atos que impediram suicídios 9

Existe um australiano que decidiu morar perto de um penhasco pitoresco, onde muitas pessoas vão para se matar. Seu nome é Don Ritchie e ele vive há 50 anos no local.

O que poderia ser um lugar mórbido e triste para se viver foi o grande motivador em sua vida. Quando uma pessoa decidida a se jogar aparece, lá está ele para impedi-la. Ele revela que já salvou mais de 160 vidas.

Embora não tenha conseguido salvar todas as pessoas que foram para lá, ele se orgulha pelas vidas salvas. O mais impressionante é que ele não é o único nessa empreitada. No Japão, Yukio Shige frequenta um popular penhasco, palco de suicídios e não só convence as pessoas a abortarem a missão, como também presta ajuda com seus problemas familiares e profissionais. Ajuda até a encontrar emprego.

O que aprender: Em um mundo individualista e cruel, muitas pessoas dedicam seu tempo (e suas vidas) simplesmente com a missão de salvar outras.

7# Um filhote de cachorro que deu uma segunda chance a um veterano de guerra

7 Pequenos atos que impediram suicídios 2

O veterano da Força Aérea, David Sharpe, estava sofrendo de problemas de estresse pós-traumático (TEPT) e tinha acessos de raiva muito graves. Ele saía para as ruas em busca de brigas, bebia excessivamente e destruía coisas por onde passava. Qualquer um que tentava ajudá-lo, ele não só discutia como afastava.

Um dia ele chegou ao fundo do poço, colocou uma arma em sua boca, fechou os olhos e estava pronto para puxar o gatilho quando um filhote de cachorro lambeu sua orelha. Ele abriu os olhos e descobriu Cheyenne, uma cadela que ele havia adotado há alguns meses, olhando para ele com a cabeça inclinada para um lado (sem entender o que estava acontecendo).

“Quem vai cuidar de mim?” Sharpe imaginou o cão dizendo a ele, mesmo que a cadela, provavelmente, estava dizendo: “Eu estou com fome.” Ou possivelmente, “Que tal a gente brincar?”. Isto foi suficiente para Sharpe afastar-se da arma.

Mais tarde, ele descobriu que ele poderia falar com o cão sobre tudo o que tinha acontecido com ele, sem se sentir na defensiva ou temer julgamentos. Ele poderia falar sobre a culpa que sentia dos soldados que não salvou sem que a cadela diga que ele não deveria se sentir assim.

Cheyenne não só salvou a vida de Sharpe, mas o próprio Sharpe ajudou a salvar outras vidas, iniciando P2V, um programa de ajuda de cães para veteranos de guerra traumatizados, para que outra pessoa possa ter seu rosto lambido quando estes estão pensando em colocar um cano da arma em sua boca.

O que aprender: Às vezes os problemas se acumulam formando uma parede de desespero e dor, impedindo a pessoa de achar uma solução. Nem sempre é possível demoli-la de uma vez só. Pequenas coisas são necessárias para provocar uma rachadura nela e, através desta rachadura, tudo pode ir abaixo.

Como uma lambida de filhote de cachorro, um telefonema, uma música romântica e melosa ou um rapaz perguntando se você não quer deixar o seu suicídio para depois e entrar em sua casa para tomar uma xícara de chá. Só não perca a esperança!

Inspirado em artigo do Cracked.

Compartilhe
Leonardo Filomeno
Leonardo Filomeno

Jornalista, Sommelier de Cervejas, fã de esportes e um camarada que vive dando pitacos na vida alheia

Comentários
Importante - Os comentários realizados nesse artigo são de inteira responsabilidade do autor (você), antes de expressar sua opinião sobre temas sensíveis, leia nossos termos de uso