O brasileiro trouxa paga mais caro na pirataria do que na assinatura da Netflix

Existe uma máxima no brasileiro. Se ele puder tirar vantagem de algo, ele vai tirar.

O brasileiro trouxa paga mais caro na pirataria do que na assinatura da Netflix

Existe uma máxima no brasileiro. Se ele puder tirar vantagem de algo, ele vai tirar. Porém, nem sempre isso significa ser inteligente. Tive a prova real disso vendo uma cena em uma barraquinha de DVDs.

Andando pela Paulista, encontrei um stand que vendia filmes e seriados piratas. De cara, reparei que vendiam a série Sense8, que foi criada e disponibilizada pela Netflix. Perguntei o preço: Vinte reais o pacote com 4 DVDs.

O brasileiro trouxa paga mais caro na pirataria do que na assinatura da Netflix

Dez centavos mais caro que assinatura do plano básico do serviço de streaming, que custa R$ 19,90 e, além deste seriado, disponibiliza dezenas de outros, além de um catálogo amplo de filmes, animações e documentários.

Pior, foi ver um cara bem vestido – terno alinhado, cabelo arrumado e iPhone na mão – lançar um: “Esse é aquele seriado que tá todo mundo falando? Vou querer.”

É para assinar de vez o diploma de otário. Por vários motivos.

Pirataria

Primeiro, pela justificativa do preço.  Outro dia, meti o pau nas redes de cinema que te tratam como cachorro por um serviço bem mais ou menos e ainda cobram caro por isso.

Mesmo com esse cenário, houve um crescimento de 18,1% do público nos cinemas no primeiro trimestre deste ano. Em um ano de crise com um serviço de merda.

Mesmo este não sendo um publieditorial da Netflix, digo de boca cheia: É um dos melhores serviços digitais da atualidade. É barato, tem obras fantásticas – como “House of Cards” e “Demolidor” – e você pode dividir sua conta com seus familiares e amigos. Para terminar, o primeiro mês é grátis.

O fulano que comprou a cópia pirata poderia ter voltado para casa, assistido “Sense8” e uma porrada de outras produções sem pagar por isso POR DOIS MESES. Mas tomou a atitude dos “malandros”: Comprou o DVD pirata.

DVD Pirata

Outro motivo que me revolta é financiar a máfia da pirataria. Não que eu não faça download de filmes ou séries. Eu faço. Só não pago por intermediários por isso.

Se quero ver uma obra que não tenha cHegado aos cinemas brasileiros ou uma série que não esteja na Netflix, procuro serviços como PopCorn Time ou bom e velho Torrent. É uma forma de pirataria, é? Mas os DVDs de barraquinha sustentam uma máfia muito pior.

Esses inofensivos CDs são o pilar que sustenta organizações criminosas tão poderosas como o tráfico de drogas. Além dos filme, eles trabalham falsificando outros produtos como sementes de agricultura, peças de avião e remédios.  Não é a toa que surgem cada vez mais relatos da atuação da  mafia chinesa – especialista em pirataria – em terras brasileiras.

Ou seja, aquele DVD pirata que você compra daquele moço que tá “só querendo trabalhar” sustenta uma rede que pode colocar um lote de remédios falsos no mercado daqui um ano. No computador, pelo menos, o Torrent não vai financiar a ação de nenhum bandido.

Netflix Sense8

Apesar do tom meio extremista, acredito que existam alguns cenários aceitáveis para tal ato. Como um cara que não tem acesso a internet ainda, mas possui um aparelho de DVD e uma televisão em sua casa.

Ou talvez, de alguém que não gosta de ver filmes no computador, mas não tem uma televisão em casa que se conecte ao seu notebook. Ou um tiozinho velhinho que nem sabe o que é Netflix. Mas duvido que esses dois sejam a maioria.

Tenho certeza que muitos compram pela facilidade ou pela simples falta de vontade de procurar por alternativas legais de serviço. Esse tipo de atitude mostra a forma como diariamente tem alguém assinando certificado de trouxa do povo brasileiro.

Reclamamos de políticos corruptos ou de empresas que nos exploram diariamente, uma grande maioria, tenta dar um jeitinho para conseguir uma vantagem em uma situação. Mesmo que no fim das contas acabe pagando mais caro por isso.

Edson Castro
Edson Castro

Jornalista, ilustrador, apaixonado pela vida e por viver aventuras. Coleciona HQs, tênis e boas histórias para contar.

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