Missão Impossível 5 continua a excelente qualidade de seus antecessores

Mesmo em seu quinto filme, a série Missão Impossível mostra que ainda sabe contar uma boa história e tem muito a ensinar aos filmes de hoje em dia.

Missão Impossível 5 continua a excelente qualidade de seus antecessores

De cara: “Missão Impossível: Nação Secreta” não só é um dos melhores longas de ação do ano, como dá uma surra em muitos dos filmes de super-herói que estão na moda hoje em dia. Mas, antes de falar do quinto filme em si, gostaria de falar um pouco sobre seus antecessores.

Com quase 20 anos de estrada, Missão Impossível é uma franquia meio única no cinema.  Cada obra tem uma personalidade própria que se molda de acordo com seu diretor e época de lançamento.

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O primeiro é um thriller de espionagem com a direção impecável de Brian de Palma. No segundo – e mais criticado – John Woo tenta dar um tom de poesia a cenas de ação sem sentido.

O terceiro é uma história de perseguição onde herói e vilão se caçam como gato e rato. O quarto trouxe o elemento da comédia, quase fazendo dele uma paródia aos gênero de espionagem.

Todos, ótimos filmes. Bem, com exceção do segundo. É impressionante ver uma série tão longa mas que consegue se manter tão fresca e com críticas tão positivas.  Algo fora do padrão para Hollywood que gosta de repetir sempre a mesma fórmula até desgastá-la de vez.

“Missão Impossível: Nação Secreta” segue uma linha muito parecida com a de “Protocolo Fantasma”, misturando cenas de ação de tirar o fôlego com um agradável tom de comédia de erros.

Na história, o agente Ethan Hunt persegue uma organização secreta chamada “Sindicato”. Porém, no meio do caminho, o governo americano dissolve a IMF e – para variar – ele tem que agir por contra própria.

Ao mesmo tempo que continua a mesma pegada de seu antecessor, vemos um resgate a elementos do primeiro filme e da série clássica para TV. Tem até uma abertura muito parecida com a de um seriado e a volta para Londres, cenário de parte do primeiro Missão Impossível.

A mistura funciona criando assim uma história cheia de reviravoltas, agentes duplos e tensão digna da Guerra Fria. Outro elemento que brilha é a trilha sonora clássica que surge em momentos chaves e dá o clima certo de tensão e nostalgia.

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O longa é dirigido e escrito por Christopher McQuarrie, que já havia feito outras parcerias com Tom Cruise em “Jack Reacher”, “No Limite do Amanhã” e “Operação Valquíria”. Como nestas outras obras, o que se destaca aqui é ritmo.

Desde sua primeira cena, o quinto Missão Impossível mostra o tom que vai seguir a longo da obra. Ethan Hunt está o tempo todo indo de uma situação extrema para outra, ao ponto de quase perder a própria vida.

Ao seu lado, conta com o alívio cômico Benji, vivido pelo divertido Simon Pegg; o burocrata Brandt, interpretado por Jeremy Renner e a estreante Rebecca Ferguson, como uma versão feminina e porradeira de Hunt.

O que me chamou a atenção é como os personagens masculinos de Missão Impossível costumam voltar para mais filmes e os femininos não. Onde foram parar as agentes que trabalharam com Ethan em MI3 e MI4? Tirem um pouco dos cuecas e deixem elas brilharem também.

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Se prepare para cenas de ação grandiosas e bem elaboradas. A cena da ópera e a perseguição insana por Marrocos prometem entrar para o hall da fama da franquia.

Recomendo muito assistir ao filme em uma sala Imax, que dá a grandiosidade necessária para certos trechos. A cena em que o avião decola e a perseguição de motos foram feitas para uma tela gigante e de alta qualidade.

Em épocas em que os efeitos especiais viraram muleta para os filmes, é bonito de ver as cenas protagonizadas por dublês reais e pelo ator Tom Cruise, que protagoniza sua próprias cenas de ação.

Mesmo em seu quinto filme, a série Missão Impossível mostra que ainda sabe contar uma boa história e tem muito a ensinar aos filmes de hoje em dia – que preferem repetir lugares comuns e ficar na mesma fórmula batida de sempre.

Lucas Balzer
Lucas Balzer

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