Quando o primeiro Mercenários estreou no cinema, seu grande chamariz era a novidade. Grandes atores de ação reunidos juntos em um mesmo filme. Já o segundo veio com os dois pés no peito, botando todos eles ao mesmo tempo sentando o dedo em vagabundos. Com o lançamento do terceiro, vemos que a fórmula já está desgastada, mas ainda diverte.
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Na história, Barney (Sylvester Stallone) e sua trupe de mercenários acabam reencontrando um antigo aliado que acaba se virando contra eles. Com medo de perder seus amigos, ele resolve criar uma nova equipe formada por jovens talentos da porradaria.
O MHM assistiu ao “Mercenários 3” e te conta o que achou da produção. Se liga:
A mesma história de sempre
Olha, se você está assistindo um filme do “Mercenários” por causa do roteiro, você está fazendo muito errado. A história, como sempre, é qualquer coisa. Você provavelmente já viu um milhão de filmes com um aliado que virou vilão ou com uma equipe de jovens que tenta superar seus antecessores.
A tristeza é que ao contrário de Mercenários 1 e 2, o terceiro tem um problema de ritmo muito grande. O filme começa com uma grande cena de ação, seguida por uma meia hora de enrolação, ai tem uma pequena cena de ação, mais enrolação, e ai, finalmente, temos uma grande catarse. Muito pouco para tanto tempo de espera.
Se viemos aqui para ver as grandes cenas de ação, por que não torná-las protagonistas do filme? Em muitos momentos, “Mercenários 3” é cheio de muita conversa e pouco dedo no gatilho. Se história não é lá essas coisas e as cenas de ação ficam limitadas a pouco minutos, o que vieram fazer aqui?
Outro problema é o vilão. Mel Gibson começa muito bem e até tem uma motivação razoável. Porém, seu papel vai diminuindo de importância com o passar do filme. O que começa com um vilão frio e calculista, termina com um vilão de terceira linha que resolve, sem motivo algum, partir para ação sozinho.
Novos atores
A qualidade principal de “Mercenários 3” está em seu casting. Mano, é sempre da hora ver o Stallone e o Schwarzenegger dividindo a telas juntos. Apesar de ter adições em relação ao segundo filme, este também tem suas perdas.
Saem Bruce Willis, Chuck Norris e Mickey Rourke, entram Harrison Ford, Weslley Snipes e Antonio Banderas. Estes últimos dois são alívios cômicos que roubam a cena toda vez que aparecem. Há também a nova geração de “Mercenários”, mas destes apenas Ronda Rousey merece destaque. A mulher chuta bundas e dá chave de braços como ninguém.
Porém, dá para perceber que a agenda foi a grande vilã da produção. Provavelmente, por falta de tempo disponível, muitos atores não dividem a tela por muito tempo. É o caso do Jet Li, que só atua do lado de Schwarzenegger e Ford; de Antonio Banderas, que só aparece com o Stallas e a Ronda; entre outros.
Ainda tem espaço para mais?
“Mercenários” surgiu como uma homenagem e, por que não, uma paródia do cinema de ação dos ano 80. A ideia funcionou bem no começo, mas vem perdendo um pouco a graça com o tempo. Quase como aquela mesma piada que seu tio velho conta ano após ano nos jantes de família.
Já matamos a saudades de ver Sly, Schwazza, Norris, e seus amigos em ação novamente. Cabe a essa galera agora começar a se mexer para contar boas histórias, como faziam antigamente.
Fica a impressão que o Stallone sabe que o público irá assistir ao filme apenas por nostalgia, por isso nem se esforça. Oras, se for para ficar apenas no mais do mesmo, vale mais a pena fazer uma sessão reprise de “Comando para Matar”, “Rambo”, “Duro de Matar’ e companhia.
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