“Quando sentamos para fazer Logan, não queria que fosse um filme de super-heróis. Queria que fosse um filme. Um filme sobre um homem. (…) Sabia que eu não teria uma segunda chance. Era minha última tentativa.” – Hugh Jackman, em coletiva de imprensa sobre “Logan”
Quando assumiu o papel de Wolverine a primeira vez, em X-Men, Hugh Jackman não sabia, mas participava de um momento de virada na indústria do cinema.
O sucesso do filme dos alunos do professor Xavier fez com quem Hollywood passasse a olhar com bons olhos os filmes de super herói. A partir dai, vimos nas telas as primeiras aparições de heróis como Homem-Aranha e Homem de Ferro além da volta de personagens clássicos como em Batman Begins e Superman – O Retorno.
Ao assumir pela última vez o papel de Logan, o ator pode novamente ser protagonista de um novo ponto de virada no gênero.
O filme do Wolverine que os fãs esperavam
“Logan” se passa em futuro próximo. Sozinho, doente e com seus poderes fraquejando, Wolverine se depara com uma nova missão: Proteger X-23, uma menina que tem os mesmos poderes , garras de adamantium e ferocidade do herói. Para completar, a garota está sendo perseguida por uma organização militar do governo.
A trama, que lembra muito obras como o filme “Filhos da Esperança” e o jogo “Last of Us”, tem como sua maior qualidade fugir do lugar comum de filmes de super-herói e focar em uma história mais intimista.
São muitos poucos os mutantes apresentados em tela. Menos ainda são as referências a histórias em quadrinhos ou cenas megalomaníacas. Em nenhum momento, Logan luta para salvar o mundo. Ele luta para proteger as pessoas com quem se importa.
Assim, podemos ver em tela uma das melhores interpretações de Hugh Jackman no personagem. A cada cena que passa, Wolverine ganha mais e mais camadas e tridimensionalidade. Tarefa que – infelizmente – seus últimos dois filmes solo não conseguiram realizar.
Parte do crédito para a profundidade que vemos em tela também se deve a James Mangold e Scott Frank, responsáveis pelo roteiro. “Logan” é uma história que fala sobre amadurecer e envelhecer. Sobre como um homem pode carregar a culpa por anos e mesmo assim achar a sua redenção. Algo muito diferente do que vemos em filmes inspirados em quadrinhos.
Um novo momento para os heróis
Outro grande destaque é censura do filme: 18 anos nos Estados Unidos. Isso garante não só as lutas mais sangrentas dos X-Men feitas até hoje, como também deu a liberdade para esta ser uma produção madura e focada em um público mais velho.
Apesar de ser bem humorado, não temos aqui a enxurrada de piadinhas dos Vingadores. Além disso, a trama entrega muito pouco do que aconteceu para que os personagens chegassem no seu momento atual. Algo bem diferente da história mastigadinha dos filmes de super-herói da atualidade.
Se em “Deadpool”, a censura mais alta permitiu a liberdade total para criar uma comédia escrachada, aqui a liberdade criativa transborda nos elementos humanos e complexidade de seus personagens. É fácil sair da projeção imaginando que este pode ser considerado por muitos uma das melhores produções da Marvel nas telonas.
“Espero que os fãs olhem para este filme é digam: Esse é o filme do Wolverine que nós estivemos esperando”, disse Hugh Jackman em sua coletiva de imprensa no Brasil. Podemos facilmente dizer que a missão do ator está cumprida.
Comentários
Importante - Os comentários realizados nesse artigo são de inteira responsabilidade do autor (você), antes de expressar sua opinião sobre temas sensíveis, leia nossos termos de uso