Com tantas coisas acontecendo no país e com tantas mudanças na aposentadoria, é fundamental ter um plano B e saber poupar para não faltar grana no futuro.
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Você pode guardar seu dinheiro sem necessariamente contar com o governo e investir seus rendimentos para ter uma vida estável quando não quiser ou não puder mais trabalhar.
Selecionamos as principais dicas de vários consultores e planejadores financeiros para te ajudar nessa jornada.
Comece cedo
Para Eliane Habib, planejadora financeira, o ideal é começar a poupar dinheiro assim que entrar no mercado de trabalho mas, se você já trabalha há um tempo e ainda não deu o primeiro passo, não tem problema: “se for resgatar parte dos valores antes de cinco anos, esqueça a previdência privada e use fundos com taxas baixas (até 2%), CDB ou Tesouro Direto”, reforça.
Se você tem menos 25 anos, tente poupar entre 10% e 20% da sua renda todos os meses – guarde a grana na poupança ou em uma conta exclusiva para isso.
A cada 10 anos, procure aumentar sua poupança em 10%. Por exemplo, com 45 anos, procure poupar entre 30% e 40% da renda. É bem difícil guardar mais que isso, mas essa porcentagem, para muitos especialistas, já é suficiente.
Se você não se preocupou em economizar entre os 25 e 45 anos, o melhor é pensar em guardar pelo menos 40% da sua renda mensal.
Eliane afirma, em entrevista para o jornal Folha de São Paulo, que: “Jovens podem investir entre 5% e 10% dos rendimentos. Os veteranos devem considerar uma porcentagem que não comprometa o orçamento, mas que garanta rendimento suficiente”.
O que é previdência privada?
A previdência privada nada mais que é um fundo de investimento com características particulares. Por exemplo, a previdência privada é considerada uma reserva de longo prazo para aposentadoria e pode ser convertida em renda vitalícia ou temporária se o titular quiser.
Mas vale ressaltar: os fundos de previdência privada não devem ser vistos como reserva de emergência. Eles têm diversos benefícios, como liquidez de inventario, transmissão automática de bens aos herdeiros livre de impostos como o ITCMD, vantagens fiscais e etc., mas no curto prazo não oferecem os melhores retornos financeiros.
Então, saiba que a grana que você deposita mensalmente deve ser vista como uma reserva para o seu futuro, e não uma válvula de escape para problemas no presente.
A vantagem da previdência privada quando a comparamos com a previdência social está no valor mensal de contribuição. Você pode escolher quando dinheiro quer investir por mês e também retirar a grana quando quiser – de acordo, é claro, com o tipo de plano.
O especialista em mercado financeiro André Bona compartilhou, em seu site voltado para investidores, as seguintes dicas sobre os planos da previdência privada: “O Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), por exemplo, é um plano indicado para quem é isento ou faz a declaração do Imposto de Renda (IR) de forma simplificada. Por outro lado, o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) é perfeito para quem preenche o formulário completo do IR”.
Ele complementa: “Além dessas duas categorias, também dá pra escolher qual o regime tributário de cada um dos planos, que pode ser regressivo – quando a alíquota diminui ao longo do tempo – ou progressivo – quando o a tributação aumenta conforme o valor”.
Vale realizar investimentos a longo prazo?
Investimentos a longo prazo, além da previdência, também são alternativas para quem já está pensando na aposentadoria.
A aplicação escolhida, entretanto, varia de acordo com o perfil do investidor.
A bolsa de valores, por exemplo, é um investimento de longo prazo que, apesar de não te dar garantia nenhuma, te proporciona a possibilidade de uma rentabilidade mais expressiva.
Porém, você já sabe: o risco é alto. Então, tome se você não tem muita experiência ou segurança para lidar com a bolsa, o ideal é optar pelo Tesouro Direto.
Afinal, investimentos em títulos públicos também podem gerar boa rentabilidade e seu risco é extremamente baixo.
Seu rendimento tem como base a SELIC, taxa de juros básica brasileira, que pode ser prefixada ou atrelada ao IPCA. Por isso, considerar este tipo de investimento é uma boa opção para quem não quer arriscar na bolsa de valores.
Investimentos em renda fixa de emissão de bancos – CDBs, LCIs, LCAs, LCs, por exemplo – também são boas alternativas e você pode encontrar diversos tutoriais na internet para entender como eles funcionam.
Considere seus gastos e seja realista
Quando começar a se planejar, tenha em mente seu objetivo e não transforme a aposentadoria em algo abstrato: leve em conta seu custo de vida real, incluindo supérfluos, para fazer projeções sobre o futuro.
É importante lembrar que, com o tempo ,o valor do plano de saúde, por exemplo, e o uso de medicamentos podem aumentar. Então, coloque tudo isso na balança.
Outra dica para calcular a porcentagem de grana que você vai guardar é: não reserve recursos apenas do salário. Economize também de outras fontes de renda, como bônus e prêmios.
Independente da sua escolha, tenha em mente que é importante guardar dinheiro para ter um futuro estável. Por mais que você acredite não ter grana o suficiente, cada centavo que investir vai fazer diferença daqui uns anos e pode ter certeza: economizar dinheiro nunca é um erro.