Por que somos tão fãs de Ayrton Senna?

Elencamos os motivos pelos quais admiramos tanto o piloto brasileiro

Muitos pilotos respeitam o legado do tricampeão mundial que morreu tragicamente nas curvas de Ímola. Fora do bólido, ele era considerado um símbolo nacional. Sem dúvida nenhuma, Ayrton Senna foi um dos maiores heróis do esporte brasileiro. Mas, por quê essa admiração toda?

+ Confira as frases marcante do Ayrton Senna

Fizemos um vídeo especial para apontar os motivos pelos quais somos tão fã de Ayrton Senna. Confira no link!

Grandes momentos no automobilismo

Um grande atleta é feito de grandes momentos no esporte. Com Ayrton Senna não poderia ser diferente. Separamos três grandes momentos do automobilista para você.

Grande Prêmio de Mônaco (1984)

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Na temporada de estreia na Fórmula 1, Ayrton Senna pontuara com o sexto lugar nos GPs da África do Sul e da Bélgica com o seu Toleman. Mas, o que aconteceu em Monte Carlo (Mônaco) naquele ano cravou o nome de Ayrton Senna entre os grandes pilotos da categoria.

A prova começou sob forte chuva, com Senna no 13º lugar. Prost estava na pole-position. Ele manteve a ponta até a 11ª volta, quando foi ultrapassado por Nigel Mansell. Cinco voltas depois, o Leão perdeu o controle do carro, bateu e abandonou.

Senna já ocupava a terceira posição e perseguia Niki Lauda. Ultrapassou-o na volta 19. A diferença para Prost diminuía. Enquanto isso, as condições da pista pioravam e aumentava o número de carros fora da disputa. A emoção durou até a 31ª volta. O diretor de prova interrompeu a prova e encerrou a disputa, dando a vitória a Prost antecipadamente.

Grande Prêmio de Suzuka, Japão (1988)

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O primeiro ano de uma das maiores rivalidades da história da F-1: Ayrton Senna x Alain Prost. Senna estreava na equipe McLaren, após um ano na Toleman (1984) e três na Lotus (1985 a 1987).

Antes da corrida de Suzuka, Ayrton havia vencido sete vezes no ano, enquanto Prost tinha ficado com outras seis conquistas. Se Ayrton vencesse, era campeão. Caso isto não acontecesse, o campeonato seria decidido na prova final da temporada na Austrália.

O GP começou de forma dramática para Senna. O carro dele apagou na largada, por sorte era uma descida. O brasileiro pegou no tranco, mas caiu para o fim do grid e numa recuperação espetacular se aproximou do líder Prost já na 20ª volta. A chuva começou a cair. Na 28ª passagem, o Senna superou o francês na reta dos boxes e garantiu seu primeiro título da F-1.

Depois disso, virou um ídolo dos japoneses.

Grande Prêmio do Brasil (1991)

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Foram sete anos de frustrações, tentativas que bateram na trave. Mas Ayrton Senna não desistiu e transformou a vontade de vencer o GP do Brasil em obsessão. Só sossegou em 24 de março de 1991, quando finalmente cumpriu com o prometido.

A corrida começou com Senna na liderança e Mansell em segundo, quando este conseguiu a ultrapassagem em Patrese logo após a largada. Senna e Mansell ditavam o ritmo da prova abrindo larga vantagem com relação aos seus adversários. Porém Mansell, com um pneu furado, teve que fazer uma segunda parada, o que deu a Senna alguns segundos de vantagem sobre Patrese, que assumiu a segunda colocação.

Neste momento, os problemas mecânicos começaram a aparecer no carro do brasileiro.

“De repente, perdi totalmente a quarta (marcha), faltando 20 voltas para o final. Comecei a sentir dores no pescoço, no ombro e nos braços. Aí fiquei sem a quinta e a terceira (marchas). Nada funcionou, faltando sete, oito voltas para o final. Achei que não ia ganhar nas últimas três voltas com o problema no câmbio. Mas quando deu duas voltas, pensei: ‘vai ser no grito’. Lutei tanto, tantos anos para chegar isso. Vai ter que dar”. (Senna)

O desgaste físico foi tamanho que o piloto não conseguiu sair do carro sozinho no final da prova.

Solidariedade

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Em 1992, em uma sexta-feira de treinos em Spa-Francorchamps, palco do GP da Bélgica do próximo fim de semana, o francês Érik Comas bateu fortemente e ficou atravessado no meio da pista.

Ao ver o acidente, Senna imediatamente parou o carro e saiu correndo para ajudá-lo. Ao perceber que o piloto estava desacordado com o pé no acelerador, desligou o motor para evitar uma possível explosão. Na sequência, segurou a cabeça de Comas em uma posição confortável, tendo certeza que o piloto respirava até a equipe médica chegar ao local. Anos depois, em um depoimento emocionado à TV francesa, Érik Comas revelou que ficou grato pela atitude e disse que teve a vida salva por Ayrton.

No fatídico 1º de maio de 1994, enquanto Ayrton Senna era atendido pela equipe médica na curva Tamburello, o piloto francês Érik Comas desobedeceu as bandeiras vermelhas, saiu dos boxes e parou próximo ao local do acidente que tirou a vida do brasileiro. Ele observou o tricampeão gravemente ferido e ficou tão impressionado com a cena que não continuou na prova e, no fim do ano, abandonou a Fórmula 1.

Pensamento social

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Apesar de viver uma vida abastarda e sem nenhuma dificuldade, Senna tinha uma personalidade distinta e estava sempre disposto a ajudar os outros. Em vida, sempre falou da importância da educação para o desenvolvimento infantil e futuro melhor. Seu legado continua a viver com o Instituto Ayrton Senna, que ajuda crianças em condições pobreza.

Dedicação e entrega total

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Considerado quase como uma máquina no esporte, Ayrton Senna tinha uma dedicação e entrega quase total no automobilismo.

Passava horas para tirar o melhor acerto do carro, convivia e trocava muita informação com os mecânicos em busca do rendimento perfeito. Além disso, transformava obstáculos em sucessos. Na medida em que era difícil para os pilotos conduzir no chão molhado, toda vez que chovia, ia para a pista para dirigir por horas e acostumar-se com a adversidade.

Usava isso de vantagem para superar seus adversários.

Grandes rivais

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Alain Prost(1984-1993)

Desde a primeira corrida marcante de Ayrton Senna na Fórmula 1, no GP de Mônaco de 1984, o francês Alain Prost foi seu maior adversário.

Em 1988, o brasileiro ergueu seu primeiro título depois de derrotar Prost de forma espetacular no GP do Japão – ambos estavam na McLaren. No ano seguinte, no mesmo circuito, veio o troco. Senna e Prost bateram na 46ª volta, o que deu o título a Prost.

Em 1990, novamente no Japão, foi a vez de Senna se beneficiar de uma batida com Prost para erguer o título – um acidente que, para muitos, foi premeditado pelo brasileiro. Apesar de todas as provocações e críticas do passado, Prost veio ao Brasil para o funeral de Senna e prestou sua homenagem ao adversário mais famoso.

Nelson Piquet (1986-1987)

Piquet e Senna, os dois brasileiros correram cinco temporadas juntos, mas em apenas duas mantiveram uma disputa frequente e acirrada nas pistas. Em 1986, Piquet ficou em terceiro lugar no campeonato, superando Senna, que foi o quarto; em 1987, Piquet foi o campeão, e Senna o terceiro.

Senna e Piquet tiveram brigas de sobra fora delas: as provocações entre os pilotos através das entrevistas à TV e aos jornais se tornaram famosas. Depois da morte de Senna, porém, Piquet enfim elogiou o rival e reconheceu sua importância.

Nigel Mansell (1991-1992)

Em 1991, Senna foi o campeão, com Mansell em segundo; em 1992, foi a vez do inglês vencer, deixando o brasileiro como vice. Senna e Mansell não tinham problemas de relacionamento fora das pistas e pilotaram carros diferentes demais nas duas temporadas.

Apesar disso, as disputas entre eles foram sempre empolgantes – como no GP da Hungria de 1992, quando Senna ultrapassou Mansell na primeira volta e defendeu todos os ataques do inglês até o fim da prova, apesar de ter um carro bem inferior. Mansell não ultrapassou Senna, mas o resultado deu ao inglês seu primeiro e único título mundial.

A Alegria de ser brasileiro

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Em um momento em que a economia estava quebrada, a política estava em frangalhos, o futebol amargava uma seca de décadas e o Brasil andava tão carente de ídolos nacionais, Ayrton Senna deu a nossa população o orgulho de ter um ídolo e ser brasileiro.

Ele era a esperança de que o país poderia ser algo melhor e maior. Ele era o Ayrton Senna do Brasil!

Frases eternizadas

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Por fim, ele não era só uma atleta, mas um pensador. Deve, surgiram várias frases de motivação, autoajuda, ou mesmo observações sobre a cultura e sociedade.

“No que diz respeito ao empenho, ao compromisso, ao esforço, à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz.”

“Se você quer ser bem sucedido, precisa ter dedicação total, buscar seu último limite e dar o melhor de si.”

“Hoje gosto muito mais de crianças do que gostava um ou dois anos atrás. É mais fácil se comunicar com uma criança. Basta trocar um olhar, um gesto, um sorriso.”

“Mulheres: com elas uma encrenca, mas sem elas não se pode viver.”

Leonardo Filomeno
Leonardo Filomeno

Jornalista, Sommelier de Cervejas, fã de esportes e um camarada que vive dando pitacos na vida alheia