Só lembra da camisinha na hora da penetração? É melhor começar a rever as suas atitudes, porque o sexo oral desprotegido anda dando dor de cabeça para muita gente por aí: e gonorreia.
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Se você pulou as aulas de biologia, ou não lembra direito como os antibióticos funcionam, aqui vai um choque de realidade: as bactéria conseguem se adaptar aos remédios usados para combatê-las.
Então, se você usa um antibiótico sem prescrição médica ou faz o tratamento da forma inapropriada, é possível que as bactérias criem resistência e fiquem ainda mais fortes.
A bactéria fortalecida mais preocupante no momento é a responsável por causar uma das infecções sexualmente transmissíveis mais comuns no planeta: a gonorréia.
De acordo com uma série de novos relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS), os especialistas estão convictos que o sexo oral está piorando o problema.
“Quando você usa antibióticos para tratar infecções, como uma dor de garganta normal, isso se mistura com a Neisseria [diplococo que habita o trato respiratório e causa a gonorreia na garganta] e resulta em resistência”, explicou Teodora Wi, médica no ramo de reprodução humana da OMS.
Consequentemente, a bactéria continua ativa na cavidade bucal e pronta para ser transmitida no sexo oral sem preservativo.
A doença geralmente não é mortal e muitas pessoas que a pegaram nem sequer apresentam sintomas de infecção.
Mas, se não for tratada, ela pode causar cicatrizes e inflamações genitais que eventualmente levam à infertilidade em homens e mulheres, ao mesmo tempo em que facilita o desenvolvimento de outras doenças e infecções.
Ela também pode se espalhar de mãe para filho no útero, aumentando o risco de aborto espontâneo ou trazendo danos para a criança nascida, como a cegueira.
O sinal de alerta da OMS soou quando o estudo de vigilância de clínicas e hospitais entre 2009 a 2014 apontaram casos de gonorréia resistente a antibióticos em 97% dos 77 países investigados.
Isso é a resposta da ineficiência da ação dos antibióticos mais comuns, incluindo a penicilina e a ciprofloxacina.
Isso fez com que as agências de saúde, como os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, recomendassem o tratamento com um coquetel de antibióticos: azitromicina misturado com outra classe de remédios de último recurso, conhecidos como cefalosporinas, ou ESCs.
Porém, em 81% dos países, os pesquisadores da OMS detectaram uma crescente resistência à azitromicina e segundo a revista VIP: “Em 66%, os pesquisadores da OMS encontraram tensões físicas ao acumulo de ESCs. Pior ainda, casos no Japão, França e Espanha exibiram resistência completa ao tratamento. Ou seja, droga alguma fez efeito”.
“Esses casos podem ser apenas a ponta do iceberg, uma vez que países subdesenvolvidos possuem sistemas carentes para diagnosticar e relatar infecções intratáveis”, disse Teodora.
No mundo todo existem cerca de 78 milhões de novos casos por ano e os pesquisadores estão trabalhando com três novos medicamentos em ensaios clínicos, embora apenas um deles esteja pronto para ser produzido em grande escala.
Quer se prevenir? Use camisinha.
Sintomas da gonorreia
A gonorreia é uma doença infecciosa causada pela bactéria Neisséria gonorrhoeae, que costuma atingir a região da vagina, pênis e ânus. Quando não é devidamente tratada, essa doença pode levar a complicações como infertilidade ou doença inflamatória pélvica, por exemplo.
Assim, é preciso estar atento aos sintomas dessa doença, que são diferentes para o homem e para a mulher, como mostrado a seguir:
Gonorreia na mulher
Apesar de a maioria das mulheres não sentirem sintomas quando estão infectadas pela gonorreia, podem surgir os seguintes sinais:
- Dor ou ardor ao urinar;
- Incontinência urinária;
- Corrimento branco-amarelado, semelhante ao pus;
- Inflamação das glândulas de Bartholin, que ficam nas laterais da vagina e são responsáveis pela lubrificação da mulher;
- Dor de garganta e comprometimento da voz, quando há relação íntima oral;
- Inflamação do ânus, quando há relação íntima anal.
Quando não tratada, essa doença pode causar complicações com esterilidade, gravidez ectópica e dor pélvica crônica.
Gonorreia no homem
Nos homens, os sintomas costumas iniciar entre 1 e 3 dias após o contato íntimo desprotegido, podendo surgir:
- Dor ou ardor ao urinar;
- Febre baixa;
- Corrimento amarelo, semelhante ao pus, saindo do pênis;
- Dor de garganta e comprometimento da voz, quando há relação íntima oral;
- Inflamação do ânus, quando há relação íntima anal.
Quando o tratamento adequado não é feito, surgem complicações como incontinência urinária e sensação de peso na região do pênis.
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