A folia foi boa, a festa foi demais. A noite, então, foi incrível. Mas, na hora da transa, a camisinha ficou de fora. Não importa se você esqueceu de encapar seu amigo por excesso de álcool, por puro esquecimento ou por extrema empolgação: você vacilou e nada justifica seu erro.
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Porém, agora que Inês é morta, bateu o desespero e você não sabe o que fazer. O medo da AIDS é real, o pavor da ideia de ter contraído qualquer outra DST também e, além de tudo isso, o pânico da possibilidade de uma gravidez indesejada toma conta do seu corpo? Veja o que fazer se você transou sem camisinha:
Entenda o perigo
Depois do risco, é claro que o pânico vai tomar conta e você vai dizer: “eu nunca mais vou transar sem camisinha”. Mas, na verdade, poucas pessoas realmente param de se arriscar depois do primeiro susto.
Porém, apesar da falsa ilusão de controle, a porcentagem de jovens contaminados por alguma DST aumentou nos últimos anos.
Segundo dados divulgados no jornal O Globo, cada vez menos jovens usam camisinha. Como consequência, a transmissão de hepatite B na população brasileira cresceu 74% desde 2004, e a transmissão de HIV na faixa de 15 a 19 anos aumentou 53% na última década.
Enquanto isso, o estoque da vacina para combater o HPV — um dos principais causadores de câncer de colo do útero —, disponibilizada pela rede pública a meninas de 9 a 13 anos, estava sobrando nos postos em meados de 2016.
A imunização, até o meio do ano passado, só tinha atingindo 44,23% das meninas, índice bem longe da meta de 80%.
E, além disso, há uma assustadora epidemia de sífilis rolando no país. Nós já falamos disso por aqui mas, se você não se lembra, ela está concentrada nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Então, o perigo é real e você precisa se proteger.
Dito isso, vamos aos próximos passos!
Não tenha outras relações
É sério: se você ainda não sabe se contraiu alguma doença, espere para ter relações – mesmo se usar camisinha. Dê um tempo no sexo para não correr o risco de contaminar outras pessoas. Mesmo depois do resultado dos exames, não transe com outra pessoa sem camisinha: algumas DSTs, como o HPV e a herpes, só se manifestam depois de meses.
Além disso, os sintomas da AIDS também podem demorar para aparecer e o HIV pode demorar para surgir nos exames realizados, afinal, existe uma coisa chamada “janela imunológica”, que “esconde” a presença de alguns vírus por um determinado período.
A AIDS ainda mata. Apesar da gente ter a impressão que é possível conviver com o vírus, ele continua extremamente perigoso.
Segundo dados de uma pesquisa realizada pela Universidade College London e publicada no periódico científico The Lancet, 58% das mortes entre os soropositivos investigados foram causadas pela AIDS.
Em resumo, a doença segue sendo a principal causa de óbitos nesse grupo — especialmente aqueles que descobrem tarde demais a presença do vírus no corpo.
Para ter ideia, esse diagnóstico tardio triplicou o risco de morte entre os indivíduos com AIDS que participaram do levantamento da Universidade.
Por outro lado, detectar o vírus logo no início da contaminação reduziu em cerca de 35% a probabilidade de morte durante o período do estudo.
No Brasil, o número de novos casos e de óbitos causados pela AIDS é praticamente o mesmo que o registrado há dez anos, segundo o Ministério da Saúde. Você tem noção disso? Então, se proteja.
Procure a PEP
Se você teve uma relação de risco e prefere não arriscar e dar chance para o azar, pode recorrer ao coquetel preventivo fornecido em postos de saúde. Até três dias depois da relação, você pode buscar a prevenção chamada PEP.
Procure um posto de saúde! Lá, você será testado e vai tomar a medicação PEP por 28 dias. Não é uma situação agradável, mas é bem melhor do que correr o risco de desenvolver alguma doença sexualmente transmissível.
Cuidado com a janela imunológica
Mesmo depois de fazer os primeiros exames, retorne ao posto de saúde algumas semanas depois para ter certeza de que você está limpo.
A Janela imunológica é o intervalo de tempo entre a infecção pelo vírus da AIDS e a produção de anticorpos anti-HIV no sangue.
Esses anticorpos são produzidos pelo sistema de defesa do organismo em resposta ao HIV e os exames irão detectar a presença dos anticorpos, o que confirmará a infecção pelo vírus.
Se o exame for feito nesse período, que, no caso do HIV, pode variar de 2 a 12 semanas, existe o risco de haver resultados falso-negativos e, portanto, a necessidade de repetição dos testes em período determinado pelo médico.
Assuma as consequências
Não estamos aqui para julgar e nem apontar o dedo e dizer que você errou. Porém, se você transou sem camisinha, precisa estar pronto para assumir as consequências.
Se a mulher engravidar, assuma a criança. Se você contraiu alguma doença, se cuide para não transmiti-la para outra pessoa. Se você pegou uma DST em uma traição, conte para a sua esposa ou namorada para protegê-la da contaminação.
Um homem não se forma na pegação e na conquista, ele se forma na maturidade de assumir seus erros.