13 coisas que você não sabia sobre o HIV e que precisa aprender

Entre as coisas que você não sabia sobre o HIV, provavelmente está o fato de que HIV e AIDS são coisas diferentes. Quer saber mais? Leia a matéria completa!

Recentemente, a USP e a ONU criam cursos para combater estigmas sobre o HIV.

O público-alvo dos cursos são estudantes (graduação e pós) e profissionais das áreas de comunicação social, gestão e saúde, e a motivação para a criação desses treinamentos é a mudança no comportamento sexual de homens e mulheres ao redor do mundo.

Muitas pessoas perderam o medo da doença por acreditar ser muito raro contrair o vírus, e isso acontece porque essas pessoas não conhecem muito sobre o HIV: entre os jovens de 18 a 29 anos, por exemplo, 40% não usam camisinha, segundo a pesquisa Juventude, Comportamento e DST/AIDS da Caixa Seguros, com supervisão do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde.


13 coisas que você não sabia sobre HIV e que precisa aprender

O vírus causador da AIDS, ao contrário do que muitos pensam, não é um fantasma. Esse é apenas um dos mitos ao redor da doença que segue afetado milhões de pessoas ao redor do mundo.

Segundo a Unaids – a agência da ONU direcionada para a doença -, o número de pessoas vivendo com HIV/aids aumentou de 30 milhões para 35,3 milhões nos últimos 14 anos.

Entre esses casos, 719 mil foram registrados no Brasil: 20,2 a cada 100 mil habitantes possuem o vírus e 56% dos infectados brasileiros vivem na região sudeste.

Existem várias dúvidas e informações equivocadas sobre a transmissão do HIV que precisam ser desmitificadas para ajudar no combate à doença e, por isso, nós preparamos uma lista com 10 coisas que você não sabia sobre HIV e que precisa aprender!

AIDS e HIV não são a mesma coisa

13 coisas que você não sabia sobre o HIV e que precisa aprender

Pois é! Este é um dos maiores mitos sobre o HIV e uma das principais coisas que você precisa aprender.

Uma pessoa pode ter o vírus HIV sem desenvolver a doença AIDS – que ocorre quando, por exemplo, existe a presença das chamadas doenças oportunistas, como pneumonia e tuberculose.

No caso do Charlie Sheen, por exemplo, uma das personalidades que recentemente foi diagnosticada como portadora de HIV, existe apenas a presença do vírus HIV e, como ele está realizado tratamento com anti-retrovirais, a chance de desenvolver a doença AIDS e transmiti-la é baixíssima pois a carga indetectável de vírus no sangue diminui a chance de transmissão em 96%.

Como a contaminação funciona durante o sexo

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Antes de qualquer coisa, você precisa entender que o maior risco de transmissão do vírus está no sangue.

Por isso, o vírus, geralmente, é transmitido por meio de sexo anal e sexo vaginal sem camisinha, por meio do uso de seringas e agulhas infectadas entre usuários de drogas injetáveis; da mãe infectada para o filho durante a gestação ou na hora do parto ou por meio de transfusão de sangue não testado.

Porém, verdade seja dita: é possível encontrar rastros do HIV no sêmen do homem. Por isso, a chance de transmissão por sexo oral é muito, muito baixa, mas existe.

Nesse caso, para ambos os sexos, o risco é maior quando você ou seu parceiro (a) tem uma DST não tratada, como gonorreia ou sífilis.

Também é mais perigoso se você tiver úlceras, cortes abertos ou machucados em sua boca, garganta infeccionada, amigdalite ou doença na gengiva.

13 coisas que você não sabia sobre o HIV e que precisa aprender

Os níveis de HIV no fluido vaginal também mudam, aumentando durante a menstruação, período em que o sexo oral é mais perigoso.

Em um estudo americano feito em São Francisco, publicado na revista AIDS, em 2002, os dados dizem que, em um total de 10 mil homens que fizeram teste para HIV, 239 informaram ter feito exclusivamente sexo oral. Entretanto, nenhum desses homens apresentou resultados positivos ao HIV.

Aliás, mesmo não havendo ejaculação na relação sexual, é possível transmitir ou contrair o vírus.

O líquido que é expelido antes da ejaculação pode ter um pouco de sêmen, por isso, o contato com o pênis, mesmo sem penetração, pode apresentar risco de transmissão do vírus, caso um dos dois seja portador do HIV.

O vírus não enxerga cor, classe social ou orientação sexual

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Sua orientação sexual não é garantia de proteção.

Essa ideia deturpada surgiu porque a relação sexual através do sexo anal desprotegido é uma das maiores causas da transmissão do vírus, porém, não é a única, e, além disso, não é só um casal homossexual que pratica esse tipo de sexo, certo?

O vírus também não tem rosto.

Por si só, ele não altera em nada a fisionomia de alguém.

Além disso, o tratamento impede que um soropositivo desenvolva a doença AIDS, a principal causa da aparência abatida decorrente das doenças oportunistas, como pneumonia e tuberculose.

Por fim, pessoas de todas as classes sociais e etnias podem contrair o vírus.

Foi exposto ao vírus? Conheça a PEP

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PEP significa Profilaxia Pós-Exposição.

É uma forma de prevenção da infecção pelo HIV usando os medicamentos que fazem parte do coquetel utilizado no tratamento da Aids (Zidovudina + Lamivudina).

A PEP é voltada ara pessoas que possam ter entrado em contato com o vírus recentemente, através da exposição ocupacional, no caso de profissionais de saúde ou pela exposição não ocupacional (sexual), ocorrida em casos de sexo sem camisinha ou de violência sexual.

A PEP precisa ser ministrada em até 72 horas após a exposição! 

Esses medicamentos precisam ser tomados por 28 dias, sem parar, para impedir a infecção pelo vírus, sempre com orientação médica.

Os sintomas do HIV nem sempre são silenciosos

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Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da AIDS, o sistema imunológico começa a ser atacado.

É na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV – tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença.

Esse período varia de 3 a 6 semanas. O organismo leva de 8 a 12 semanas após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV.

Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar.

Por isso, a maioria dos casos passa despercebido. Caso haja suspeitas de infecção pelo HIV, procure uma Unidade de Saúde mais próxima e realize o teste.

36,7 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo

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O número parece assustador, certo? Mas não é, pois a maioria dessas pessoas convivem normalmente com o vírus no corpo.

Os dados foram levantados em 2016 e fazem parte da mais recente pesquisa da Unaids, o programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS, divulgada na segunda, 20 de novembro.

Destas, 20,9 milhões fazem terapia antirretroviral.

Em 2000, apenas 685 mil pessoas tinham acesso a esse tratamento. A terapia é feita com a finalidade de impedir a quantidade de replicação do vírus HIV no corpo humano.

Em 2017, quem faz a terapia antirretroviral pode ter uma expectativa de vida quase igual a uma pessoa não infectada com o vírus, embora tenha de passar por esse tratamento para sempre.

Você pode fazer um teste de farmácia para descobrir se tem o vírus

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Se você tem medo ou vergonha de fazer um exame de sangue para descobrir se tem o vírus HIV, pode ficar calmo.

Desde julho de 2017 está disponível no Brasil um teste de HIV de farmácia, chamado Action.

A Anvisa aprovou o produto e garante 99,9% de eficácia no resultado.

Outros lugares para fazer o exame de HIV

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Os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) são serviços de saúde que realizam ações de diagnóstico e prevenção de outras infecções sexualmente transmissíveis e, nesses serviços, é possível realizar testes para HIV, sífilis e hepatites B e C gratuitamente, assim como nas Unidades Básicas de Saúde.

Aqui você consegue achar o CTA mais próximo da sua casa.

O tratamento é gratuito no Brasil

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O Ministério da Saúde garante tratamento gratuito para todas as pessoas com o vírus HIV, esteja em qual estágio da doença estiver.

Neste link no site do Ministério da Saúde é possível encontrar locais para realização de exames gratuitos de HIV, hepatite e sífilis em todo o Brasil.

O Brasil também é pioneiro em política pública de profilaxia de HIV

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Um método para reduzir o risco de transmissão do vírus HIV começou a ser implantado no País em 2017. O projeto de Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (ImPrEP) foi desenvolvido pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A medida torna o Brasil pioneiro na implementação de profilaxia enquanto política pública.

A ImPreP pretende reduzir as infecções no País, que chegam a 44 mil por ano.

Em 2015, 830 mil pessoas viviam com HIV no Brasil, de acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids).

A duração do ImPrEP será de três anos, com a participação de instituições de ensino e pesquisa dos três países e financiamento de US$ 20 milhões da Unitaid, uma iniciativa global sem fins lucrativos que atua no incentivo de novos métodos para prevenção, diagnóstico e tratamento de HIV/Aids, tuberculose e malária.

Além disso, o Ministério da Saúde distribui de graça camisinhas masculinas e femininas de graça em todo o país. São mais de 500 milhões de camisinhas por ano desde 2012.

Os riscos de contrair o vírus não são tão diferentes entre homens e mulheres

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No sexo anal, a chance da mulher contrair o vírus do homem em uma relação desprotegida é sete vezes maior que a do seu parceiro, isso acontece porque o atrito é maior, facilitando o aparecimento de fissuras e aumentando o risco de transmissão.

Se existe alguma área inflamada ou machucada na vagina, inclusive, o risco é praticamente o mesmo também nesse tipo de relação.

Entretanto, se não houver feridas, doenças sexualmente transmissíveis ou fissuras no pênis e na vagina, o risco de transmissão do HIV é a mesma tanto do homem para a mulher, como da mulher para o homem durante a relação sexual vaginal.

HIV não tem cura

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Ainda não há cura para o HIV, mas há muitos avanços científicos nessa área que possibilitam que a pessoa portadora do vírus tenha qualidade de vida.

A forma mais eficaz para a prevenção é a camisinha

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O meio mais simples e acessível de prevenção ao HIV é o uso de preservativos masculino e feminino no ato sexual, seja ele anal, vaginal ou oral.

Pronto: agora você não tem mais desculpas para se proteger já que sabe todas essas coisa sobre o HIV.

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Maria Confort
Maria Confort

Jornalista, cinéfila, fanática por literatura e, por isso, apaixonada pela ideia de entender pessoas.

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