Após os 50 anos, 1 em cada 6 homens terá câncer de próstata. No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma).
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Mas, diferente de 40 anos atrás, quando a doença tinha um tratamento complicado e o preconceito era grande, não dá mais para você ficar se escondendo dos exames e dar chance para o mal.
Para isto que foi criado o Novembro Azul (Movember), incentivando e orientando o homem sobre a necessidade de conversar sobre a saúde masculina. Para te ajudar com informações úteis sobre o câncer da próstata, entramos em contato com o urologista Fábio Crialezi, membro da Sociedade Brasileira de Urologia, para mostrar algumas informações básicas sobre o câncer de próstata que todo homem precisa saber.
Quem corre mais risco de ter câncer de próstata?
O câncer de próstata é a segunda neoplasia maligna mais frequente no sexo masculino e os principais fatores de risco são a idade elevada e o histórico familiar presente (neste caso, o risco chega a ser 5 vezes maior para pessoas com até 3 familiares com câncer de próstata).
Homens negros têm uma taxa maior em relação a homens brancos ou asiáticos, mas sabe-se que os hábitos ocidentais de vida também aumentam o risco.
Quando você precisa começar a se cuidar?
Os exames devem iniciar-se aos 50 anos de idade. Pessoas com histórico familiar presente e negros devem iniciar seus exames de screening aos 45 anos de idade.
O exame de toque ainda é necessário?
O exame de toque retal ainda é necessário pois pode detectar lesões precoces na próstata que nenhum exame de imagem com as tecnologias atuais seria capaz de diagnosticar.
Desta forma, ele faz parte de todas as avaliações. Mas, ao contrário do que muitos imaginam, o exame de toque é muito pouco incômodo e extremamente rápido.
Quais são os principais sinais e sintomas do câncer de próstata?
O câncer de próstata em suas fases iniciais não causa sintomas nem apresenta sinais. A introdução na prática clínica na década de 90 do exame laboratorial sanguíneo do PSA em conjunto com o exame de toque retal, trouxe a possibilidade de diagnosticar lesões malignas enquanto ainda localizadas na próstata, o que permite, na maioria das vezes, tratamento curativo.
Como evitar?
Ainda não há forma concreta de se evitar o câncer de próstata. Manter uma alimentação saudável, não fumar, ser fisicamente ativo e visitar regularmente o médico contribuem para a melhoria da saúde em geral e podem ajudar na prevenção deste câncer.
Existem algumas estratégias de prevenção com uso de medicamentos inibidores da 5-alfa-redutase, estatinas, anti-inflamatórios e moduladores de receptores seletivos de estrógenos, ou dietéticas pelo uso de carotenóides, retinóides, vitamina D, vitamina E, cálcio e selênio. Mas, não se comprovaram como 100% eficientes em estudos científicos.
Tratamentos para o Câncer de Próstata
A forma de tratamento adequada vai depender de cada caso; da idade do paciente, da expectativa média de vida, do estadiamento da doença (se localizada ou avançada) e principalmente da escolha do paciente frente às opções possíveis.
Para doenças que estão ainda apenas na próstata, existem 3 tipos de tratamento (que são usados isolados ou em associação), que têm o objetivo de tentar curar o paciente. São eles a cirurgia, a radioterapia (radiação aplicada externamente) e a braquiterapia (que consiste na colocação de sementes radioativas no local da próstata).
Cada uma delas tem suas vantagens e desvantagens. Para pacientes mais idosos e tumores menos agressivos, pode-se também acompanhar o paciente rigorosamente e tratar apenas se o tumor mostrar sinais de alteração em sua agressividade. A decisão da melhor forma de tratamento deve ser tomada em conjunto entre o médico, o paciente e a sua família.
Nos casos avançados, onde a doença já “se espalhou” pelo corpo do paciente, também existem tratamentos, embora não sejam mais curativos, mas que podem controlar a doença, como o bloqueio hormonal (trata-se de bloquear a produção de testosterona, o hormônio masculino, que faz o câncer se desenvolver) ou a quimioterapia em alguns casos.
Colaborou: Dr Fabio Crialezi, CRM/PR:23691 RQE:2834, médico urologista, membro da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) e da ISSM (Sociedade Internacional de Medicina Sexual), estudando MBA Executivo em Saúde.
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