Se o término é inevitável, que seja eterno enquanto dure

Fim de relacionamento é como ser desligado da empresa, por mais que você esteja preparado, sempre fica um vazio na hora dizer o último tchau para o colega ao lado. Foi esse pensamento que ficou na minha cabeça em dois momentos em minha vida, o primeiro quando saía da gráfica para entrar no mundo do […]

Confira nossa reflexão sobre o fim das coisas

Fim de relacionamento é como ser desligado da empresa, por mais que você esteja preparado, sempre fica um vazio na hora dizer o último tchau para o colega ao lado. Foi esse pensamento que ficou na minha cabeça em dois momentos em minha vida, o primeiro quando saía da gráfica para entrar no mundo do jornalismo. O outro, antes de ser desligado do meu último trabalho.

Você pode até achar absurda essa comparação que estou fazendo. Mas abaixo vou usar argumentos que explicam como elas se equivalem

– Para entrar em um relacionamento é preciso que a pessoa desejada ganhe sua admiração de alguma forma ou te motive a ficar com ela. No emprego, isso vem com projeto profissional, realização pessoal ou retorno financeiro.

– Um relacionamento é mantido com atenção, dedicação e carinho. Você até pode não pensar da mesma maneira, mas se levar sua profissão assim, vai trabalhar muito mais fácil e a possibilidade de ter sucesso é bem maior.

– Como todo relacionamento, no trabalho há período de turbulências, como no momento em que parte da equipe é desligada, quando você é obrigado a ocupar uma função que não se identifica muito ou mesmo quando um gestor direto não é ético ou tem uma visão não condizente a sua.

– Os fins são mais semelhantes ainda. Dificilmente há um consenso quanto ao término. Grande parte das vezes é um lado que rompe com o outro, e a parte rompida sente o término muito mais. Pode até ser que os dois nem mais estivessem afim, mas o rompimento mexe com o orgulho, com o brio, e muitos abandonados (demitidos) ficam procurando razões para o término. Basta abrir os olhos e ver como as coisas estão.

Assim como um relacionamento desgastado, onde o amor acabou e já não se pode ver o brilho nos olhos do outro, muitas vezes a sua relação com o emprego não vai bem das pernas e você sabe muito bem disso. O fim é mais que anunciado, da mesma forma quando vemos aquele casal amigo que já não guarda respeito um pelo outro.

O que quero dizer com isso tudo? Que mais certo do que você vai encontrar um novo amor ou um novo emprego, é que eles provavelmente não durarão para a vida toda. Desde a adolescência até a velhice, você se apaixona, desapaixona, termina, é terminado, sofre e faz sofrer. Não há como fugir e evitar isso, “a fila anda como a vida anda”, como bem disse Ivan Martins.

Não vai adiantar ligar centenas de vezes para aquela que não quer mais te ver, sair com outra para fazer inveja, encher a cara para esquecer, nem ficar em casa isolado do mundo por ela não te amar. Isso só tende a deixa-lo mais neurótico e menos racional. Isso só piora as coisas.

Exceto quando algo importante interrompa isso (um amor para a vida ou um grande projeto profissional) a única coisa que você pode fazer para reduzir o sentimento de perda é se preparar para aguentar o baque.

Agora o que você pode fazer para tornar o término menos traumático? Lembre-se dos momentos bons, de tudo de positivo que essa relação te proporcionou e guarde-os com carinho. No caso do meu último emprego, posso afirmar que levo às conversas descontraídas, minhas experiências em pautas boas e ciladas, as amizades para a vida, a projeção profissional e meu amadurecimento. Embora tenha passado por todas as fases de um relacionamento neste último trabalho, posso afirmar que se o fim foi inevitável, pelo menos foi eterno enquanto durou.

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Leonardo Filomeno
Leonardo Filomeno

Jornalista, Sommelier de Cervejas, fã de esportes e um camarada que vive dando pitacos na vida alheia

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