MHM no Beer Experience

Parte do Pavilhão da Bienal de São Paulo lotada em dois andares de sexta a domingo. O motivo não era algum artista renomado, nem uma exposição internacional, eram amantes e simpatizantes de cerveja reunidos, com a caneca na mão em busca de uma só coisa, cerveja especial. Esse foi o espírito da terceira edição do Beer Experience

Quem acompanha o Beer Experience sabe que este cresceu (e muito) desde sua primeira edição. Da sua humilde primeira vez dentro do Shopping Frei Caneca com 150 rótulos, o evento foi para o Pavilhão da Bienal com mais de 500 rótulos em sua terceira edição e reuniu mais de 20 mil pessoas.

O “Maior Festival de Cervejas Especiais do Brasil” ganhou notoriedade com público e critica especializada, mas ainda faltam algumas arestas para aparar em sua organização. O legal foi ter se comprovado que é possível reunir multidões interessadas em sair do feijão com arroz cervejeiro e incrementar mais amargor, sabores mais intensos e teor alcoólico em suas cervejas.

O MHM visitou a terceira edição do Beer Experience e  te conta o que achamos do evento. Saca só:

As Cervejas

Foi a grande chance de muitas pessoas que estão acostumadas com a tradicional pilsen experimentarem outros rótulos e tipos de cerveja com um preço acessível (pagando por doses a partir de R$ 4 e não pela garrafa).

Nesse quesito, a feira cervejeira não decepcionou. Muitas cervejas premiadas nacionais e importadas compareceram ao evento (Meantine, Harviestoun, Brooklyn, Colorado). Estavam por lá muitos rótulos criativos e bem elaborados como Gordelícia, Júpiter e Diabólica.

Além disso, uma parte que ganhou grande destaque foi a área dedicada às cervejas do rock, com a breja do AC/DC, do João Gordo e as que homenageiam Sepultura, Raimundos, 89 FM, Velhas Virgens, Matanza, entre outros.

Programação Musical

Alguns gêneros musicais combinam mais com cerveja do que outros, mas nada combina tão bem com o suco de cevada do que um bom samba ou Rock’n Roll. As atrações escolhidas pela organização do evento foram Demônios da Garoa Matanza  e Seu Jorge, sendo que esses dois últimos tinham seus rótulos a venda no festival.

Foi uma escolha muito acertada jogar os shows principais para o fim da noite e preencher o dia com algumas atrações menores durante o dia, fazendo que o público não desviasse sua atenção do principal que eram as cervejas e só realmente se focassem no palco para ver o grandes medalhões.

Esperamos que as próximas edições contem com a presença de outras bandas que possuem seus próprios rótulos de cerveja como os Raimundos, Ultraje a Rigor, Angra, e quem sabe num futuro venham os gringos como AC/DC, Iron Maiden e outros.

Organização

Apesar de ter crescido em quase todos aspectos, alguns pontos em específico pareciam ainda ser de evento pequeno. A começar pela falta de carinho na hora de preencher os espaços vazios do Pavilhão Bienal.

O Beer Experience possui uma identidade visual muito forte e podia muito bem contar com alguns cartazes ou decoração pelo local para dar uma cara de evento grande. Ao invés disso,  preferiram forrar alguns pontos do local com papel kraft marrom, que é feio para caralho. Um festival grande que vai aparecer na grande mídia e atrair multidões de leigos precisa sim ser visualmente bonito.

Dos defeitos da organização em si, algumas quedas de luz pontuaram o evento, fazendo com que alguns estandes de comida tivessem que parar suas atividades por alguns minutos. Por falar em gastronomia, quem quis comer algo teve que enfrentar filas enormes para conseguir comida, até mesmo quem estava dentro da área VIP do evento sofreu com a demora em ser atendido.

Os pontos negativos incomodaram, mas não atrapalharam a experiência de quem saiu de casa atrás de experimentar brejas diferentes e confraternizar com outros amantes da bebida. O Beer Experience tende a crescer cada vez mais no calendário de eventos da cidade de São Paulo e se tornar obrigatório para quem curte tomar uma gelada, afinal, onde mais você vai encontrar outro cara que curte tomar uma Indian Pale Ale tanto quanto você?