O ser humano adora um eufemismo. Na hora de terminar um namoro, lançamos o “não é você, sou eu”. Quando vamos sair de uma empresa porque estamos de saco cheio, usamos o “resolvi buscar novos desafios”.
É compreensível. Certas verdades são difíceis de serem ditas na cara. Nos falta jeito ou tato sobre como dizê-las. Um dos eufemismo clássicos que eu mais gosto é o bom e velho “vamos ver um filme lá em casa”.
A frase nada mais é do que um acordo entre cavalheiros entre as duas partes envolvidas. Que atire a primeira pedra a pessoa que nunca combinou “de ir ver um filme lá em casa” e nem sequer chegou perto de apertar o botão de play.
Se a vida tivesse legenda, a frase viria com a seguinte tradução:
“Ei gata, que tal você ir lá em casa para ficarmos juntos no sofá – aliás, no quanto ia ser melhor – para dar uns amassos e, se os deuses do amor estiverem ao meu favor, transarmos?”
Imagino o choque que deve ser para os desligados que realmente vão para casa do outro no intuito de realmente assistirem ao filme: “Uai, mas com você vai conseguir prestar atenção no que está acontecendo com a boca ai?”
Também imagino se pais e mães ainda se deixam cair no truque ou se é algo mais ou menos assim: “Vai lá filha. Bom filme. Usem camisinha.”
Mas acredito que esse eufemismo é parte da graça da vida. Ele gera aquele nervosismo e frio na barriga de que temos antes de algo acontecer.
É da hora quando uma moça lança um “Vamos lá em casa transar”? É ótimo. Mas existe um certo prazer na curiosidade se ela realmente está afim de rever “Crepúsculo” ou se é uma pretexto para vocês darem uma.
Na dúvida, leve camisinha. E seja feliz.
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