O amor é passar uma tarde a dois, largados no sofá

Eu tenho uma definição clara do que é amor.  É uma daquelas tardes frescas onde você deita com ela no sofá para ver TV mas, embriagados no calor do corpo um do outro, o controle é deixado de lado em prol daquele momento a dois. E nada mais no mundo importa naquele instante.

Não há crise, correria ou desespero. A ansiedade fica do lado de fora de casa e todos problemas do mundo parecem acabar naqueles minutos.  As horas passam e vocês lá.  De boa,  curtindo apenas presença do seu par no universo.  E isso basta.

Não precisa de TV, música, videogame ou conversa. O silencio e ausência de distrações provam que só de estar ali é o suficiente. 

Claro, que não acredito que um relacionamento inteiro possa ser baseado em tardes inteiras largados no sofá. Você precisa sair, conhecer o mundo, pessoas, viver a vida e não cair na rotina, mas um pouco de marasmo é preciso.

É fácil gostar de alguém em um lugar da hora. Qualquer companhia fica mais bonita com Paris ou Veneza de fundo. Um jantar em um bom restaurante ou um show de uma banda gringa já é um programa foda, por si só. Mas aquele fim de tarde no sofá é um privilégio que reservo para poucas.

É só reparar como no café na segunda no trabalho, os solteiros se vangloriam de suas jornadas épicas em baladas e shows, mas quem está num relacionamento pode responder a pergunta “o que você fez este final de semana” com um simples “fiquei de boa com a minha mina” e já basta.

Um relacionamento envolve inúmeras situações.  Saber conviver com amigos, famílias, dinheiro, ciúmes… Um monte de coisas.

Mas nada disso importa se vocês não conseguem ficar de boa na simples presença um do outro num lugar vazio. O resto é perfumaria.