Não precisa ser mulher para saber o quanto a história de amor e submissão do best-seller 50 Tons de Cinza atraiu milhares de mulheres do mundo inteiro, inclusive está chegando aos cinemas uma versão que promete ser mais um blockbuster.
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O que você (e principalmente elas) não sabiam é que o livro-chiclete que retrata uma relação impregnada de violência não faz bem às mulheres. Quem descobriu isto foi a pesquisadora Amy Bonomi, presidente do Departamento de Desenvolvimento Humano e Estudos da Família da Universidade de Michigan.
Segundo o estudo, o personagem masculino Christian Grey controla a jovem Anastasia Steele através de perseguição, intimidação, isolamento e humilhação. Respondendo a estes estímulos, ao invés de Steele se revoltar contra o tratamento recebido, começa a controlar seu comportamento para manter a paz no relacionamento, algo bem comum ao que vemos em mulheres vítimas de abuso.
“Com o tempo, ela perde sua identidade” e “torna-se impotente e aprisionada,” aponta Bonomi.
Regras do BDSM violadas
A trilogia é conhecida por sua representação de BDSM – uma prática sexual que está para bondage e disciplina; dominação e submissão; e sadismo e masoquismo. Apesar do diferencial de poder inerente BDSM, na vida real, os praticantes tomam as regras de consentimento e limites negociados a sério, de acordo com pessoas familiarizadas com a prática. No entanto Bonomi ressalta que “todas as coisas e acordos são violados no livro.”
No BDSM, especialistas em sexualidade manifestaram preocupação com uma visão popularizada da prática que está distorcida e potencialmente prejudicada. “Muita gente lê coisas que soam sexy na fantasia, mas não são tão seguras ou causam diversão na realidade”, segundo Russell Stambaugh, que preside a Associação Americana de Educadores da Sexualidade. “Eu me preocupo que novos participantes não terá a educação de que precisam”, diz ele.
De acordo com o estudo, ele considera o livro como violência interpessoal. E, segundo eles, as consequências do relacionamento emocionalmente abusivo, caracterizado por perseguição, intimidação e isolamento gera na personagem feminina estresse, distúrbio de identidade e sensação de impotência.
Mulheres mais propícias a vícios e namorados violentos
A pesquisadora Amy Bonomi ainda extrapolou o mundo da ficção e quis saber se esse romance mal escrito e doentia influencia as leitoras. Depois de entrevistar 655 mulheres, entre 18 e 24 anos, 33% haviam lido pelo menos um livro da trilogia.
As leitoras do best-seller costumavam relatar mais envolvimento com namorados violentos, distúrbios alimentares e se embriagavam com mais frequência. Elas também tendiam a ter mais parceiros sexuais do que as outras.
“Representações problemáticas da violência contra a mulher na cultura popular, tanto em filmes, romances, música ou pornografia, criam uma narrativa social que normaliza esses riscos e o comportamento das mulheres”, diz o estudo. “A pesquisa mostra uma forte relação entre a saúde das mulheres e o consumo do livro. Entre as que já experimentam algum comportamento de saúde adverso (ex: distúrbio alimentar), ler 50 tons pode reafirmar essas experiências e agravar o trauma. Já as mulheres saudáveis podem passar a achar normal esse tipo de comportamento”, conclui.
O Mito do Homem Perfeito
Na trama, criada pela autora E.L. James, Christian Grey é um homem charmoso, milionário, sensível, viril e sadomasoquista. Ele é perfeito em todos os sentidos. Ele tem um desejo sexual por ela e consegue ficar por horas transando a qualquer momento e em qualquer lugar.
Mas porque este Deus do sexo, sonho de 9 entre 10 mulheres, é um atributo negativo?
Porque simplesmente esta perfeição não existe. O cara idealizado não é páreo para uma rotina da vida real, uma relação cotidiana ou um acordar com olheiras e mal-hálito. Broxar não é uma palavra em seu dicionário. Ele esta lá só para saciá-la sexualmente, como um cachorro no cio.
Mulher, idealizar caras assim só vai frustrá-la ainda mais a concepção que você tem sobre os homens na vida real. A perfeição não existe e cansa. O verdadeiro barato dos relacionamentos é conviver e aprender com as falhas, com os vacilos e ainda assim amar o outro. Se você tiver o Christian Grey na sua cabeça quando buscar um parceiro, viverá frustrada, em uma bolha virtual imaginária.
O livro incentiva o número de DST’s
Além disso, o aumento de doenças sexualmente transmissíveis entre pessoas com menos de 50 anos pode ter relação com a trilogia erótica 50 Tons de Cinza, segundo a médica Charlotte Jones, presidente do Comitê da Associação Médica Britânica.
Isso porque a leitura teria levado essas pessoas a serem mais confiantes e aventureiras na cama e deixado de lado a prevenção e o sexo seguro.
Agora que este estudo pode revelar a real faceta deste romance best seller, chegou a hora da mulher entender e saber filtrar estas informações. Se o que elas querem são livros que abordem a sexualidade de maneira mais aberta e sem preconceitos, os 50 Tons de Cinza não é o caminho a ser seguido.
Fonte: Academy of Womens e Jornal de Hoje
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