Dê uma olhada no seu Instagram. Quantos perfis seguidos são daqueles que só postam imagens inspiradoras e bonitas sobre um tema, que você não sabe de onde vêm, mas acaba curtindo? Então, existem pessoas que trabalham duro para esses perfis existirem. Elas se chamam cool hunters e estão finalmente ganhando dinheiro com isso.
- 10 maneiras alternativas (e legais) de ganhar dinheiro
- Cagadas nas redes sociais que prejudicam seu relacionamento
O nome de “cool hunters” para definir esses curadores de contas estilo moodboard (um tipo de painel de imagens) vem, em tradução livre, de “caçadores de coisas legais”. São pessoas que pesquisam e publicam referências visuais desde os primeiros dias do Instagram (e muito antes até, da época do Tumblr), mas que não conseguiram transformar a rede social em sua plataforma de trabalho como fotógrafos, designers e estilistas fizeram. Até agora.
A popularização de serviços de assinatura e financiamento coletivo, como o Patreon, e a explosão de conteúdos digitais provocada pela pandemia acabaram criando oportunidades para que esses curadores capitalizassem seus seguidores ao redor do mundo. Atualmente, há um número considerável de gente que paga para ter acesso a imagens em alta resolução, moodboards exclusivos e consultorias feitas por essas pessoas.
É o caso de um cara chamado Arkady Abbott, por exemplo. Segundo o site especializado em indústria da moda Business of Fashion, seu perfil Unownedspaces, que publica moda outwear e de aventura em lugares bonitos, começou a atrair assinantes interessados em descobrir mais sobre as roupas publicadas e pedir dicas para eles mesmos saírem bem vestidos.
Ou seja, se você gasta seu tempo compilando coisas que outras pessoas não conhecem e se você tem bom gosto para fazer isso, é bem provável que exista um mercado a ser explorado aí.
Encontrando um nicho
As contas de curadoria de maior sucesso são conhecidas por reunir um gênero específico de imagens, referências e obras. Como moda dos anos 2000, montanhismo e natureza. A especificidade dos temas e o nível de conhecimento que vem da busca e pesquisa de milhares de imagens para alimentá-los transformou seus curadores praticamente em especialistas.
É o exemplo de outro cara entrevistado pelo BoF, criador do perfil My Clothing Archive e que se tornou especialista em estilistas japoneses de vanguarda de tanto ir atrás de fontes japonesas de imagens de moda. Hoje ele tem um canal no YouTube, um Patreon e recebe doações via Paypal de seguidores que apoiam seu trabalho e querem fotos em alta resolução das imagens que ele posta em seu Instagram.
Cool hunters, entre a fama e o anonimato
Além das assinaturas, esses cool hunters têm trabalhado em colaborações com marcas e criadores de conteúdo, ajudando na curadoria e na concepção de moodboards para esses parceiros. Embora muitos ainda tenham seus empregos “normais” fora do Instagram, há exemplos de gente que já vive disso.
Curiosamente, contudo, enquanto influenciadores constroem carreiras se promovendo, esses curadores e donos de contas de imagens não são fãs de exposição. A maior parte evita postagens pessoais que revelem quem são os rostos por trás dos perfis. O que alguns tem feito – e é muito interessante – é usar suas contas como uma plataforma de divulgação do trabalho de designers e criadores de conteúdo relacionados ao tema que eles postam.
Os caras por trás do perfil Grey93, por exemplo, foram gradualmente publicando suas próprias artes, junto com novos designers e músicos de sua cidade natal, Lagos, na Nigéria. Entre as consultorias criativas que eles já fizeram estão projetos como o álbum “Life of Pablo”, de Kanye West, e a turnê “Astroworld”, de Travis Scott.
Colaborações como essas têm rendido grana para manter esses perfis ativos e criando constantemente. Se seu negócio é trabalhar com redes sociais, a oportunidade pode estar batendo na porta.
Comentários
Importante - Os comentários realizados nesse artigo são de inteira responsabilidade do autor (você), antes de expressar sua opinião sobre temas sensíveis, leia nossos termos de uso