10 discos nacionais que todo homem deve ouvir antes de morrer

Já fizemos aqui a lista de discos de rock que todo homem deveria ouvir antes de morrer. Agora chegou a vez da música brasileira ganhar seu espaço com a lista das obras nacionais obrigatórias na vida de qualquer um de nós. Álbuns que precisamos ouvir ao menos uma vez pra dizer que tivemos contato com alguns dos sons mais importantes de nossa história. Confira a nossa lista com os 10 discos brasileiros que temos de ouvir antes de ir pra debaixo da terra.

Imagine só reunir em um disco duas das maiores vozes da música brasileira. Pois foi o que aconteceu em Elis & Tom, de 1974, com gravações feitas na Califórnia por Tom Jobim e Elis Regina. Para se ter uma ideia do sucesso desse álbum, ainda é um dos títulos nacionais mais vendidos pelo iTunes no Brasil. Isso explica a importância de Elis & Tom, atravessando gerações e décadas sem deixar de fazer parte do gosto popular.

Em uma lista feita pela Rolling Stone Brasil, "Acabou Chorare" ficou na primeira posição dos 100 maiores discos da música brasileira. A obra dos Novos Baianos foi lançada há mais de 40 anos e influencia artistas até hoje com a sua mistura de gêneros, instrumentos e ritmos. Um dos vários pontos altos do álbum é a guitarra de Pepeu Gomes, cuja reputação atravessa as fronteiras do Brasil tamanho o respeito que ele conquistou como músico.

O disco "Construção", de Chico, ganha notoriedade não só pelas melodias e as músicas em si, mas principalmente pelo conteúdo das canções. Com esse álbum, o autor consegue driblar boa parte da censura vigente na época e critica a ditadura militar em letras bem trabalhadas como a faixa-título, "Deus lhe Pague" e "Samba de Orly". Um clássico nacional.

Para o brasileiro fã de rock, passar a vida toda sem ter escutado pelo menos uma vez o disco "Cabeça Dinossauro" é ter uma vida jogada no lixo. O disco não é só o melhor dos Titãs, mas talvez o melhor de rock da música brasileira, apresentando muita atitude ao longo das letras e melodias do álbum. Se você nunca cantou o refrão de "Polícia", não é um homem totalmente realizado.

Chico Science faleceu jovem demais, com apenas 30 anos em um acidente de carro no ano de 1997. Mas um ano antes o músico abençoou a música brasileira pela última vez em forma de álbum com a sua criatividade e voz para "Afrociberdelia", obra dele junto de sua banda, a Nação Zumbi. Os fãs podem discutir se esse disco foi melhor ou não que "Da Lama ao Caos", outro ótimo álbum do grupo, lançado em 1994. Mas Afrociberdelia fica com a nossa escolha por seus hits e por ser mais recente, já rumando para uma época (fim dos 90 e começo dos 2000) em que bons discos passaram a ser raridade.

A cada vez que canta, Jorge Ben lança um desafio indireto ao público e a quem o ouve: ficar parado enquanto suas músicas invadem qualquer ambiente. Impossível. E com a sua obra-prima, "A Tábua de Esmeralda", não é diferente. Poucos artistas conseguem cantar o Rio de Janeiro e o Brasil de forma tão contagiante até hoje como o carioca faz com o seu samba rock, muito presente nesse disco.

Caetano Veloso, Gilberto Gil, Os Mutantes, Tom Zé, Gal Costa... Muita gente que se tornaria importante, criando algo importante. O disco representa uma espécie de manifesto cultural em forma de álbum por parte dos membros do Tropicalismo, movimento cultural e comportamental surgido no fim dos anos 60 e representado por essas figuras que se tornariam alguns dos nomes mais significativos de nossa história musical.

É fato que o rap não é do gosto de todos, mas não se pode tirar a importância de "Sobrevivendo no Inferno" no bolo de grandes discos da música brasileira. O álbum reúne boa parte do que de melhor já foi lançado no gênero em território nacional, com músicas como "Diário de um Detento", "Capítulo 4, Versículo 3" e "Tô Ouvindo Alguém me Chamar". Goste ou não do Mano Brown, do rap em si ou da capa, merece um posto entre os principais discos do Brasil.

Grande sucesso de vendas da Legião, "Dois" talvez seja também musicalmente a principal obra da banda. Dizer que o álbum contém a faixa "Eduardo e Mônica" já seria suficiente para colocá-lo na lista, mas ele vai além disso, com outras boas faixas e grandes letras compostas por Renato Russo e cia. A Legião merece destaque pois além da qualidade musical, conseguiu ajudar a transformar a Brasília dos anos 80 em algo minimamente representativo no campo cultural e menos burocrático para a vida de quem morava na cidade.

Pra fechar a lista com alguma polêmica. Ou não. Mas quem aí ouviu o "Acústico Cássia Eller" e não curtiu? Difícil achar alguém que tenha criticado o álbum, maior sucesso de vendas da cantora em toda a sua breve carreira. Impressionante como esse acústico da MTV fez com que muita gente criasse simpatia pela artista, tanto pessoas mais velhas como jovens. Mas infelizmente, no fim de 2001, ano do lançamento desse disco, Cássia faleceu vítima de um infarto.