O vizinho sempre se faz presente na hora do gol. Até o cruzeirense

Acredito que não há um lugar na cidade de São Paulo em que o silêncio impere no momento de um gol. Seja na noite de quarta-feira ou na tarde de domingo, sempre tem aquele vizinho seu que facilmente se faz reconhecer como são-paulino, corintiano, palmeirense, santista ou secador. No meu bairro, já ouvi grito até para gol do Barcelona.

Porém, fazia tempo que eu não ouvia o cruzeirense. Na Libertadores de 2009, em que a Raposa chegou à decisão (e perdeu para o Estudiantes), ouvi um por um dos tentos celestes naquela campanha. E não foram poucos: 22 no total. Era só escutar o eco na minha janela para saber que os mineiros haviam marcado. E sempre foi muito engraçado. Mas fazia tempo que eu não ouvia o cruzeirense.

E ele voltou! Ontem, diante do Defensor, ouvi o “GOLAAAAAAÇO, CARAL***!!!” do Éverton Ribeiro e o “GOOOOOOL, CRUZEIRO POR**!!!” do Júlio Baptista como se os 40 mil torcedores presentes no Mineirão tivessem gritado no meu ouvido. Obviamente, os dois gols do time uruguaio vieram acompanhados apenas da narração de Gustavo Villani, do Fox Sports. Nada mais natural.

Claro que o empate, para o vizinho (e para qualquer) cruzeirense, não foi nem um pouco legal. Contudo, pelo menos para mim, foi bom saber que a única residência celeste do bairro está de volta. E que os próximos gols do Cruzeiro sairão à rua para anunciar a todos que, definitivamente, o Cruzeiro fez um gol.

Agora, espetacular mesmo seria meu bairro ter um atleticano. O que não custa sonhar, já que aparentemente até o Barcelona tem seus fãs por aqui.

(Foto: Site oficial do Cruzeiro)