Durante os últimos anos do colégio, na hora de se inscrever em um cursinho ou em uma conversa com os amigos, o sentimento é o mesmo: escolher uma profissão certa parece ser impossível.
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A escolha de um curso superior acaba virando um desafio porque essa decisão costuma surgir justamente naquela fase da vida onde tudo é confuso.
A adolescência já é um período conturbado por si só, e, se escolher qual carreira seguir já é complicado, ter que fazer isso quando ainda não temos sequer certeza sobre quem somos torna tudo ainda mais difícil.
Dentro desse turbilhão de emoções, a inscrição para o vestibular é despejada na sua frente como um tiro de canhão e, nesse cenário, você se vê obrigado a decidir qual profissão seguir quando ainda não tem nem certeza se quer ou não namorar aquela colega de classe, ou se gosta ou não da imagem que você vê no espelho.
Além disso tudo, outro problema entra na equação de qual profissão escolher: o dinheiro. Infelizmente, não é muito fácil ter sucesso na carreira e ganhar muito dinheiro em qualquer profissão. Por causa disso, pesquisar sobre as diversas áreas é tão importante quanto realizar um teste de profissão ou escolher sua carreira de acordo com as suas afinidades.
Para te ajudar, separamos 5 dicas de como escolher uma profissão certa para você:
Entenda quem você é e pense sobre o que você gosta
Entender quem é você é fundamental para escolher uma profissão certa. Mas realizar essa tarefa pode ser difícil durante o período da adolescência, afinal, poucos adolescentes realmente sabem quem são. Então, para te ajudar, pensamos em um passo a passo:
- Você é uma pessoa mais comunicativa ou mais reservada?
- Você gosta de lidar com pessoas ou prefere “trabalhar” sozinho?
- Você reflete muito sobre a vida, ou é mais prático?
- Você gosta de colocar a mão na massa, ou tem ideias malucas mas não sabe como colocá-las em prática?
De acordo com esses quatro pontos, você pode ir pensando em outras linhas de comportamento como consequência e, assim, ir traçando um pequeno perfil.
Se você for uma pessoa mais aberta e descontraída, talvez seja melhor lidar com profissões da área de humanas. Se você for mais metódico e prático, talvez se dê melhor na área de exatas. Porém, mesmo assim, esses pontos podem variar: se você for mais aberto, mas, mesmo assim, gostar de lidar com números, talvez se dê melhor cursando administração, por exemplo, em vez de partir para um curso de psicologia. Leve tudo isso em conta.
Muitas vezes, ter afinidade com alguma matéria não é algo fundamental para escolher uma profissão, afinal, se aperfeiçoar em certas matérias é algo que vai acontecer durante o curso que você escolher, ou seja, você não precisa ser o melhor aluno do mundo em física para fazer engenharia, já que o seu sucesso nessa profissão terá mais relação com o seu jeito de enxergar o mundo do que com a sua habilidade em fazer contas – afinal, essa habilidade você poderá desenvolver na faculdade, o seu jeito de enxergar o mundo, não.
Pesquise sobre as profissões que mais te atraem e sobre o mercado de trabalho
Muitas vezes, nós temos uma ideia romântica sobre determinada profissão, e muitas vezes essa ideia está longe da realidade. Por isso, pesquise sobre as profissões que mais te atraem: converse com pessoas que estão na faculdade, tente encontrar pessoas que já se formaram e veja se a visão delas coincide com a sua.
Visite sites de universidades e tente conversar com profissionais das suas áreas de preferência. As redes sociais podem te ajudar nessa busca, basta procurar por grupos e fóruns de discussão relacionados às carreiras pretendidas e realmente fazer uma entrevista com quem já atua na área.
Estudar o mercado de trabalho para escolher uma profissão também é importante. Busque então se informar sobre a história do trabalho no mundo em que vivemos: as variações da economia, os projetos políticos em jogo, o desenvolvimento de novas tecnologias, as formas de vínculo trabalhista que existem, enfim, imagine os ambientes de trabalho, as rotinas, o tipo de relações com outras pessoas e, a partir disso, trace uma rota realista sobre o que você procura para a sua vida: adianta viver do sonho se ele não for pagar o seu almoço?
Entenda as suas habilidades e faça um teste de profissão (teste vocacional)
É importante saber quais são suas habilidades na hora de escolher uma profissão. Não sabe como? Bom, algumas situações do cotidiano podem te ajudar: preste atenção em como você se comporta, por exemplo, em um trabalho em equipe!
Você é o tipo de pessoa que gosta de liderar o grupo e dividir as tarefas? Ou prefere saber o deve ser feito para então começar a trabalhar? Gosta de ajudar um colega a executar suas atividades ou não curte muito lidar diretamente com outras pessoas?
Pode ser difícil analisar esses pontos no seu próprio comportamento, então tente pedir ajuda para um amigo ou familiar e, depois reflita sobre isso.
Fazer um teste de profissão (ou teste vocacional) também é importante. Para encontrar um bom teste, é fácil: basta pesquisar na internet e pronto! Vários testes vocacionais diferentes – e gratuitos – se mostrarão disponíveis para você.
Porém, se você preferir, também pode procurar por clínicas de psicologia especializadas neste tipo de orientação. Testes vocacionais podem dar boas dicas sobre seus interesses, áreas mais indicadas e carreiras.
Mas vale lembrar: o teste não é uma fórmula mágica que decide o seu futuro, e sim uma ajudinha para te ajudar a escolher uma profissão.
Não sabe por onde começar? Este é um bom teste de profissão para ser feito no conforto da sua casa!
Escute os outros, mas escute você em primeiro lugar – e dinheiro é importante
Você provavelmente já conversou com seus familiares e amigos sobre o seu futuro, e muitos já deram pitacos sobre o que seria melhor para você e qual seria a profissão certa. Mas tome cuidado: muitas vezes, o real desejo do adolescente fica de lado e, por isso, ele acaba escolhendo uma profissão de acordo, por exemplo, com o desejo do seu pai.
Quando isso acontece, aumentam as chances de ele desistir do curso no meio da faculdade e voltar à estaca zero, normalmente, mais confuso do que antes e sem saber o rumo que deseja seguir. Por isso, vale lembrar: pensar no dinheiro é importante, mas começar um curso sem realmente ter afinidade com ele pode ser um tiro pela culatra.
Então, a dica é: não nasceu em berço de ouro e precisa fazer uma faculdade que te dê dinheiro? Bom, tente unir o útil ao agradável. Por exemplo: você gosta de desenhar? Viver dos seus desenhos pode ser difícil, então experimente cursar arquitetura, desenho industrial ou outro curso que lide com essa sua habilidade para conseguir ganhar dinheiro.
Pense que faculdade não é a única opção
Se a sua realidade não for tão simples, pense que a faculdade não é a única opção. Você pode fazer um curso técnico, se especializar em áreas do seu interesse e, dessa forma, conseguir um emprego que te remunere de forma extremamente positiva enquanto você lida com um curso técnico que, muitas vezes, é mais fácil de bancar e mais versátil e dinâmico.
Depois que você concluir o curso técnico e já estiver empregado, você pode começar a pensar em fazer uma graduação.
Segundo um estudo recente feito pelo instituto de pesquisa Observatório Universitário, mais de 50% dos formados no país trabalham em setores que não estão relacionados com o curso universitário que estudaram. Na graduação de geografia, por exemplo, apenas 1% dos formados atuam na área. No que diz respeito à ciência econômica, este número cresce para 9,1%, e em biologia o número cresce para 9,8%.
Eliana Knust é uma das estudantes que não enxergaram a faculdade como única opção. Ela se formou no ensino médio em 2016 e, em 2017, começou um curso de enfermagem. “Comecei a pensar no que faria que poderia ajudar as pessoas e, ao mesmo tempo, me fazer feliz. Foi assim que decidi que queria enfermagem. Pretendo cursar a faculdade, mas antes farei um curso técnico na área. Acho mais interessante porque no curso tenho estágios, na faculdade até tem, mas são apenas umas horas”, explica.
Para o coordenador de Educação Profissional do Senai Nova Friburgo, Gil Mairon, os cursos técnicos e profissionalizantes podem servir como grandes guias de carreira. Ele afirma: “Nós recebemos muitos estudantes que têm na cabeça que querem cursar engenharia, por exemplo, mas não têm certeza quanto a área para a qual vão se dedicar. Então, escolhem fazer cursos de elétrica, mecânica, automação e vão percebendo melhor para onde pretendem direcionar a carreira”.
Ou seja: a faculdade não precisa ser a sua única opção.
Boa sorte!
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