Meu amigo é gay: e agora? Parece complicado lidar com essa situação? Quer saber como agir da melhor maneira possível? Tem dúvidas?
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Se essa é uma experiência completamente nova para você, relaxe.
Meu amigo é gay: e agora? 5 dicas de como lidar ao descobrir que um amigo seu é homossexual
Nós preparamos um texto com dicas e rompimentos de paradigmas para te fazer entender o seu amigo e, além disso, ajudá-lo nesse processo de aceitação. Afinal, amigos são para isso, não são?
Lembre-se: ele é seu amigo
Antes de entrarmos em uma discussão sobre homossexualidade, você precisa ter em mente que ele é seu amigo. Você provavelmente quer ele bem e não deseja que algo de ruim aconteça com ele, então, não permita que algo de ruim aconteça com ele. É simples! Não abra mão dele, não se afaste, não mude.
Você gostaria que algum amigo seu te deixasse de lado por algum motivo fora do seu controle?
Se ele te contou e se assumiu para você, ele confia em você. Talvez, ele só tenha você em quem confiar e não encontrou outra pessoa com a qual pudesse compartilhar algo assim.A maior parte dos héteros não consegue compreender o que é viver com um segredo desses e como isso pode corroer alguém.
Políticos, religião, família. São vários os empecilhos na vida de um gay que podem destruir a felicidade dele, então, pra quê seu amigo iria querer passar por isso se não fosse extremamente necessário para ele? Você não é um político, você não é um líder religioso.
Você é o amigo dele, o cara que ele confiou para contar algo assim, então, honre o seu posto, soldado.
Aproveite para abrir mão de preconceitos e aprender com ele
Se você já tinha uma mente mais aberta e reconhecia a comunidade LGBT antes do seu amigo se assumir, ótimo. Mas, se você ainda guarda qualquer preconceito ou receito em relação aos gays, essa, mais do que nunca, é a hora de mudar isso.
Você não precisa levantar a bandeira da causa, mas, se o seu amigo agora assume essa bandeira, talvez você deva apoiá-lo também.
É ele quem corre o risco de apanhar na rua se demonstrar qualquer sinal de quem ele realmente é, não você. Jamais, nunca, em hipótese alguma insista para que ele “volte a ser hétero”. Primeiro: Hétero ele nunca foi.
Ninguém “se torna gay”, as pessoas descobrem e se aceitam. Segundo: Vai ser doloroso demais ouvir isso de um amigo. Como foi dito anteriormente, ele não escolheria, gratuitamente, passar por todos os problemas que um gay enfrenta.
Relaxa, cara: ele não vai dar em cima de você
Tire essa ideia da cabeça, certo? Vocês são amigos, a relação de vocês é completamente diferente de qualquer outra coisa e ela cresceu dessa forma, não há motivos para que isso mude. É completamente desconcertante, para não dizer triste, quando um amigo se afasta do outro porque ele assumiu sua homossexualidade.
Ele vai continuar te chamando pra sair, vocês vão continuar fazendo o que sempre fazem, a diferença é que agora ele não vai precisar esconder ou se forçar a ficar com uma garota por pressão da sociedade – ou sua – porque ele já sabe que você sabe.
Além disso, você acha que um gay vai realmente querer se envolver ou se interessar por um hétero? Perder uma amizade ou permitir que um sentimento evolua para algo que nunca vai acontecer? Sem chances, fique tranquilo. Novamente: ele é seu amigo.
Lembre-se que os homossexuais sofreram abusos físicos, sociais e psicológicos nas mãos de homens heterossexualmente identificados que, graças à homofobia e ao heterossexismo, se sentiam plenamente justificados para infligir esses terrores.
Sem contar que a sexualidade masculina tem sido tradicionalmente vista como predatória e incontrolável, o que alguns homens têm usado para racionalizar o assédio sexual.
Histórias, tanto reais como fictícias, sobre o estupro entre presos masculinos reforçam ainda mais o mito de que os homens são incapazes de controlar suas tendências sexuais agressivas.
Portanto, não é de admirar que os héteros masculinos tenham medo da homossexualidade e dos gays em particular.
Esse legado de violência, tanto física quanto psicológica, infligido por homens heterossexuais aos gays naturalmente alimenta nossa cautela e desconfiança com o pensamento de fazer amizade com eles. Em um livro sobre o tema, Dr. Garfield, descreve os abraços duros que ele receberia de um amigo gay dele.
Felizmente, o Dr. Garfield tem tudo a ver com falar dessas coisas – um bom remédio para aqueles entre nós que são do tipo silencioso, engolem seus sentimentos até morrer de um ataque cardíaco. Acontece que o cara gay temia que, se ele abrisse muito de perto, seu amigo pensaria que ele estava dando em cima dele.
Depois de discutir isso, agora eles se abraçam totalmente, tendo certeza de que nenhuma das partes interpretará mal qualquer contato entre os corpos.
O que ele te contou não é ruim
Antes de tudo, seu amigo é gay. Ele não vai morrer tão cedo e também não matou alguém. Ele vai continuar vivo e, melhor do que isso: vai continuar vivo e feliz como provavelmente ele nunca foi na vida porque esconder algo assim do mundo deve ser um sentimento horrível.
Por isso mesmo, demonstre apoio e sinta-se feliz por ele ter assumido algo que provavelmente o estava consumindo por dentro.
Ele também estar se descobrindo, então, tenha paciência se ele não quiser contar muitas coisas ou entrar em detalhes.
Ele provavelmente ainda não entende muito bem seus próprios sentimentos e desejos, pois é tudo novo para ele. Ele é o seu amigo de sempre, o mesmo cara que já dividiu histórias insanas com você, que já ouviu seus perrengues, te ajudou, te apoiou. Ele precisa de você nessa hora, então, não seja um amigo ruim.
Ele confia em você, valorize isso
O psiquiatra Dr. Sachin Patkar disse, em entrevista para o portal The Economist, algo muito inteligente e interessante sobre o tema: “A sexualidade dele é apenas um aspecto da vida dele”. Não inclua ou exclua-os nas discussões com base em sua orientação sexual.
Patkar explica: “Não caia em esteriótipos, não deixe seu amigo sozinho e nem se afaste dele por achar que as outras pessoas vão achar que você também é gay. Não seja essa pessoa, o seu amigo continua sendo o seu amigo.”
A verdadeira razão pela qual ele confiou uma coisa tão pessoal em um “melhor amigo” é que ele precisa da estabilidade dessa amizade agora. Ele precisa ter alguém com quem contar quando seus sentimentos estão tão confusos. É um grande testemunho da profundidade de sua amizade que ele escolheu para você se apoiar. Você deve se sentir lisonjeado, não com medo.
Sair do armário não é uma coisa fácil para qualquer um fazer, é ainda mais difícil quando você é um adolescente, por exemplo. Adolescentes já estão lidando com questões de identidade “normais” e algo tão socialmente desprezado quanto ser gay pode colocar um adolescente já confuso em um estado de turbulência.
Não é incomum que os adolescentes homossexuais de ambos os sexos ignorem seus impulsos naturais e se apeguem à “norma” heterossexual com uma vingança doentia. Muitos adolescentes gays tentam supercompensar por serem muito diretos em seus comportamentos, e adolescentes gays em negação podem agir de forma mais homofóbica do que adolescentes heterossexuais homofóbicos.
Os adolescentes gays têm uma taxa mais alta de suicídio do que os heterossexuais, relatam menos prazer em atividades relacionadas à escola e relacionamentos mais distantes com a família. Para os adolescentes que “ficam no armário”, os negativos são muito mais pronunciados. Seja fácil para você aceitar ou não, seu amigo sair do armário é a coisa mais saudável que ele poderia fazer, tanto por sua amizade como por sua própria paz de espírito.
Meu amigo é gay. O que eu faço? Seja ainda mais amigo dele e fim.
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