Marchinhas de carnaval novas e antigas

Para se preparar para o carnaval ou simplesmente relembrar os clássicos, selecionamos algumas das marchinhas mais populares e também composições mais novas, criadas por blocos atuais em cidades variadas do Brasil!

Muitas pessoas não gostam do carnaval porque, de forma subconsciente, remetem a festa aos ritmos de axé e ao samba-enredo das escolas de samba. Porém, muito antes dos trios elétricos baianos e dos carros de som, as marchinhas já faziam parte do nosso carnaval e da cultura popular.

Verdadeira essência do ritmo musical que embala o mês de fevereiro há anos, a marchinha brasileira surgiu, principalmente, pelas mãos da Chiquinha Gonzaga. A música “Abre Alas”, que você provavelmente já ouviu ou cantou muitas vezes, foi composta em 1889 para o cordão carnavalesco da escola Rosa de Ouro. Pois é, antes do samba-enredo, eram as marchinhas que davam coro para as escolas.

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O ápice das criações aconteceu entre 1920 e 1960, e popularização dos clássicos como Cabeleira do Zezé, Pierrot Apaixonado e Aurora, inclusive, também se deu nesse período. Muitas dessas canções, inclusive, foram compostas por grandes nomes da música brasileira, como Noel Rosa, por exemplo.

Hoje, mesmo com o axé e o pagode se espalhando pelo Brasil no carnaval, alguns lugares, como São Luiz do Paraitinga e Olinda proíbem a entrada desses gêneros na folia de suas ruas. A proposta é justamente transmitir a essência do carnaval de raiz e da história brasileira com as marchinhas e, no caso de Olinda, com o frevo.

A qualidade musical é contestada por muitos mas, o que importa na verdade, não é o clima proporcionado por uma melodia e sua capacidade de fazer milhares de foliões sentirem-se imersos em uma das festas mais procuradas do mundo?

Para entrar no clima, se preparar para o carnaval ou simplesmente relembrar os clássicos, selecionamos algumas das marchinhas mais populares e também composições mais novas, criadas por blocos atuais em cidades variadas do Brasil!

Aurora


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Enquanto a maioria das pessoas está tentando reencontrar o fígado e as pernas na quarta-feira de cinzas, outras compõem músicas. Aurora nasceu no fim do carnaval e foi composta por Roberto Roberti naquela inspirada quarta-feira de 1940. Empolgado, Roberti procurou o seu amigo Mário Lago e compartilhou com ele o trecho “se você fosse sincera, ô, ô, ô, ô Aurora…”. O amigo, então, o ajudou com o resto e a música se espalhou rapidamente, ganhando sucesso nos Estados Unidos pela voz de Carmen Miranda e, inclusive, uma versão em inglês gravada pelas Andrew Sisters.

Jardineira


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O historiador e crítico musical José Ramos Tinhorão registrou, em seu livro “Pequena história da música popular”, que esta marchinha teria sido criada no início do século 20 pelo famoso carnavalesco Candinho das Laranjeiras.

Em 1906, as primeiras matinês infantis já ecoavam os mesmos versos da composição original, mas foi só em 1938 que a marchinha foi gravada na voz de Orlando Silva e com sua letra adaptada por Benedito Lacerda e Humberto Porto.

Cachaça


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Os anos 50 provavelmente foram um dos piores períodos para o carnaval brasileiro. As composições não eram lá muito boas, as marchinhas eram banais e poucas superaram a barreira da virada do milênio e continuaram populares até os dias de hoje.

Cachaça, porém, segue firme e forte e é repetida por brasileiros mesmo fora do período do carnaval. Composta por Mirabeau Pinheiro, Lúcio de Castro e Héber Lobato, a marchinha chegou inclusive a ser considerada plágio de “Pierrot Apaixonado” mas, mesmo assim, venceu o concurso de carnaval da prefeitura do Rio naquele ano.

Chuva, Suor e Cerveja


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No carnaval de 1972, o frevo Chuva, Suor e Cerveja virou marchinha no Brasil inteiro. Criada por Caetano Veloso, ela foi interpretada várias vezes por ele mesmo – é claro – inclusive em trios elétricos em Salvador.

Poucas marchinhas definem tão bem assim a sensação de estar pulando carnaval no Brasil.

All My Loving


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Se você ainda não conhece o bloco Sargento Pimenta, está perdendo uma das coisas mais legais do carnaval do sudeste. O bloco é reconhecido, inclusive em vários lugares do mundo, por suas marchinhas criadas a partir das músicas dos Beatles. Típico do Rio – a concentração acontece no Aterro do Flamengo, o Sargento Pimenta foi fundado em 2010, desenvolveu arranjos de qualidade e cada canção mistura o rock com os ritmos brasileiros de uma forma assustadoramente boa.

Pé na Cova


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O carnaval de São Luiz do Paraitinga é um dos mais famosos do Brasil e, consequentemente, seus blocos e marchinhas também. A cidade é bem pequena e, por causa disso, se você fica hospedado em qualquer lugar consegue ouvir as músicas e ficar com todas grudadas na cabeça. Pé na Cova é apenas uma das marchinhas clássicas, os blocos do Misto Quente e da Rainha Maricota também têm marchinhas viciantes.

O Homem da Meia-Noite


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O bloco mais famoso de Olinda é também o primeiro a desfilar no carnaval de Recife! A marchinha que embala a aparição do Homem da Meia-Noite foi adaptada ao longo dos anos, e o bloco surgiu no carnaval de 1931 como uma dissidência da Troça Carnavalesca Mista Cariri Olindense. O grupo que criou o Homem da Meia-Noite queria desbancar o Cariri, que até então abriria o carnaval de Olinda. Desde então, o bloco abre o carnaval da cidade.

Existem milhares de outras marchinhas que invadem as ruas e ladeiras do Brasil. Você pode achar que a maioria é bem parecida uma com a outra, mas cada uma carrega a alegria do povo de alguma região do país.

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Maria Confort
Maria Confort

Jornalista, cinéfila, fanática por literatura e, por isso, apaixonada pela ideia de entender pessoas.

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