A Festa do Açucar

Todo mundo sempre diz que é difícil ser pai de uma menina. Mas nada vai te preparar para a barra que esse cara passou.

Você deixaria sua filha ir numa festa dessas?

Aconteceu com um amigo de um amigo meu. Todo mundo sempre diz que é difícil ser pai de uma menina. Vide a velha máxima: “Você deixa de ser consumidor para se tornar fornecedor”. Mas nada…. Repito, NADA… Vai te preparar para a barra que esse sujeito passou.

Pois bem, certo dia, coube a ele levar a filha adolescente para uma festa na casa de uma amiga. Mais um evento que o impediria de curtir de boa o futebol de sábado na TV, mas, pai serve para essas coisas, né? E lá foi ele. No caminho, estranhou. A filha levava junto a bolsa um saco de açúcar. Aqueles, de um quilo,  sabe?

Achou estranho, mas não quis comentar nada com a garota. Após deixar a menina no evento, voltou para casa curtir seu futebol. Ainda com a pulga atrás de orelha, perguntou para a mulher para que diabos serviria aquele saco de açúcar. FazER um doce, um bolo ou algo parecido? Mas os pais da tal amiguinha eram bem de vida. Nunca pediriam nada para uma festinha, muito menos um quilo de açúcar. Mas vai que, né?

Naquele dia em especial, resolveu ir buscar a filha mais cedo. Nada de ligação de celular, SMS ou WhatsApp. Simplesmente resolveu entrar no carro e ir buscar a menina. O tipo de coisa que todo pai faz. Quando chegou lá, resolveu simplesmente entrar na casa e mandar chamar a filha, quando finalmente entendeu para que servia o saco de açúcar.

Sugars

Duas meninas apenas usando roupas íntimas estavam deitadas na mesa da sala com açúcar em cima do corpo, enquanto um menino usava a língua para tirar os carboidratos cristalizados do corpo do delas.  Ah, sim, claro, a filha dele era uma das duas garotas sendo lambidas.

Seguindo a cartilha do bom pai barraqueiro, ligou para todos os pais dos garotos que conhecia da festa, quebrou o pau com responsáveis pela garota organizadora da festa por não estarem de olho no que acontecia e, até onde eu sei, proibiu a filha de sair de casa até atingir a maioridade penal. Dos Estados Unidos.

Sim, tem a cara da maior lenda urbana do universo, como a festa do batom ou as pulseirinhas do sexo, mas essa história me fez pensar. Por mais louca que minha vida tenha sido quando adolescente, por mais liberal que eu pense que eu sou, por mais que eu seja a favor de cada um faça o que quer com o próprio corpo… O que eu faria ao encontrar minha filha sendo lambida em uma festa?

Surtaria? Teria um ataque cardíaco? Daria um Load para voltar de fase? É o mundo que mudou e, de repente, meninas serem lambidas em festa virou algo aceitável? Ou sou eu? Acredito que não exista sexólogo ou programa de pais e filhos no mundo, que prepare um sujeito para encontrar a cria nessa situação. Por mais liberal que ele seja.

 E você, o que faria?

Edson Castro
Edson Castro

Jornalista, ilustrador, apaixonado pela vida e por viver aventuras. Coleciona HQs, tênis e boas histórias para contar.

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