Como Elvis Presley conseguiu o direito de mandar prender quem quisesse

O Rei do Rock era um cara com gostos peculiares: armas, carros e distintivos. E a história de como Elvis Presley conseguiu um destes é ótima.

Elvis Presley era um cara bem peculiar. O “Rei do Rock” teve um impacto gigante na história da música, tornando popular o rock’n roll, e se tornou uma das figuras mais queridas e respeitadas dos Estados Unidos. Para aproveitar essa fama, às vezes ele fazia coisas que outras pessoas consideravam loucura. E a vez em que ele conseguiu o direito de mandar prender quem quisesse é um bom exemplo disso.

A trama envolve uma coleção de armas, muitos voos, um encontro com o presidente dos Estados Unidos e um distintivos que davam para o portador autoridade para parar, interrogar e prender quem quisesse. Você pode ouvir essa história no episódio do Podcast do Manual do Homem Moderno colocado abaixo ou pode continuar lendo.

Um bar em Los Angeles

Elvis Presley, Rei do Rock e fã de distintivos

A história começa em dezembro de 1970, quando a irmã e o pai de Elvis deram uma bronca nele pela quantidade de dinheiro que o Rei tinha gastado com presentes de Natal: foram mais de 100 mil dólares em armas de fogo (que ele colecionava) e carros Mercedes Benz. De cabeça cheia pelas críticas, o artista pegou o primeiro avião para qualquer lugar disponível. Acabou parando em Washington, mas ficou de saco cheio e decidiu visitar um bar em Los Angeles.

Elvis não viajava sem uma boa quantidade de armas e alguns distintivos de polícia, que ele colecionava. No bar, acabou conhecendo um cara que compartilhava dessa paixão e possuía um distintivo do Bureau of Narcotics and Dangerous Drugs (BNDD), escritório da polícia que cuidava do combate às drogas.

Para um colecionador, o distintivo do BNDD seria o equivalente à última figurinha brilhante de um álbum. Seu portador poderia enquadrar, dar voz de prisão, apreender e prender quem bem entendesse. Elvis pirou quando ouviu sobre o distintivo e tomou uma decisão: teria que ter um daqueles não importa o que custasse.

Uma carta para Richard Nixon

Elvis Presley com Richard Nixon

O que você faz quando quer muito uma coisa que pouquíssimas autoridades do país podem te fornecer? Se você for Elvis Presley, escreve uma carta para o presidente. De volta a Washington, o Rei escreveu uma carta de cinco páginas para o presidente Richard Nixon dizendo o quanto admirava seu governo e o quanto gostaria de ser útil para sua gestão (melhor ainda com um distintivo desses). Ele também informou o presidente que estava na capital e que adoraria encontrá-lo.

O Rei deixou sua carta pessoalmente na Casa Branca e aproveitou para passar no BNDD e pedir ao diretor da entidade o distintivo. Seu pedido foi negado, mas a sorte estava a seu lado. A carta de Elvis caiu nas mãos de um assistente do presidente Nixon que, por acaso, era fã de Elvis e ficou maravilhado com a ideia do encontro.

Em 21 de Dezembro de 1970, por volta do meio dia, Elvis Presley entrou no famoso Salão Oval da Casa Branca e encontrou Nixon. Levou como presente uma pistola Colt .45 e, assim que apertou a mão do presidente, já tratou de criticar os Beatles chamando-os de um “força antiamericana”. Jurou sua lealdade ao presidente e reforçou o pedido pelo distintivo do BNDD. Após um esforço do governo, o Rei conseguiu o que queria.

Parando o avião

O distintivo do BNDD de Elvis Presley

Não tardou muito para que Elvis precisasse usar seu novo poder adquirido. Depois de outra noite de bebedeira, o Rei conheceu um maluco e o convidou para uns drinks em sua casa. Depois de muita diversão, Elvis fez questão de pagar pela passagem de avião do novo amigo, que precisava ir embora. Assim que ele seguiu para o aeroporto, contudo, o artista se deu conta de que algumas joias de sua coleção haviam desaparecido.

Revoltado, Elvis pegou seu distintivo, suas armas e saiu correndo. Conta-se que conseguiu chegar ao avião enquanto ele já estava na pista, fazendo a aeronave interromper o processo de decolagem. O cara admitiu que tinha roubado as joias e as devolveu para o Rei, que apenas o abraçou e pediu educadamente que ele nunca mais fizesse isso.

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Felipe Blumen
Felipe Blumen

Historiador, jornalista de lifestyle e fã de foguetes, Corinthians, gibis e outras bagunças.

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