Entre janeiro e março de 2025, as cores neutras continuaram imperando no mercado automotivo brasileiro. Segundo dados do Webmotors Autoinsights, a líder de buscas foi a cor preta (22,42% do total), seguida de muito perto pela branca (22,28%) e pela prata, também conhecida como “cinza claro metálico” (18,29%). Juntas, essas três tonalidades respondiam por mais de 62% de todas as pesquisas realizadas na plataforma, tanto para veículos novos quanto usados.
Posição | Cor | Percentual de buscas |
---|---|---|
1 | Preto | 22,42 % |
2 | Branco | 22,28 % |
3 | Prata | 18,29 % |
4 | Cinza | 17,60 % |
5 | Azul | 7,33 % |
6 | Vermelho | 7,21 % |
7 | Verde | 2,14 % |
8 | Marrom | 1,03 % |
9 | Bege | 0,84 % |
10 | Amarelo | 0,83 % |

A predominância das cores neutras, especialmente
preto e branco, reflete uma combinação de fatores: facilidade de revenda, manutenção da aparência no longo prazo e apelo atemporal. Carros pretos transmitem elegância e requinte, sendo frequentemente associados a modelos de maior status, enquanto o branco é visto como símbolo de modernidade e limpeza, além de apresentar melhor eficiência térmica em regiões de clima quente.

Na sequência do ranking, surge o cinza convencional (17,60%), uma opção intermediária que agrada quem busca sofisticação sem os riscos de sujeira excessiva — o acabamento metálico disfarça riscos superficiais e poeira. Essas três primeiras cores (preto, branco e cinza) formam o chamado “triângulo da neutralidade”, dominando o olhar do consumidor que prioriza segurança de investimento e usabilidade urbana.

Entre as cores vivas, o azul (7,33%) e o vermelho (7,21%) aparecem como representantes da personalidade esportiva e do estilo de vida dinâmico. O azul é tradicionalmente associado à confiabilidade e ao frescor, atributos valorizados em SUVs e hatches. Já o vermelho atrai olhares para modelos compactos e esportivos, reforçando sensações de velocidade e potência. Embora participem de uma fatia menor do mercado, essas cores costumam ser decisivas para consumidores que desejam expressar identidade e fugir do convencional.

Cores menos populares, mas ainda presentes, completam o top 10: verde (2,14%), marrom (1,03%), bege (0,84%) e amarelo (0,83%). O verde, associado a SUVs aventureiros, reflete uma busca por exclusividade; o marrom e o bege atraem compradores de sedãs e modelos de luxo discreto; já o amarelo, apesar de raro, costuma ser escolhido em edições especiais ou em automóveis com propostas de alto desempenho e visual arrojado.

Do ponto de vista regional, embora o levantamento abranja todo o Brasil, é possível inferir que regiões de clima mais ameno e áreas urbanas densas tendem a favorecer as cores neutras, devido à prática de revenda rápida e menor visibilidade de sujeira. Em contraste, em destinos de campo e litoral, há maior abertura para cores vibrantes, explicando a presença do azul e do vermelho no ranking geral.

Outro aspecto a considerar é a oferta de cores pelas montadoras: as paletas de cinza, preto e branco costumam ser oferecidas sem custo adicional, ao passo que tonalidades especiais (azul metálico, prata fosco, etc.) podem implicar custo extra no valor final do veículo. Isso reforça a concentração das buscas nas opções sem “taxa de pintura”, favorecendo ainda mais as cores neutras.

Para o público de usados, a predominância dessas cores traduz menor depreciação no mercado de seminovos. Modelos pretos e brancos tendem a atingir preços de revenda superiores em relação a cores exóticas, reduzindo o “tempo de estoque” nas concessionárias e plataformas de venda online. Esse fator é especialmente relevante para compradores que planejam trocar de carro a cada 2–3 anos.

Em paralelo, o ranking de modelos mais buscados — onde o Honda Civic liderou entre usados e o Hyundai Creta entre 0 km — também reforça essa preferência por cores sóbrias. Esses veículos costumam ser oferecidos majoritariamente nas três tonalidades neutras, consolidando a correlação entre modelo e cor na decisão de compra.

Por fim, as tendências globais de eletrificação e personalização de veículos podem introduzir novas variações cromáticas nos próximos anos, mas no curto prazo a estabilidade das cores neutras permanece inabalável. Montadoras que investirem em linhas de pintura sustentável e em opções de acabamento especial poderão atrair nichos de mercado, mas o pilar da neutralidade ainda deve ditar o ritmo das buscas no Brasil em 2025.

Fonte
- Webmotors Autoinsights, Relatório de Popularidade de Cores (janeiro a março de 2025)
- Webmotors Brasil, site oficial (abril de 2025)
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