9 Mitos e curiosidades sobre o Whisky

Conheça melhor e desvende os mistérios sobre o seu destilado favorito

Conheça melhor e desvende os mistérios sobre o seu destilado favorito

A bebida feita através da destilação de grãos (muitas vezes o malte), envelhecida em barris e com teor de 38% a 54% ganha a preferência no paladar de muitos homens.

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Apesar dos inúmeros rótulos disponíveis e as mais diversas formas de produção, o whisky ainda gera muita polêmica em torno dos mitos que persistem sobre a bebida. Para ajudá-lo a aumentar seu conhecimento sobre o destilado, reuni e desmistifiquei as principais curiosidades. Confira!

1# Whisky? Só se for cowboy!

Mitos e curiosidades sobre Whisky 9

O mito do whisky cowboy surgiu com os vaqueiros americanos, em uma época em que não tinha gelo. Assim, o único modo de consumo era gelado e em shots. Hoje, não precisamos apreciar a bebida da mesma forma.

O gelo pode ajudar a bebida a liberar os aromas e tornar-se mais refrescante, principalmente para países com climas tropicais. Lembre-se que o importante é você ter uma boa experiência, mandar para dentro do seu organismo algo só pelo teor alcoólico não traduz maturidade no paladar.

2# Existe whisky 8 anos?

Mitos e curiosidades sobre Whisky 5

Sim e não! Sim, existem rótulos que apresentam o envelhecimento mínimo de seus blends (mistura) de maltes de, no mínimo 8 anos. A confusão acontece por causa do nosso mercado brasileiro, que padronizou chamar o whisky ‘standard’ como um destilado de 8 anos, como o Johnnie.

O whisky ‘standard’ foi criado para atender a demanda da bebida, em que os produtores não suprem o número de consumidores em um envelhecimento normal. Esse destilado possui uma mistura de maltes envelhecidos de 3 a 8 anos (diferente de ter, no mínimo, 8 anos de envelhecimento). Para ter certeza que a bebida tem a idade anunciada, basta ler no rótulo.

3# Colocar água no whisky é coisa para maricas

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Homem que é homem bebe whisky cowboy. Afinal, uma bebida que levou de 8 a 21 anos em um barril, deve ser apreciada em seu estado natural, certo? Errado!

O destilado fica muito tempo parado na garrafa. Ele precisa de oxigênio, de água para liberar seus aromas que estavam ‘dormindo’ esperando para ser acordados e despertados. Em contato com água, o whisky libera seus aromas mais complexos. Todas as nuances e notas florais, achocolatados, abaunillhados, frutados, spicy e diversos outros aromas são ressaltados. Por isso, se você quiser ter uma boa experiência, não tenha medo de adicionar um pouco de água na bebida.

4# Whisky ou whiskey, qual é o certo?

Mitos e curiosidades sobre Whisky 11

Primeiramente, é necessário deixar claro que “Whisky” é a nomenclatura dada a categoria da bebida alcoólica destilada de grãos, muitas vezes incluindo malte, que foi envelhecida em barris. Sua graduação alcoólica tem teor de 38 a 54% de álcool etílico em volume. No caso da bebida produzida nos EUA ou na Irlanda, acrescenta-se o “EY” para diferenciar dos produtos produzidos em outros lugares como a Escócia ou com processos diferentes de lá.

5# Jack Daniel’s é Bourbon?

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Nos Estados Unidos, são dois os principais tipos de whiskeys, o Bourbon e o Tennessee. O mais famoso é o Bourbon, que se transformou em uma marca registrada do país. Ganhou tanta notoriedade que alguns chegam a pensar que todo whiskey vindo dos EUA é do tipo Bourbon, como é o caso do Jack Daniel’s.

O nome bourbon vem de um condado em Kentucky estabelecido em 1785, quando o estado ainda fazia parte da Virgínia. Como os barris desse condado carregavam estampado o nome “Bourbon County”, o termo ‘Bourbon’ logo se popularizou, virando um sinônimo para o destilado.

O que você não sabia é que o Jack Daniel’s já foi um Bourbon. No início do século passado, todos os whiskyes americanos eram considerados bourbons. Jack Daniel’s só viria a ser Tennessee Whiskey em 1941 pelo governo americano. Durante a Lei Seca, Lem Motlow, sobrinho de Mr. Jack, mudou a destilaria para o Missouri e Alabama, ambos sem êxito principalmente por não ter a mesma qualidade da água.

Só depois de Lem entrar para o senado americano e fazer muito lobby, a destilaria voltou para Lynchburg onde se encontra até agora e se estabilizou como Tennessee Whiskey.

6# Whisky bom envelhece na garrafa

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Desculpe-me desapontá-lo, mas caso você encontre uma garrafa de um whisky 12 anos datada da década de 40 no porão do seu avô, ela continuará tendo 12 anos. Isto acontece porque, diferente de vinho e alguns tipos especiais de cerveja, o envelhecimento do destilado só acontece quando o líquido está em contato com a madeira.

A partir do momento em que ele é engarrafado, seu envelhecimento termina.

7# Só a Irlanda, Escócia e EUA fazem bons whiskys!

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Foi-se o tempo em que poucos países possuíam a excelência em produção do destilado e se beneficiavam por causa do clima ou das fontes de águas. Só para citar as últimas premiações, Japão e até o Taiwan conquistaram o título de melhor whisky em campeonatos consagrados.

Isso sem citar outros países que oferecem processos de alta qualidade proporcionando bebidas de padrão superior.

8# Quanto mais velho, melhor

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Quanto mais velho, mais fino e melhor. Este é um conceito que você não deve tomar como verdade absoluta.

A idade do whisky de 18 a 21 anos, por exemplo, não garante a qualidade da bebida e nem que você vai se agradar com o sabor. Existem ótimos rótulos que não chegam a 15 anos (outros que nem são classificados por idade) e, mesmo assim, possuem um público fiel e ótimas análises.

Preocupe-se em qual a experiência você terá com a bebida e deixe de lado conceitos pré-estabelecidos.

9# Single Malt é melhor do que Blended

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Single Malt é um whisky feito só de cevada, não contendo nenhum tipo de mistura e fabricado em apenas uma destilaria. Um Blended é mais global, seu sabor e identidade são o resultado da mistura de whiskys de malte e de grão. A seleção é feita por um profissional chamado master blender.

Este último é feito com sabores e aromas mais suaves e menos encorpados do que um Single Malt.

O que quero dizer sobre tudo isso? Que o mito do single malt ser superior ao blended precisa ser derrubado. No mercado, existem opções boas e ruins de rótulos para os dois tipos. O que garante a qualidade é a destilaria e o profissional que criou a receita.

Vai de o consumidor descobrir qual é a bebida que mais agrada o paladar, independente do gosto e avaliação de especialistas.

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Leonardo Filomeno
Leonardo Filomeno

Jornalista, Sommelier de Cervejas, fã de esportes e um camarada que vive dando pitacos na vida alheia

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