Porque os homens devem enxugar o pênis após urinar

Urologistas explicam as consequências da falta de higiene que pode levar ao câncer peniano

Desde cedo as mulheres são ensinadas a terem cuidados especiais depois de urinar, após a relação sexual, durante a menstruação e ao tomar banho. É extremamente fácil perceber isso ao se deparar com inúmeros sabonetes íntimos para mulheres, cremes, shampoos que, muitas vezes levam elas a terem uma assepsia máxima, retirando (e escondendo) odores naturais dessa região.

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Na contramão desse excesso, o homem não tem o mesmo zelo com seu órgão sexual. Pelo contrário, boa parte masculina sequer cuida do seu pênis. O resultado pode ser desde uma simples inflamação até o câncer de pênis. E tudo isso após um simples urinar.

É preciso, sim, enxugar o pênis, para que a região não fique úmida e, consequentemente, suscetível à proliferação de fungos e bactérias.

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Homens que têm o prepúcio longo (aquela pele que recobre a glande), devem secar o pênis após urinar (com papel higiênico), assim como as mulheres sempre fazem com a vagina. Mesmo os homens circuncidados que não terminem a micção completamente também devem ter esse cuidado.

A urina que fica um pouco no pênis e deixa a roupa úmida, em contato constante com a pele, pode ser uma fonte de inflamações e até infecções.

Não é só este cuidado que o homem tem que ter com seu órgão sexual. Durante o banho, a limpeza correta deve ser feita trazendo o prepúcio para trás e lavando todo o pênis com a água e o sabão do próprio banho. Depois, o órgão deve ser seco. Novamente, o prepúcio deve ser “puxado”, seco e só depois pode ser levado de volta à posição original. Após as relações sexuais, o procedimento deve ser o mesmo.

Durante a limpeza, é preciso retirar todo o esmegma — secreção branca composta de células epiteliais descamadas, óleos e gorduras produzidas pelas glândulas do pênis – que fica acumulado na região, estendendo a higiene aos testículos, virilha e ânus.

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É importante salientar que caso a região íntima não seja corretamente limpa, as consequências podem ser severas. “O problema mais comum é a balanite, que consiste na inflamação da pele que recobre a glande. O mais grave é o câncer de pênis. Ambos são associados à inadequada higiene peniana”, alerta o doutor Newton Soares de Sá Filho do São Camilo, urologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Para quem pensa que o câncer de pênis é uma doença incomum e rara, atenção. De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), em 2009 surgiram 4637 novos casos de tumor peniano. “No Maranhão, por exemplo, há mais casos de câncer de pênis do que de próstata”, avisa o doutor Sidney Glina, urologista do Hospital Israelita Albert Einstein. Lá, um caso surge a cada 16 dias, e muitos chegam à amputação do membro.

“O homem deve ter o hábito de observar o próprio corpo e ir ao médico ao menor sinal de alteração. Qualquer lesão é importante, porque uma ferida pequena pode evoluir para algo maior e mais difícil de tratar”, aponta Glina.

Por isso, é fundamental conscientizar o homem desde cedo para a higiene do seu órgão sexual.

Fonte: Drauzio Varella

 

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Leonardo Filomeno
Leonardo Filomeno

Jornalista, Sommelier de Cervejas, fã de esportes e um camarada que vive dando pitacos na vida alheia

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