Cervejas mais populares que usam milho ou arroz

Depois do anúncio da compra das cervejarias artesanais Wäls e Colorado pela gigante Ambev, as redes sociais começaram a questionar a possível queda da qualidade das cervejarias e a pipocarem piadas sobre os futuros rótulos feitos com milho, as famosas cervejas de milho.

Aqui, o debate ganhou força desde saiu uma matéria no Estadão que relata que rótulos populares usavam mais de 45% do cereal transgênico. Vale lembrar que tanto o milho como o arroz podem ser utilizados no processo, definidos como cereais não malteados. Além de serem muito mais baratos que malte de cevada, eles são usados para gerar álcool na cerveja sem gerar corpo. No bom português, para fazer cervejas leves, refrescantes e fáceis de beber.

Mas, será que toda cerveja que leva milho é ruim? Não, necessariamente. Assim como uma cerveja não é necessariamente boa por usar somente malte, o problema não são dos adjuntos (milhos e arroz) estarem lá, mas a forma que ele é usado e o objetivo final.

Para que você abra sua cabeça quanto ao uso de adjuntos, fiz uma seleção de cervejas que usam milho o arroz em sua receita. Aposto que muitas delas você nem tinha ideia. Confira!

Depois dessa lista você nunca vai ser o mesmo.

1# Budweiser

Ok, assumo que este é o rótulo mais óbvio da lista, mas não poderia deixar de fora a queridinha dos EUA. Só que ao invés do milho que você está pensando, o Greenpeace descobriu em 2007 que a cerveja leva arroz geneticamente modificado. A AMBEV anunciou que por política da empresa não trabalha com matérias primas geneticamente modificadas.

O rótulo é o quarto mais vendido do mundo, perdendo apenas para as cervejas chinesas.

+ Produtoras negam a utilização de milho transgênico nas cervejas
+ Budweiser satiriza bebedores de cervejas especiais

2# Stella Artois

O rótulo belga premium pode ser uma surpresa para muitos aqui. Mas, a cerveja própria já anuncia no rótulo que faz uso do cereal não malteado.

3# Corona

Você, que costumava ver Corona nos comerciais tranquilos e relaxantes ou dentro dos filmes americanos, precisa saber que ela tem entre os ingredientes o famigerado xarope de milho.

+ Corona no Brasil chega como produto ‘premium’

4# Sol

Com a mesma proposta da cerveja acima, a Sol também conta com xarope de milho em sua receita. Ou você achou que a leveza e refrescância dela vinha de outro lugar?

5# Amstel

O rótulo do grupo Heineken é do estilo Standard American Lager, conhecido por sua leveza, refrescância e… pelo uso de cereais não malteados.

6# Guinness

A cerveja irlandesa usou por um bom tempo o xarope de milho para deixar seu rótulo mais leve. Porém, recentemente, afirma que não faz mais a prática. Outra notícia muito mais surpreendente envolve o uso da “cola de peixe” (ictiocola – feita através da bexiga natatória de peixes), a qual é utilizada para separar materiais que ficam suspensos na cuba de fermentação, como leveduras.

+ 9 Cervejas para quem é fã de Guinness

7# Norteña

A cerveja uruguaia que está muito presente em alguns bares brasileiros é composta basicamente de  malte, levedura, lúpulo e adjuntos cervejeiros.

8# Quilmes

Apesar de ter sido eleita a melhor cerveja na categoria light tropical no World Beer Cup, o rótulo conta com adjuntos cervejeiros. Ou seja, uma cerveja de milho premiada.

9# Hitachino Nest Red Rice Ale

Para quem acha que adjuntos cervejeiros só servem para baratear o custo e deixar sua cerveja com gosto de aguado, precisa conhecer o rótulo japonês. A cervejaria Kiuchi passou a introduzir ingredientes japoneses às receitas, tornando suas bebidas de sucesso com direito a prêmios no mundo todo. Esta leva arroz vermelho, frutas vermelhas e leveduras de saquê.

10# Rodenbach

Este é um bom exemplo de cerveja de qualidade que faz uso de milho (até 20% em sua composição). Não é uma opção exclusiva dela, já que toda cerveja belga ácida deve levar até 20% de milho.

11# Saint Beer Red Ila

A cerveja artesanal brasileira quis acabar com a polêmica dos adjuntos criando um rótulo que não só leva um cereal, mas arroz vermelho. O objetivo é criar uma Double Red Ale com aroma de maltes tostados e intenso amargor. Provei e falo, é muito boa a cerveja.

12# Leffe Blond

A conhecida cervejaria chegou ao Brasil em 2007, pelas mãos da Ambev. Em seus ingredientes, estão malte de cevada, cereais não malteados, carboidratos e lúpulos.

13# 1906

A Espanha também é conhecida por suas cervejas feitas bem leves e para tomar em um dia de sol. Esta aqui, por exemplo, leva água, malte de cevada, milho, lúpulo e leveduras na sua composição.

14# Estrella Damm

Outro clássico espanhol e vendido nos nossos supermercados é a Estrela Damm. Assim como as brasileiras comerciais, ela é elaborada com adjuntos cervejeiros. A diferença é que, como ela é uma cerveja importada, não sofre tanto preconceito aqui.

15# Wals HopCorn Ipa

Deixei por último o mais novo (e polêmico) lançamento da cervejaria mineira, uma American IPA com milho. O milho da Wäls é a high maltose, um substituto do açúcar. Diferente do açúcar, a high maltose não é 100% fermentável, adicionando “corpo” a cerveja e aumentando seu grau alcoólico.

A cerveja conta com 70 IBU’s (unidades de amargor), proporcionado por um blend de lúpulos (Columbus, Amarilo, Cascade e dry hopping de Centennial). Ou seja, o milho pode até estar na bebida, mas com certeza não foi usado para baratear sua produção ou deixar sua cerveja mais aguada.

Algumas cervejas brasileiras comerciais com milho

– Artarctica
– Original
– Bohemia
– Brahma Extra
– Nova Schin
– Skol
– Skol Beats
– Kaiser

O que achamos desse mimimi sobre milho na cerveja

Para o consumidor final, muito mais importante do que o uso do milho e arroz na sua cerveja é descobrir se o rótulo realmente te agrada. O milho, sozinho, não faz de uma cerveja boa ou ruim. O importante mesmo é agradar o seu paladar. Se aguadou, o resto é conversa de boteco.

Dica

E se ainda assim você não quiser comprar uma cerveja que leva milho (ou arroz), é só ler os ingredientes do rótulo e não levar aqueles que constam a palavra cereais não malteados ou carboidratos.

Fonte: Paladar,Organics.Org

Matéria atualizada em Abril/2017