Você com certeza conhece o nome Stan Smith. Mas aposto que conhece mais pelo tênis da Adidas do que pelo tenista dos anos 70 que o batizou. O modelo mais popular da marca alemã faz homenagem a um esportista americano que estava em alta nos anos 70 – e que hoje vive muito bem, obrigado, graças aos tênis vendidos.
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Para quem não está familiarizado com o mundo do tênis (o esporte), Smith foi um ex número 1 do mundo. Duas vezes campeão de Grand Slams, ele levou o US Open de 1971 e Wimbledon em 1972. Seu sucesso nessa época atraiu a atenção de marcas como a Adidas – que queria ter uma presença mais forte nos Estados Unidos.
Como o tenista virou tênis
A Adidas produziu seu primeiro tênis no início da década de 1960. Foi Horst Dassler, filho do fundador Adolph “Adi” Dassler, quem teve a ideia de um produto revolucionário. Ele queria produzir o primeiro tênis de couro em um mundo dominado pela lona. Seu design teria uma sola externa texturizada feita de borracha e uma sola interna feita de material sintético.
A marca das três listras escolheu Robert Haillet, um dos jogadores profissionais franceses de tênis da época (eram apenas dois), para batizar o modelo em 1965. O modelo fez sucesso entre tenistas. Assim como aconteceria com o Adidas Superstar no basquete, o cabedal em couro conquistou os esportistas ao fornecer mais suporte, evitando torções nos tornozelos e outras lesões.
A estreia do Robert Haillet coincidiu com um aumento na popularidade do tênis como esporte. Em 1968, Wimbledon desistiu de seu status exclusivamente amador, dando início à Era Aberta. A partir daí, profissionais começaram a bilhar, vencer e, finalmente, buscar contratos de patrocínio.
O problema é que Haillet se aposentou do tênis em 1971 e Horst Dassler precisava encontrar um jogador ativo para virar a cara da versão atualizada do modelo. Donald Dell, o agente de tenistas mais influente na época, sugeriu seu cliente Stan Smith, um campeão americano que estava subindo rapidamente no ranking.
Smith foi seduzido pelo projeto e assinou um contrato com a Adidas (embora o tênis só viesse a ser rebatizado em 1978). A marca percebeu que o mercado americano de tênis estava em alta e o tenista era a pessoa perfeita para ajudá-la a conquistar uma grande fatia do bolo.
O sucesso do Adidas Stan Smith
O tênis branco tem um design muito simples e elegante, o que em parte explica seu sucesso ao longo de décadas. O couro branco cobre toda a silhueta, com o único detalhe colorido (verde) sendo o acabamento no topo do calcanhar. A versão clássica tem uma língua fina com o retrato e a assinatura de Stan Smith.
Talvez o grande detalhe que conquistou tantos fãs, contudo, seja o fato de que, ao contrário da maioria dos tênis da Adidas, o Stan Smith não tem as três listas nas laterais. Apenas três linhas de buraquinhos fazem o papel do símbolo máximo da Adidas. É um tênis extremamente minimalista com um design que permaneceu relativamente intacto nos últimos 50 anos.
Smith conta em uma entrevista que ficou muito irritado na primeira vez em que perdeu um jogo para um oponente usando seus tênis. Mas já não tinha volta. O Stan Smith veio para ficar.
Apesar de ter perdido espaço para os modelos mais esportivos e de performance nos anos 80 e 90, ele continua um clássico e campeão de vendas. Com cerca de 50 milhões de pares vendidos desde os anos 70, segundo cálculos, o Adidas Stan Smith é indiscutivelmente a colaboração mais prolífica na história dos tênis. Nada mal para o tenista que, quando criança, foi rejeitado em um emprego de ball boy (os meninos que ficam pegando as bolinhas no meio das partidas) na Copa Davis por ser muito desajeitado.
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