Cerca de 5% da população feminina encara esse problema que impede qualquer penetração e acaba com a possibilidade de iniciar uma relação sexual.
Enquanto muitas mulheres sentem dificuldade em relaxar mas, depois de uma boa preliminar e da dedicação dos parceiros, conseguem até atingir o orgasmo, outras simplesmente bloqueiam e travam a vagina em uma contração involuntária.
Para essa porcentagem, nem a melhor preliminar do planeta consegue resolver o problema. A dor durante a penetração é tanta que o ato se torna impossível.
Como acontece o distúrbio que fecha a vagina?
Essa condição, conhecida como Vaginismo, é muito séria e precisa ser tratada. Na Universidade Federal de São Paulo existe um centro de apoio e tratamento do distúrbio e ele é coordenado pela ginecologista e sexóloga Carolina Ambrogini. Ela explica que, na maioria das vezes, a causa do problema é psicológica.
Como já dissemos aqui no MHM, o orgasmo feminino é algo bem mais delicado e normalmente mais difícil de ser alcançado justamente por travas sociais derivadas de séculos e também por despreocupação dos parceiros. No caso do Vaginismo, o bloqueio é ainda mais intenso e impede até a penetração. Muitas vezes, traumas e abusos podem estar diretamente relacionados ao distúrbio.
Existem níveis de Vaginismo e também reações diferentes. Os espasmos são causados por contrações involuntárias do músculo do assoalho pélvico ao redor da vagina e, em alguns casos, os espasmos do Vaginismo podem começar a causar ardência ou dor durante a penetração. Enquanto em outros, a penetração pode ser difícil ou simplesmente impossível de ser realizada.
Existem mulheres que nunca conseguiram transar por causa do distúrbio, e outras que desenvolveram o problema ao longo da vida.
Tem tratamento?
Assim como acontece em vários distúrbios, o tratamento do Vaginismo depende de cada caso, mas, normalmente, são realizados exercícios de relaxamento da musculatura vaginal, técnicas de respiração, inserção de dilatadores vaginais e psicoterapia.
Na Unifesp, o tratamento é gratuito mas, primeiro, é preciso agendar uma palestra geral sobre sexualidade na universidade. Depois, a paciente é encaminhada para uma consulta onde o médico vai identificar a origem do problema. Além do tratamento com o ginecologista, a mulher é encaminhada para uma equipe de psicólogos, fisioterapeutas e outros especialistas.
Apoio dos maridos e namorados
Muitas mulheres acabam evitando o tratamento ou sequer sabem da sua existência pois acabam tendo experiências sexuais alternativas. Afinal, segundo a doutora Ambrogini, os maridos e namorados de suas pacientes deixam a penetração de lado e fazem sexo de outras formas.
Chocante, mas real.
Por isso, na maioria das vezes, as mulheres estendem o problema e evitam o tratamento. Quando elas finalmente resolvem procurar ajuda médica, já estão desanimadas e com baixa autoestima, o que dificulta ainda mais o tratamento psicológico mas, mesmo assim, é fundamental procurar assistência pois o distúrbio tem, sim, cura e a taxa de sucesso é extremamente alta.
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