Sextechs, as empresas que querem que você faça sexo com um robô

Sabe o que são sextechs? Essas empresas que misturam tecnologia e sexo querem melhorar o seu bem-estar sexual - talvez, algum dia, com robôs que transem.

Em todas as sua formas, o mercado do sexo movimenta muito dinheiro. Seja na prostituição, na pornografia ou na venda de artigos para o bem-estar sexual, algumas pessoas (às vezes ilicitamente) fazem muita grana com o prazer que o ser humano sente em transar ou em pensar nisso. E é na parte do bem-estar que entram as sextechs.

Sextech é o nome que se dá a uma empresa, geralmente uma startup, que une sexo e tecnologia. É como se fosse uma fintech (tecnologia e finanças), uma healthtech (tecnologia e saúde), etc. Basicamente, são empresas que investem no futuro do sexo.

O sexo do futuro

Segundo alguns estudiosos, por volta de 2045 um em cada cinco jovens fará sexo com um robô de forma habitual. Alguns cientistas vão mais longe: afirmam que as relações sexuais entre humano e androide serão mais frequentes do que as de humanos com humanos.

Mas o sexo do futuro não será composto só de bonecos com formato humanoide equipados com Inteligência Artificial. Há quem diga que será possível acariciar alguém mesmo estando a centenas de quilômetros de distância, imprimir em 3D uma réplica exata dos órgãos genitais de outra pessoa e programar seus movimentos com um app. Ou ainda sentir no próprio corpo o orgasmo de outra pessoa.

Ficção? Não, tesão

Cena de Blade Runner 2049 em que a inteligência artificial JOI é vendida como uma acompanhante

Parece coisa de cinema. No filme “Ela”, o personagem principal transa com uma Inteligência Artificial. Em “Blade Runner 2049”, acontece algo parecido – mas na verdade é um ménage. Só que isso vai muito além da ficção científica futurista.

A indústria do bem-estar sexual está voando, impulsionada pelas sextechs mas também por empresas mais tradicionais. O instituto Research and Markets aponta que o segmento de sexual wellness deve movimentar U$ 125,1 bilhões até 2026. Entre os motivos do crescimento estão maior liberdade sexual das mulheres, menos tabus e, claro, o autocuidado na pandemia.

Sextechs no Brasil

Com seu grande mercado, o Brasil não está fora do boom das sextechs. O marketplace Apimentou, por exemplo, viu seu faturamento crescer 2300% ao longo de 2020. “O Brasil é um país plural e com um mercado continental na área sensual erótica, além de sermos a terceira maior indústria de produtos do setor”, diz o CEO da empresa, Marcelo Maia. “Isso tudo transforma o país em um mercado potencial para produtos de bem-estar sexual e para as sextechs”, completa.

O empresário revela também que a indústria já consegue visualizar o enorme potencial que os homens possuem na compra de produtos sensuais e eróticos – graças a uma combinação de tecnologia e diversidade. “Produtos como masturbadores masculinos, próteses de vaginas em cyberskin (material que imita a pele humana) e até bonecas hiper realistas estão fazendo a cabeça dos homens hoje, além de toda uma gama de cosméticos como potencializadores de ereção, géis excitantes ou que retardam o orgasmo. Os homens estão descobrindo o nicho sensual erótico e os fabricantes estão respondendo com novidades a todo o tempo”, explica Maia.

Ela, robô

A boneca Harmny feita pela Realbotix com a Real Dolls

Corpos humanoides criados para simular relações sexuais já existem. É o caso das bonecas Real Doll, fabricadas pela empresa Abyss Creations na Califórnia e vendidas em todo o mundo.

Cada boneca (ou boneco, já que também há homens) possui um esqueleto móvel feito de PVC com juntas de aço e uma “pele” de silicone que imita a humana. A ideia é simular a aparência, textura e peso de um ser humano, servindo como parceiros sexuais.

Parece bizarro? Bom, há público. Uma dona de uma loja de artigos de bem-estar sexual que não quis se identificar revelou ao MHM que, quando encomendas de Real Doll são feitas de fora, as dezenas de unidades se esgotam em poucos dias no Brasil.

Em 2018, a empresa Realbotix apresentou o modelo Harmony, com Inteligência Artificial. Custa cerca de US$ 15 mil (ou mais de R$ 75 mil) e é capaz de falar, memorizar as preferências de seu parceiro e até fazer sexo a três ou usar um chicote.

Uma coisa de cada vez

Crédito: Reprodução

Se você acha tudo isso avançado, lembre que toda revolução começa com pequenas mudanças. E algumas delas já estão presentes, mesmo que de um jeito bem simples, em nossos dias.

Dê uma olhada em nossa seleção de brinquedos sexuais para homens, por exemplo. Existe um negócio chamado masturbador automático. Sabe o que ele faz? Te masturba sem que você precise usar as mãos. Para as sextechs, isso é apenas um passo em direção ao futuro do sexo.

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Felipe Blumen
Felipe Blumen

Historiador, jornalista de lifestyle e fã de foguetes, Corinthians, gibis e outras bagunças.

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