Perigos de tomar viagra antes dos 30 anos: pare de se drogar!

Tomar viagra antes dos 30 anos pode ser muito perigoso – e surpreendentemente há muitos jovens fazendo exatamente isso.

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A famosa pílula azul da Pfizer foi aprovada em 27 de março de 1998 como o primeiro tratamento oral disponível para disfunção erétil nos Estados Unidos.

Bilhões e bilhões de dólares em vendas depois, a droga é agora ainda mais onipresente e assustadoramente frequente no organismo de homens antes dos 30 anos.

Alguns estudos sugeriram que homens mais jovens que tomam Viagra o fazem para lidar com barreiras psicológicas, incluindo estresse e ansiedade em torno do sexo, como “ansiedade de desempenho”.

Outros o tomam de forma recreativa. Nestas circunstâncias, muitas vezes é tomado juntamente com outras drogas também.

Mas a questão é, os jovens devem estar tomando uma droga para lidar com seus nervos ou para ter um melhor desempenho durante o sexo?

E além disso, é ainda seguro?

A resposta é: não, não é uma boa ideia.

Veja os perigos de tomar viagra antes dos 30 anos:

Antes, entenda como o Viagra funciona

Para a ereção dar certo, a sildenafila, a componente do Viagra, precisa aumentar o fluxo sanguíneo até o pênis.

Esse mesmo composto, embora em menor quantidade, também é usado em remédios que combatem a hipertensão pulmonar.

Segundo dados do NHS, o serviço de saúde do Reino Unido, ao menos dois terços dos homens que usam o medicamento dizem que ele funciona e provoca ereção.

Usar qualquer droga sem prescrição médica nunca é uma boa ideia

“Nunca é uma boa ideia usar um medicamento prescrito que não seja prescrito pelo seu médico”, diz Michael Eisenberg, MD, diretor de medicina reprodutiva masculina e cirurgia da Stanford Health Care, em Stanford, Califórnia.

“Há riscos e efeitos colaterais desses medicamentos, e há condições médicas que podem ocorrer onde podem ocorrer consequências graves.”

Você pode estar tomando um remédio falso

Como é difícil comprar o Viagra em prescrição médica, muitas pessoas recorrem aos vendedores ilegais.

Comprar Viagra de uma fonte não confiável pode ser arriscado. Drogas vendidas on-line podem ser falsas, contaminadas ou vencidas.

De acordo com comunicados à imprensa, em 2011, a Pfizer Global Security analisou 22 sites que apareceram nos principais resultados de pesquisa da frase “compre Viagra”. Eles descobriram que cerca de 80% dessas pílulas eram falsificadas.

Essas pílulas falsas de Viagra continham o ingrediente ativo sildenafil, mas apenas cerca de 30% a 50% do valor anunciado.

“Com a internet, você nunca sabe o que está adquirindo”, diz Eisenberg.

Mas mesmo o Viagra original tem muitos efeitos colaterais

Também é importante saber que o Viagra pode causar efeitos colaterais, como:

• Dor de cabeça
• Estômago irritado ou diarreia
• Tontura
• Azia
• Nariz escorrendo ou entupido
• Sangramentos nasais
• Dificuldade em dormir
• Dores musculares ou nas costas
• Dormência ou formigamento nas mãos, braços, pés ou pernas
• Sensibilidade à luz ou alterações na visão

Você pode ter problemas sérios de saúde

O uso do Viagra também pode levar os vários riscos que você tem com uma condição médica subjacente.

Por exemplo, os homens que estão em tratamento medicamentoso, como os nitratos, podem desenvolver uma pressão arterial perigosamente baixa se tomarem o Viagra.

Outra parte é que alguns homens usam remédios para disfunção erétil, além de outras drogas ilícitas.

Uma descrição publicada na revista Archives of Sexual Behaviour que descobriu que os homens recorreram ao uso de remédios para disfunção erétil de forma recreativa.

Alguns homens que não têm disfunção erétil, mas usam o Viagra, também podem tornar-se psicologicamente dependentes do medicamento e da sua parte para ter uma ereção.

O Viagra não vai aumentar o tamanho do seu pênis

Vale lembrar outro ponto importante, é mito a história de que o Viagra produz uma super ereção. O seu pênis não vai ficar maior, nem gerar um prazer incomparável. Ele terá apenas uma ereção completa e parecida com a que é produzida naturalmente pelo corpo.

Ou seja: não há motivo consistente para você tomar viagra sendo jovem se o seu médico não considerar que é necessário.

O Viagra pode causar dependência

O psicoterapeuta Raymond Francis contou ao jornal Daily Mail que atende uma média de 15 homens por mês que reportam dependência do Viagra e que a idade média fica na cada dos 30 e poucos anos.

“Esses homens não têm problemas físicos, apenas acham que precisam do remédio porque colocam muita expectativa em relação à performance sexual e sobre o que pensam que as mulheres esperam deles no quarto”, explica.

Segundo o especialista, o acesso à pornografia na juventude tem influência nesse comportamento. “Deixa impressões profundas e irreais sobre as mulheres e sobre o que deveriam fazer.”

Isso tudo, além de ilustrar a obsessão masculina pelo próprio órgão genital, exemplifica como a cultura falocêntrica é insustentável.

Estima-se que a Sildenafila começou a se popularizar entre os jovens no Brasil a partir de 2010, quando o Supremo Tribunal da Justiça quebrou a patente da Pfizer e o medicamento genérico chegou às farmácias com preços acessíveis.

Embora ainda não existam pesquisas relevantes acerca desse fenômeno aqui no Brasil, o consumo de inibidores de PDE5 por homens saudáveis com menos de 40 anos está preocupando especialistas. “O jovem toma o comprimido uma vez e se sente o Super-Homem.

É aí que começa um triste ciclo em que o remédio se torna uma bengala e ele não consegue mais ter relação sexual sem estar medicado”, resume o doutor José Cury, urologista do Hospital das Clínicas, para a Revista Trip.

Ele também diz já ter visto casos de garotos tão jovens, de 12 anos, por exemplo, consumindo inibidores de PDE5.

O problema é que é relativamente fácil conseguir qualquer um dos inibidores de PDE5 que, embora rotulados no Brasil com a tarja vermelha (o que significa que deveriam ser vendidos apenas mediante receita, segundo a Anvisa), são comercializados indiscriminadamente pelas maiores redes de drogarias do país, inclusive na internet.

No fim do dia, e a mensagem que queremos transmitir com tudo isso, é bem simples: precisamos desconstruir a ideia de que o sexo real precisa ser igual ao sexo dos filmes pornôs. Uma boa transa deve ser sobre troca, paciência, estímulo de sentidos e orgasmos mútuos, e isso não tem relação alguma com o tempo que o seu pênis fica em pé ou com quantas vezes você gozou durante a noite.