Por mais que a manchete pareça coisa do Japão, a notícia é lá da Inglaterra – especificamente de Hampshire. Uma estudante da cidade relatou que consegue ganhar cerca de 100 libras por mês vendendo duas calcinhas usadas por semana na internet.
A universitária, que pediu para ser chamada de Jenny, tem 21 anos e, em entrevista para o jornal The Independent, relatou que o site onde ela vende as calcinhas cobra uma taxa de 15 libras por pacote. Mesmo assim, ela consegue ganhar um bom dinheiro e o anonimato é garantido.
Além das calcinhas, ela disse que outras garotas vendem praticamente vários tipos de fluídos corporais e, apesar de não ter compartilhado com o jornal o nome do site, é possível encontrar vários com a mesma proposta.
Apesar da maioria das garotas serem anônimas, algumas também fazem performances na webcam por 2 libras por minuto. A prática, para a estudante entrevistada, não gerou problemas até então: “Nada que realmente pudesse me preocupar aconteceu. Aliás, é bem fácil bloquear usuários que possam ser perigosos ou que digam coisas perturbadoras”.
Uma pesquisa anual realizada na Inglaterra relatou que, no último ano, o número de estudantes que vendem sexo – de qualquer maneira, como através das calcinhas usadas, por exemplo – aumentou e elas conseguem até 250 libras por mês. De acordo com o estudo, uma a cada 11 estudantes recorreu a pelo menos uma prática dessas para cobrir os custos de vida e gastos com a faculdade.
Uma das entrevistadas anônimas da pesquisa admitiu que recorre à prostituição para ter uma renda extra, mas alertou sobre os perigos dessa alternativa: “Eu dormi com pessoas por dinheiro e me arrisquei em encontros com pessoas completamente desagradáveis apenas para ter dinheiro para jantar”.
Outra estudante disse que comeu uma flor inteira em troca de 20 libras pela calcinha usada no dia em que fez isso, enquanto outra garota relatou ter seus pés filmados na webcam por pelo menos uma hora para ganhar dinheiro.
A pesquisa, realizada com mais de 2.000 pessoas, descobriu também que os custos de vida dos estudantes na Inglaterra batem a média de 790 libras por mês e, para não pedirem ajuda para os pais – por vergonha ou falta de contado – pelo menos 5% dos entrevistados recorrem ao sexo.
Apenas 48% dos entrevistados disse que, durante a faculdade, conseguiu trabalhar em algum lugar que garantisse sua estabilidade financeira.
A ideia de vender calcinhas na internet ainda não pegou aqui no Brasil, mas é preocupante imaginar um cenário em que as garotas preferem se arriscar nesse tipo de prática porque não confiam nas opções de emprego fornecidas durante a faculdade.
É claro, por aqui as condições são bem diferentes e a gente sabe que a qualidade de vida nas principais cidades brasileiras não chega perto da qualidade de vida no Reino Unido. Mesmo assim, vale a reflexão, não vale?
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