A lógica pode parecer confusa, mas um novo estudo realizado pela universidade de Massachusetts apontou que quem não consegue cumprir a promessa – obviamente – tem mais chances de engravidar do que aqueles que não fizeram voto de castidade na adolescência.
A abstinência sexual é um assunto que gera muita polêmica em vários lugares do planeta. Aqui no Brasil, por exemplo, a campanha cristã “Eu Escolhi Esperar” cresceu bastante nos últimos anos e se tornou relativamente popular entre os adolescentes. Aliás, outra pesquisa mostrou que jovens religiosos são os que mais prometem esse tipo de abstinência.
O voto de castidade, que era muito mais comum de ser adotado entre os jovens no sul dos Estados Unidos, ganhou força no Brasil e, segundo essa nova pesquisa, adolescentes que decidem adotar o voto – mas quebram a promessa – têm mais chance de engravidar.
Veja os números: 18% das pessoas que não prometeram esperar o casamento para transar acabam engravidando nos primeiros 6 anos depois de perder a virgindade. Porém, entre aqueles que quebraram a promessa, a porcentagem sobe para 30% das pessoas que acabam tendo filho antes de casar.
As chances de engravidar crescem em paralelo ao risco de contrair alguma DST, com HIV e HPV, por exemplo.
As teorias para essa conclusão são várias. Entre elas, as mais óbvias: pessoas que pensam sobre sexo provavelmente entendem um pouco mais sobre o assunto e procuram formas de se prevenir sexualmente. Porém, aquelas pessoas que sequer tocam no assunto e não debatem a questão amplamente, acabam com muitas dúvidas em relação ao ato e, por isso, quando quebram a promessa – por qualquer motivo – e transam, a probabilidade de não haver proteção é maior.
Lá nos Estados Unidos, outras pesquisas apontam que, entre os 12% de jovens norte-americanos que prometem não transar antes de casar, apenas 3% realmente consegue manter o voto de castidade.
O autor da pesquisa, Anthony Paik, afirma: “Nossa pesquisa aponta que o voto de abstinência pode ter consequências negativas inesperadas, aumentando as chances de contaminação por HPV e de gravidez, por exemplo”.
Ao apontar os perigos das medidas extremas, os pesquisadores também ressaltam que a pesquisa não deve ser encarada como um estímulo ao sexo na adolescência. A proposta do estudo é demonstrar que qualquer extremismo é perigoso e que a abstinência não deve ser usada como método contraceptivo.
Apesar da educação sexual nas escolas ajudar, e muito, na prevenção de DSTs e gravidez na adolescência, o sistema público nos Estados Unidos não aceita muito bem esse tipo de aula. Segundo uma notícia divulgada em um jornal britânico, apenas metade das turmas de ensino médio e 1/5 das turmas de ensino fundamental nos EUA recebem aulas de orientação sexual.
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