O que um bonzinho tem a aprender com os cafajestes

Sabe dessas conversas que começam no bar, depois da terceira ou quarta rodada, que não imagina como surgiu nem para onde vai parar? Pois tive uma com ilustríssimos desconhecidos sobre um perfil masculino que vive a cercar e concentrar os olhares das mulheres: o cafajeste.

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O assunto começou com uma polêmica citação da antropóloga e escritora Mirian Goldenberg, autora do livro Tudo o que você não queria saber sobre sexo, em que ela afirma que “O homem cafajeste é o cara mais fiel do mundo”.

Sem defender a causa da infidelidade masculina, Mirian despeja esta conclusão formulada por um infiel advogado de 50 anos:

“Porque ele é um único homem que consegue fazer com que todas as mulheres com quem se relaciona se sintam únicas, especiais e insubstituíveis”.

As mulheres da mesa não só conhecia o perfil do cafajeste, como já tinham se relacionado (e sofrido) com um punhado deles.

Para que você fique por dentro, colocarei as características que fazem uma mulher se envolver com um cafajeste. Você, homem comum, que se considera o “cara bonzinho” da situação e que sempre acaba perdendo a mulher para esse perfil, agregue as qualidades possíveis à sua vida. Sua atual ou próxima companheira agradecem.

Cafajeste sabe mentir

O cafajeste, por essência, é um mentiroso e dissimulado. Jamais vai abrir para sua potencial conquista que é casado, pai de dois filhos é que ela é apenas um passatempo de final de semana. Mesmo que ela descubra, ele vai negar de pé junto ou afirmar que ela sempre será a primeira.

Segundo a antropóloga Mirian Goldenberg, o que mais preocupa as mulheres não é a infidelidade em si – que ela acredita o tempo todo que é possível uma traição masculina – mas sim o fato de descobrir que ela não é a única e especial para o homem.

Ele vai dizer tudo aquilo que a mulher quer ouvir, vai arrotar conhecimentos, viagens e planos em que ela gostaria de estar ao lado. Motivos mais do que suficiente para seu alvo querer ele como pai dos seus filhos.

E por que elas se envolvem? Como bem disse a coluna de Leo Jaime na GNT.

“Entre uma verdade sem graça e uma mentira interessantíssima, acabamos preferindo a segunda. É mais criativa”.

Cafajeste sabe o que falar

E por que ele consegue isso? Ele fala tudo aquilo que ela gosta de escutar. Isso vai dos elogios, passa pelos gostos pessoais (sempre afinado com o mundo perfeito em que ela gostaria de achar o príncipe encantado) e chega aos planos de vida (viagens, ter uma família numerosa, sempre acompanhada de uma ótima estabilidade financeira).

Quando ela chega nessa parte, pode esquecer, pois logo menos estará na cama dele. Mas a pergunta que fica é: sendo as mulheres seres muito mais complexos e menos limitados que os homens, como elas não conseguem perceber os atributos de um homem cafajeste?

Cafajeste sabe ouvir

Diferente dos homens comuns, o cafajeste fala para a mulher exatamente aquilo que ela quer ouvir. Sua principal arma é a atenção que dá ao sexo oposto, atributo ignorado pela maioria masculina.

Somente com a atenção que dá – isso vai das coisas mais simples, como uma maquiagem borrada a um conflito familiar – vai minando a resistência dela e tornando-o cada vez mais interessante.

Cafajeste trepa bem e nunca diz não

Para fechar com os motivos, uso uma declaração feita por uma das integrantes do programa Papo Calcinha, do Multishow, que ilustra isso bem. Apesar de preferir os bonzinhos, ela se assume como um para-raios de homem cafajeste. Mesmo não gostando, justifica o motivo dos envolvimentos.

“As mulheres sabem reconhecer um a distância, mas, no final, é pra eles que a gente vai dar. O que é pior, a gente dá e gosta!”. Segundo a garota, o cafajeste sempre se esforça para ser o melhor.

O sexo que acompanha um cafajeste tende ser melhor do que a média. Como seu parceiro oferece todos os atributos que ela considera ideal, ela estará muito mais entregue e dedicada durante a transa.

Outro ponto é que o cafajeste esta sempre disponível. “cafajeste é o melhor Pau Amigo, porque ele nunca diz não quando você está a fim – é uma coisa de brio, ele tem que te comer”.

Elas até podem negar isso na sua frente, mas basta bater a carência de uma sexta à noite para elas recorrerem a um cafajeste 24h. Cafajeste é que nem fast food, elas sabem que não vai fazer bem, mas tem horas que é o que tem disponível para comer.

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Mas afinal, o que um bonzinho têm a aprender com os cafajestes?

Pode fazer a pergunta com qual elas prefeririam se relacionar? O tipo bonzinho, educado e que respeita será a primeiro tipo a ser falado. Mas com o prolongamento da adolescência masculina e a não necessidade do homem de procurar uma união estável antes dos 30, as mulheres afirmam que está cada vez mais difícil para elas acharem homens disponíveis e interessantes.

Quem se beneficia disso são os homens cafajestes, que apresentam uma embalagem muito mais atrativa para o público consumidor, ainda que o produto tenha uma durabilidade menor.

O grande problema do bonzinho é que ele não oferece resistência, faz tudo que elas querem e está a um passo de se tornar o bobão e totalmente desinteressante. E, convenhamos, entre um bobão e um ordinário, a segunda opção parece mais atraente.

É ai, homem comum, que você entra. Você não precisa aderir ao estilo filha da puta e sair comendo meio mundo. Você tem muito mais a ganhar se agregar algumas das qualidades que o cafajeste carrega, sem precisar mudar de lado. Ouça os medos e anseios de uma mulher, mesmo que sejam os mais irrisórios.

Lembre-se da música de Cazuza, Mentiras sinceras me interessam. Diga coisas que ela queira ouvir e que não precisamente, são verdades absolutas – que tal você está linda hoje, mesmo depois de vê-la tomar chuva e ela estar com o cabelo molhado e a maquiagem borrada.

Seja um bonzinho de caráter, mas não precisa ser um lorde inglês. Deixe o discurso empolado e seja interessante, faça-a sorrir e deixe que a informalidade tome conta da conversa.

Tenha mais pegada e não tenha medo de perguntar o que ela quer e como ela gosta. Isso transmitirá mais confiança e proporcionará mais prazer aos dois. Se ela acabou de sair de um relacionamento, melhor ainda. Como bem disse Xico Sá, nada melhor para curar um amor platônico do que uma foda homérica.

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Uma boa maneira de adquirir inteligência emocional e aprender com os seus próprios erros é ler sobre o assunto e se conhecer através das palavras de terceiros.

Ao ler e expandir a sua mente, você consegue elaborar auto-crítica e até analisar os próprios comportamentos.

O Edson Castro e o Leonardo Filomeno, criadores do Manual do Homem Moderno, acabaram de publicar um livro para te ajudar neste processo. O Guia Definitivo Para Não Quebrar a Cara: (ou Pelo Menos Tentar) reúne os melhores conselhos, toques verdadeiros que dispensam palavras gentis e tapinhas de boa sorte nas costas.

Às vezes, o que a gente realmente precisa é de um bom tapa na cara para acordar para a vida.

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